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"Engolimos de uma vez a mentira que nos adula e bebemos gota a gota a verdade que nos amarga." Denis Diderot

sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Sobre a matéria que eu não fiz

“Naquela manhã
Eu acordei tarde, de bode
Com tudo que sei
Acendi uma vela
Abri a janela
E pasmei.”
("Nostradamus" – Eduardo Dusek)

 
Juro como eu queria postar alguma matéria naquele 8 de dezembro, mas justamente nesse dia o meu provedor resolveu me deixar sem internet. Sabe como é... nessas horas a gente fica desesperado (pra não dizer “puto”). Então saí por aí, procurando espairecer e esquecer o insucesso da minha tentativa em vão de atualizar o blog. Até procurei alguma lan-house que estivesse aberta, mas era feriado municipal e não teve jeito. Bom, mas com a minha câmera digital fui à cata de imagens que me chamassem a atenção. Quanto a isso não posso reclamar: captei algumas imagens que guardei, tal a importância que tiveram para mim naquela manhã. Mostrarei aqui algumas delas...

Nossos colegas da PASCOM (Adriano Israel e Miriam Jorge),
 logo cedo no batente para transmitir pela 87 FM
a celebração da Missa Solene

Fiéis se preparando para a celabração da Missa Solene
(Alguém lá da janela me acenou, mas ma hora eu não percebi)

Trabalhos dos artistas
Fábio de Ojuara e Walter Luz
expostos na fonte da praça

Passando pela "Budega Véia", do amigo Rossini Cruz,
flagrei um sujeito dormindo numa rede (a porta estava entreaberta),
certamente tentando se recuperar do cansaço da luta na noite anterior

Que bonito! Moradores da Rua Madalena Antunes
 saudando a Imaculada, com uma faixa e,
com certeza, com o coração


Nessa cena eu quis chorar, mas me contive, e me emociono ainda. Um filho conduzindo a sua mãe até a igreja. Muitas vezes eu vi D. Geraldina passar naquela calçada, sozinha, porém muito segura de si, essa mulher de fibra. Agora com a idade avançada e depois de tantas lutas, ela precisa de apoio para caminhar, mas não desiste. E Zé Carlos está sempre presente, isso lhe conforta. Amigo Jadson Queiroz, essa é pra você, que em uma matéria postada aqui no blog sobre a Rua Bacurau que lhe chamou a atenção, fez um comentário saudosista sobre essa sua vizinha. Pois aí está ela, o senhor Antônio (Capiroto), esposo dessa heroína tinha ficado em casa. A sua saúde está mais delicada que a dela. 

E encerrando a minha caminhada olha o que eu encontrei: a imagem da Imaculada, numa janela da casa de D. Zoneide. Achei o máximo, pois diz muita coisa, e tudo de bom. Só depende do olhar de quem vê.
E agora, se vocês me permitem: UM FELIZ ANO NOVO, pra todos! Que a gente se encontre mais vezes aqui!

Créditos:
Texto e fotos: Eliel Silva

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Poesia/mensagem


Meus bons amigos

O tempo não pára
Canta o poeta
E ele não pára mesmo
Passa rápido, é fugaz, eterno

E nesta relativização do tempo, da vida
Conhecemos amigos, irmãos, coadjuvantes de nossas histórias
Alguns serão eternos “mesmo que o tempo e a distância digam não”
Outros nem tanto

Mas o que seria da vida sem estas pessoas
Que são ou em algum momento foram tão importantes?

Alguns serão eternos
Outros nem tanto

O tempo não pára
A vida continua
E algumas pessoas ficarão para sempre
Em nossas lembranças, em nossos corações
Ah meus bons amigos
Como foi bom tê-los conhecido.

Ilton Soares





* Poesia enviada pelo professor Ilton Soares, também publicada na última edição do goto seco, número 28, dezembro de 2010.

Créditos:
Poesia: Ilton Soares
Ilustração: Internet
Foto de Ilton: Eliel Silva

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Gracias a la vida

"Graças à vida que me deu tanto
Me deu o riso e me deu o pranto
Assim eu distinguo fortuna de quebranto
Os dois materiais que formam meu canto
E o canto de vocês que é o mesmo canto
E o canto de todos que é meu próprio canto."
(Gracias a la vida - Violeta Parra)


“REIVEILLON”


“Se ilumine na luz das estrelas / se aqueça nos raios do sol / se refresque na chuva que cai sobre a sua cabeça / agradeça e respire do ar / se concentre diante do mar / se procure, se encontre depressa ele está pra chegar...” Como diz essa música do Rei Roberto Carlos, lembro que 2011 está pra chegar, portanto é hora de agradecer as coisas boas que aconteceram em 2010.
Primeiramente a Deus por mais um ano de vida. Aos que fazem o Jornal de Hoje, especialmente ao amigo botafoguense Roberto Canuto pela publicação dos meus textos, fazendo minhas idéias chegarem a milhares de pessoas, ao doutor Bernardo Celestino Pimentel, Nilwilliam, Edvaldo Morais e Eliel Silva de Ceará Mirim que postam em seus blogs meus artigos. E falando em Edvaldo e Eliel, agradeço de coração pela homenagem ”Troféu Calhambeque” que recebi no mês de abril no Centro Esportivo e Cultural de Ceará- Mirim, promovido pelo programa “Jovem Guarda Especial” na Rádio 87 FM naquele município tendo como apresentadores os referidos amigos no “6º Tributo a Roberto Carlos – Aniversário do “Rei”. Recordo que em mais de trinta anos divulgando, defendendo e enaltecendo o Rei, é o primeiro prêmio que recebo, é muito gratificante ver um trabalho reconhecido. Aos amigos Reginaldo Crescêncio de João Pessoa – PB, Carlos Porfírio de Caruaru – PE, Fabiano de Fortaleza – CE e Adriano de Petrolina – PE, grandes fãs assim como eu do maior artista brasileiro – Roberto Carlos. A César Barbosa, Osório Almeida, professor Geraldo Batista, José Luiz Neto, Nídia Albuquerque, Marcínio, Nésio, os irmãos Erivaldo e Edvaldo Cabral pelos elogios aos meus artigos e o incentivo para continuar escrevendo. A torcida do Alecrim FC pelos momentos de sonhos, alegrias e emoções que passamos juntos, especialmente ao coronel Saraiva e ao torcedor Caio que ao comparecer aos estádios vestido de periquito incentivou e emocionou a todos. Ao padre Pio pela força e defesa do Alecrim FC, aos companheiros da charanga da torcida FERA, ao neurologista Carlos Trigueiro, o médico mais humano que conheci, ao compadre Vagner Cavalcante do fã Clube Além do Horizonte, aos jornalistas Everaldo Lopes e Rubens Lemos Filho, ao PSol e ao senhor Plínio de Arruda Sampaio, que mesmo aos 80 anos continua idealista, sonhando e lutando por um Brasil socialista, mais justo, humano e igualitário e a todos que leram meus artigos.
Talvez alguém pense que errei o nome do título desse texto, mas é mesmo “Reiveillon”, pois desde a década de 90 que comemoro o Réveillon principalmente com canções do Rei, dentre elas “Ele está pra chegar”, “Amigo”, “Eu Quero Apenas”, “A Montanha”, “Além do Horizonte”, “Debaixo dos Caracóis dos seus Cabelos”, “Com muito Amor e Carinho”, “É Tempo de Amar”, “Nêga”,” Por Ela”, “Eu Amo Demais”, ”É Preciso Saber Viver” e o tema da escola de samba “Unidos do Cabuçu” de 1987 que fez uma homenagem a sua majestade e o deste ano da Beija-Flor.
Finalizo com a mensagem da música “A Montanha”: “Obrigado, Senhor, por mais um dia, obrigado, Senhor, pela esperança, pelo sorriso, pelo perdão...” “Feliz 2011”.

José Normando Bezerra
Geógrafo e Professor
Natal,(RN) dezembro/2010

Créditos:
Texto: Professor Normando Bezerra
Foto: internet
A abertura dessa postagem com letra
de Gracias a La Vida, de Violeta Parra,
 foi uma sugestão do R&C

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Uma verdadeira festa de arromba

"Canções usavam formas simples
pra falar de amor,
carrões e gente numa festa
de sorriso e cor..."
(Jovens, Tardes de Domingo
 - Roberto e Erasmo)
JOVEM GUARDA – 2ª PARTE
(O Movimento Musical)

Toda essa onda que arrebentou no programa Jovem Guarda, invadindo as praias da mocidade dos anos 60, começou a ser formada bem antes, em meados da década anterior.
Deve ser difícil para alguém de outra nacionalidade falar de samba sem que não se reporte ao seu berço: O Brasil. Assim como é difícil para um brasileiro falar das bases do rock sem que não se remeta ao seu berço: a América. Foi de lá que, na década de 50, surgiu uma cultura juvenil. Antes os jovens viviam à sombra de seus pais. O rock teve grande influência nisso. Ele trouxe em seu pacote de novidades: um ritmo, uma moda, um jeito jovem de viver. Essa reação desencadeada naquele país se espalhou pelo mundo inteiro.
No Brasil não foi diferente. Em outubro de 1955 chegava às telas de cinema o filme Sementes da Violência (Blacboard Jungle). A música tema do filme “Rock Around the Clock”, de Bill Haley and His Comets chegava com força e enlouquecia os jovens. A trilha sonora do filme fez tanto sucesso que, a partir dela, foi lançado o filme Rock Around the Clock(no Brasil recebeu o nome de Ao Balanço das Horas), um musical que apresentava ao mundo artistas que tocavam o novo ritmo, dentre eles Bill Halley e The Platters.
O primeiro canto de rock a ecoar em solo brasileiro veio, quem diria, de uma famosa cantora de samba-canções. Na Rádio Nacional do Rio de Janeiro, no Programa Cesar de Alencar, Nora Ney, uma das poucas cantoras brasileiras a dominar o inglês à época, soltou a bela voz na interpretação de Rock Around the Clock. A música foi interpretada no original sem grandes variações.
Em 1957, aconteceu a primeira gravação de um rock com letra em português na voz de Cauby Peixoto, Rock’n Roll em Copacabana, música composta pelo carioca Miguel Gustavo.
Os primeiros astros do pop brasileiro entraram em cena em 1959: Os irmãos Tonny e Celly Campello. Foi o ano do lançamento do LP Estúpido Cúpido. A faixa que dava título ao LP é uma versão bem sucedida de Stupid Cupid, de Neil Sedaka e Howard Greenfield.
Curiosa essa estrada do pop, não? Uma mulher foi a primeira a gravar um rock no Brasil: Nora Ney e outra foi o primeiro ídolo pop: Cellly Campello. Celly chegou a ser eleita, em 1961, Rainha do Rock, em um concurso elaborado pela Revista do Rock. Aí já começava um ritmo com cara e jeito de Jovem Guarda. Porém o sucesso de Celly foi igual aos das estrelas cadentes: no auge do fulgor ela se retirou da música para casa com José Eduardo Chacon. Tonny continuou no cenário musical e chegou a produzir alguns discos da galera da Jovem Guarda.
E Roberto e Erasmo Carlos, dois ícones desse movimento? A primeira música feita por eles nada tinha a ver com rock. Era um samba chamado Maria e o Samba que nunca chegou a ser gravado, mas foi apresentado por Roberto em um de seus shows na Boate Plaza, no Rio de Janeiro, em 1959. Assim encontramos Roberto Carlos no início de sua carreira: indefinido musicalmente, cantando sambas e Bossa Nova. A carreira do astro só ganhou a direção do rock quando Sérgio Murilo brigou com a CBS e foi para a RCA. A direção da CBS não podia ficar sem um ídolo jovem e, praticamente, empurrou Roberto para o rock.
The Clevers(Os Íncríveis), Golden Boys, Renato e Seus Blue Caps, The Jet Blacks e toda essa turma que se apresentou no Jovem Guarda já vinha fazendo sucesso há algum tempo. Tiveram influência de astros do rock como Elvis Presley, Bill Halley, Litllte Richard, Bealtes, Rolling Stones e românticos: Paul Anka, Neil Sedaka, The Platers. Musicalmente, a Jovem Guarda fez uma grande salada à brasileira. Juntou num prato só música romântica, rock, música americana, francesa, italiana. Salada esta que resultou num prato perfeito. Simples nas suas letras, nos acordes, mas muito gostoso e popular.

Nesse período, grande parte das letras eram versões de músicas estrangeiras. A grande sacada da dupla Erasmo e Roberto Carlos foi perceber que era preciso criar letras em português. Tarefa na qual foram bem sucedidos.
Não poderia deixar de falar aqui da briga estética e ideológica entre Jovem Guarda e Bossa Nova. Ah, como a guitarra elétrica e demais instrumentos da Jovem Guarda incomodaram o banquinho e o violão da Bossa Nova. Essa última com ideais nacionalistas e a primeira cheia de estrangeirismos. Vale lembra que era um tempo em que a cortina de ferro da ditadura descia forte sobre o país. A turma da Bossa, fazia música de protesto, se engajava na luta política. A Jovem Guarda?! Queria mais era fazer rock e curtir a vida numa boa. As críticas vieram pesadas. Foram chamados, dentre outras coisas, de “alienados”, “debilóides”, “submúsicos”. Assentada a poeira, acho que essas críticas tinham muito de ciumeira e dor de cotovelo por causa do sucesso que vinham fazendo os meninos e meninas da Jovem Guarda.
Enquanto Movimento Musical, a Jovem Guarda trouxe parcela de contribuição à música brasileira. Colocou em evidência os instrumentos elétricos. Inaugurou uma cultura roqueira no país através do vestuário, das gírias. Expressões como “bicho” “cara” “broto”, hoje “mina”. Algumas até ultrapassadas, mas que se atualizadas ganham seu espaço entre a juventude de hoje como é o caso de “é uma brasa, mora?” que toma hoje a forma de “pô, que da hora!”
A Jovem Guarda acabou? Não de jeito nenhum. Ela vive por aí inspirando as novas gerações. Vive nos programas de rádios apresentados Brasil afora, nas entrevistas e especiais de TV que, vez em quando, trazem o tema à tona. Para finalizar, aplausos para aqueles rapazes e moças que em meio às trevas da repressão acenderam as luzes da alegria e nos legou uma música tão vibrante e gostosa. Viva a Jovem Guarda!
Créditos:
Texto: José Flávio (colaborador)
Fotos: internet

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Aquele tempo


JOVEM GUARDA – 1ª Parte
(O Programa Televisivo)


Tarde de verão em Pipa, um dos destinos turísticos mais charmosos do litoral potiguar. Naquele pedaço de céu e mar, uma das praias que mais fascinam os visitantes é a Praia do Amor. Clima quente. Águas mornas. Que delícia afundar os pés naqueles quilômetros e quilômetros de tapete fofinho e macio formado pelas finas e brancas areias beira-mar! As ondas que avançam furiosas logo se transformam em dóceis cãezinhos que vem lamber os pés de quem caminha pela beira da praia. Sob a brisa mansa casais de namorados trocam beijos e carícias. Uma sensação indescritível de liberdade. Mistura de realidade e fantasia.
Mas e daí? O que isso tem a ver com o tema em questão? Você deve estar se perguntando. É que se a Jovem Guarda fosse recorte de tempo de alguma estação do ano seria exatamente isso: uma tarde quente de verão em uma das praias do belíssimo litoral brasileiro. Quente, envolvente, romântica, descontraída.
Afinal o que foi essa tal de Jovem Guarda? A resposta é simples: a mistura explosiva de um movimento musical com um programa televisivo feito sob medida para o público jovem. Programa que, por sua vez, deu nome ao movimento. O elenco dessa festa de arromba já vinha sendo montado havia algum tempo. O Jovem Guarda, com maestria, distribuiu os papéis, abriu a cortina e fez do espetáculo um sucesso absoluto.
Para os amantes do futebol, como é gostoso recostar-se ao sofá... Controle remoto na mão... e, com alegria, assistir aos jogos de domingo na TV. Em 1965 as tardes dominicais na TV andavam meio em baixa. Haviam tirado o doce da boca das crianças, digo, dos marmanjos.
Nos dias atuais a relação entre os clubes de futebol e as emissoras que transmitem os jogos dos campeonatos estaduais e do campeonato brasileiro é bastante vantajosa para ambos os lados. Naquele ano, as coisas não eram bem assim. Tanto que os clubes de futebol de São Paulo, sentindo uma queda na arrecadação, proibiram as transmissões televisivas dos jogos.
Resultado! As transmissões esportivas proibidas. Televisões desligadas aos domingos à tarde. Desta vez quem sentiu a audiência despencar nos domingos à tarde foram as emissoras de TV, principalmente o canal 7, TV Record, que era quem liderava a audiência no horário. Em um aspecto a situação é igual aos dias atuais; quanto mais audiência, mais anunciantes, e quanto mais anunciantes, mais dinheiro em caixa. É compreensível, pois, a preocupação da Record.
Para recuperar a audiência o modo encontrado foi pensar um programa musical destinado ao público jovem. Para comandar a atração, inicialmente pensou-se nos nomes carismáticos como os de Roberto Carlos, que vinha fazendo sucesso com algumas músicas e Celly Campello que havia feito enorme sucesso em 1959, com o LP Estúpido Cúpido, chegando a ser eleita Rainha da Juventude. Celly, que havia abandonado a carreira para se dedicar ao casamento, não voltou atrás nos seus planos. Fechou-se o contrato com os nomes de Roberto Carlos, Erasmo Carlos e Wanderléia. Sugeriu-se como nome do programa “Festa de Arromba”, que era o título de uma música do Erasmo que vinha estourando nas rádios. “Mas a música tá fazendo sucesso agora, e daqui há um ano, como fica o nome do programa?”


Chegou-se, afinal, ao nome Jovem Guarda. E assim ficou decidido. Sem patrocinador fica difícil colocar no ar qualquer programa. Definido o nome da atração e o dos apresentadores era preciso correr atrás dos anunciantes. E não foi fácil. As empresas consultadas temiam colocar seus nomes em um programa de juventude. Temiam ligar suas marcas a esse cantorzinho iniciante chamado Roberto Carlos. A solução encontrada pela empresa de publicidade Malgadi, Maia & Prosperi, foi criar uma marca de produtos a partir do nome de uma música de Roberto que fazia sucesso. Criou-se a marca “Calhambeque” que envolvia diversos produtos.
O diretor Carlos Manga, um dos três diretores do programa, ao ouvir uma prova de acetato com a música Splish, Splash ironizou “Isso é um cantor? E isso é uma música, ah, tá bom!” Quando conheceu Roberto pessoalmente viu que estava diante de um cara iluminado e cheio de generosidade e talento.
Ninguém imaginava que aquele programa montado às pressas para preencher uma brecha na grade de programação se tornaria um tremendo sucesso e marcaria toda uma geração. Lançaria moda. Mudaria hábitos e comportamentos.
No penúltimo domingo de agosto de 1965, às 16:30, na TV Record, São Paulo, começava um sonho jovem. Em casa, telespectadores atentos não desgrudavam os olhos da TV. No palco, três jovens talentosos, comandavam atrações pra lá de boas. No auditório lotado... fãs a beira da histeria. Choravam, gritavam, pulavam. Uma surpresa e tanto para três jovens de classe média do subúrbio do Rio em início de carreira. O primeiro programa foi apenas uma prévia do que estava por vir... E veio gente talentosa, que sabia agitar uma festa. Pelo palco do programa passaram Renato e seus Blue Caps, Eduardo Araújo, Silvinha, Trio Esperança, Sérgio Reis, Os Vips, Ronnie Von, Martinha, Demetriús, Leno e Lilian, Golden Boys, Rosemery, Jerry Adriane e tantos outros. Até gente da Bossa Nova passou por lá como por exemplo, Elis Regina e Wilson Simonal. Foram três anos de sucesso, sonho e magia. Jovens tardes de domingo regadas a muita alegria e ao som contagiante de rocks e baladas românticas. Mas o que foi bom durou pouco. Em janeiro de 1968, já desenvolvendo uma carreira internacional, com uma agenda lotada de shows e envolvido nas filmagens de Roberto Carlos em Ritmo de Aventura, gravação de discos e curtindo o amor de Nice, com que veio a se casar ainda naquele ano, Roberto encerrou sua participação no Jovem Guarda. O último programa com a participação dele foi cheio de emoção. Foi planejado para ser um momento de despedida, mas um momento alegre. O roteiro não saiu como o esperado. O que se viu foram lágrimas por toda parte, em casa, no palco e no auditório. Roberto, na verdade era o grande comandante daquele barco. Quando Roberto apresentou Erasmo e Vanderleia como os novos comandantes da atração, houve vaias na plateia. Enfim, Roberto deixou o programa, optou pela música romântica. Erasmo e Wanderleia ainda tentaram, bravamente, manter o programa no ar. Mas sem a presença de Roberto as coisas ficaram difíceis. A emissora sentiu uma queda na audiência e o programa foi retirado do ar.

Créditos:
Texto: José Flávio
Foto (Jovem Guarda): internet

sábado, 25 de dezembro de 2010

"Se você pensa..."



Especial de Roberto Carlos será exibido na Globo com meia hora de atraso


MARCELO BORTOLOTI
DO RIO

A prefeitura do Rio de Janeiro encampou este ano o especial de Natal de Roberto Carlos, que a TV Globo transmite desde 1974. Vai promover um grande espetáculo na praia de Copacabana, que espera reunir 1 milhão de pessoas na noite de amanhã.
Um show como este custa entre R$ 1,5 milhão e R$ 2 milhões, valores que o secretário de Turismo do Rio, Antônio Pedro Figueira, prefere não comentar. Ele diz que há anos a prefeitura vem insistindo com a equipe de Roberto para levar a ideia adiante. Só agora o cantor concordou.
"Vamos adiantar as comemorações de Réveillon, para que o turista chegue antes ao Rio", diz o secretário.
Esta é a segunda vez que Roberto faz um especial de fim de ano ao vivo --ou quase isso, já que o show será transmitido com meia hora de atraso, para garantir que nada saia errado. A primeira, segundo a Globo, foi em 1990, no Teatro Fênix.

500 METROS DE PALCO
Desde o princípio de dezembro, 400 pessoas trabalham na montagem do palco, que terá 500 metros quadrados. O camarim móvel de Roberto Carlos foi plantado sobre as areias de Copacabana.
Também estão sendo instalados nove telões gigantes para quem não conseguir se aproximar do palco.
"Escolhemos músicas mais populares e mais movimentadas, porque canções muito lentas dificilmente são curtidas num ambiente desses", diz o maestro Eduardo Lages, que divide com Roberto a seleção de repertório.
Algumas músicas tiveram seu arranjo mudado para ficar mais "para cima".
Mas há alguns portos seguros. "Ele não vai deixar de cantar 'Emoções', 'Detalhes' e 'Jesus Cristo'", diz Lages.
Este é o maior dilema do show: conciliar as expectativas de quem sair de casa para se divertir na apresentação ao vivo com os anseios do espectador que vê do sofá.
Pelos convidados, é possível esperar uma miscelânea musical. Subirão ao palco a dupla Bruno e Marrone e a jovem cantora Paula Fernandes, que participaram do disco sertanejo de Roberto.
E, no final do show, o grupo Exaltasamba, o intérprete Neguinho da Beija-Flor e a bateria da escola de samba. É uma espécie de agrado para a Beija-Flor, agremiação que prestará homenagem a Roberto no carnaval de 2011.


Fonte: Folha.com

Nota do blog: A exemplo do show de Paul McCartney, já se pode imaginar os famosos "cortes" que farão. Uma pena! A gente fica com aquela sensação de estar sendo "tapeado". Resta torcer para que o rei capriche no repertório, como fala a matéria. Vai ser bom de qualquer jeito!

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Feliz Natal!

Presépio confeccionado com palhas de coqueiro.
Um trabalho do artista plástico cearamirinense
Naldo (filho do saudoso Etewaldo Santiago) 

Aos nossos web-leitores e aos colaboradores, a todos os blogueiros cearamirinenses, aos blogueiros desse mundo afora, vocês que fazem o nosso dia a dia acontecer de forma positiva, agradecemos a parceria e desejamos um FELIZ NATAL! Viva Jesus!

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Um amigo a gente nunca esquece


Francisco Marques de Oliveira
("seu" Francisco)

Já se passaram sete anos que o nosso amigo partiu. "Seu" Francisco, o jardineiro mais que fiel da Biblioteca Pública Municipal Dr. José Pacheco Dantas. A gente vai sempre lembrar desse companheiro e também lhe prestar todas as homenagens possíveis. Aqui, mais uma vez publico o poema que fiz pra ele, quando recebi a notícia do seu falecimento, naquela noite de 24 de dezembro de 2003. Não sou vidente, nem possuo bola de cristal, mas observando tudo agora, no tocante aquele famoso jardim, as minhas palavras pareceram uma profecia.
Jardim Vazio

E agora, “colega”
Quem vai cuidar desse jardim?
Porque, bem ou mal
Era você que o fazia!

Quem vai perseguir aquelas formigas
Ou encher o tambor d’água?

As folhas secas do jardim ali vão ficar...
O “coleguinha” não está mais aqui para varrê-las
E aquele beija-flor, sempre que lá voltar
Sentirá a sua falta.
E como “as rosas não falam”,
Em cada flor que beijar
Vai lhe deixar um recado.

É...
O Velho Francisco se foi.
Às vésperas do Natal.
Um dos Três Reis Magos que partiu mais cedo,
Ou que, sem encontrar aquela estrela pra lhe guiar,
pegou o caminho de volta pra casa?!

Há tantos mistérios nessa vida.
As pessoas simples quando se vão
Deixam um vazio imenso.
É que na verdade elas são grandes demais
Mas quase ninguém percebe.

Agora o amigo cuidará do jardim do Senhor
Com a mesma dedicação e zelo
Com que fazia aqui.

Para nós seus amigos da Biblioteca
Restarão as saudades e as boas recordações
E aquela sensação de perda de uma obra rara
Quando virmos na estante das nossas lembranças
Um lugar vazio, causado pelo extravio
De um livro que já não há mais como repor.

Enquanto isso a gente vai tocando a vida em frente
É preciso ser assim...
Mas sentiremos sempre em cada planta e em cada canto
A presença do amigo
Nesse jardim agora tão vazio.

(Eliel Silva, 24/12/2003)
Foto: Arquivo da família

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

E mesmo sem espinhos...


"Flor-cadáver" floresce pela primeira vez na América Latina

Conhecida como uma das maiores e mais fedorentas flores do mundo, a Amorphophallus titanum, apelidada de "flor-cadáver", desabrochou pela primeira vez na América Latina neste fim de semana. O fenômeno, que dura no máximo três dias e só acontece aproximadamente a cada dez anos, foi no jardim botânico do Instituto Inhotim, em Brumadinho (MG), na região metropolitana de Belo Horizonte. Embora seja conhecida como "a maior flor do mundo", o que a espécie produz é, na verdade, uma inflorescência. Ou seja: um conjunto de flores em uma estrutura compacta. A "flor" começa a ser produzida cerca de 10 anos após a semente ter sido germinada. Ela pode chegar a 3 metros de altura e pesar até 75 kg. O apelido de cadáver vem de seu forte cheiro característico. Ele é usado como uma estratégia para atrair insetos como moscas e besouros, seus polinizadores. A espécie é endêmica da ilha de Sumatra, na Indonésia, e foi descrita pela primeira vez pelo botânico Odoardo Beccari em 1878.
Fonte: Folha.com
http://www1.folha.uol.com.br/ambiente/848221-flor-cadaver-floresce-pela-primeira-vez-na-america-latina.shtml

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Em janeiro...

Para quem curte uma outra praia!

sábado, 18 de dezembro de 2010

Coisas do coração

"Quanto tempo eu não sei
Não se mede em tempo uma paixão
Mas eu sinto cada dia mais
Você no coração..."
("Coisas do Coração" -
Eduardo Lages / Paulo Sérgio Valle)


SESSENTA SHOWS DO REI


Mas eu estou aqui vivendo esse momento lindo, de frente pra você e as emoções se repetindo...” É como diz a música de Rei Roberto Carlos, as emoções se repetiram pela sexagésima vez, ou seja, 60 shows completados nesta sexta-feira, dia 10 de dezembro de 2010 no teatro Riachuelo do shopping Midway Mall em Natal, RN.
Falando em sexagésimo brinco com os amigos dizendo que agora eu sou sexy, pois poucas pessoas no Brasil tiveram o privilégio de ter ido a essa quantidade de shows do Rei. Lamento que milhões de pessoas nunca assistiram a um sequer.
À respeito desse espetáculo, apesar do preço exorbitante, digo que o teatro é belíssimo, acústica perfeita. Destaco quatro momentos marcantes: quando cantou a canção “Além do Horizonte” que é o nome do meu fã clube em Natal; na hora que falou sobre sua mãe que faleceu em abril e cantou a música “Lady Laura”; o arranjo que o maestro Eduardo Lages fez para a canção “Cavalgada” em perfeita sincronia com as luzes. É maravilhoso, já vi várias vezes, mas sempre me emociono. E no final do show quando ele estava jogando rosas para a platéia, aproximei-me do palco e ele me viu com a camisa da escola de Samba Beija-Flor que tem a sua fotografia apontou para mim, entregou-me uma rosa branca.
Durante o show relembrei dos primeiros que assisti nos anos 60 e 70 no Palácio dos Esportes, Natal/RN, ele tocando guitarra acompanhado pela banda RC 7. Era bem mais modesto em relação aos de hoje, mas muito empolgante. Em 1972 os americanos do navio Hope que estavam em Natal o aplaudiram de pé; em 1977 quando eu e meu cunhado Genar Sales entramos, o ginásio estava completamente lotado, notamos que a cabine da Rádio Nordeste estava vazia, fomos para lá e vimos de um lugar privilegiado. Interessante é que durante o espetáculo choveu muito e ele cantou a canção “Os seus Botões” que tem uma frase que diz “Chovia lá fora”, então falei: esse Roberto Carlos faz até chover. Em 1983, no Projeto Emoções, no Estádio Machadão emocionou a todos interpretando a música “As Baleias” e o palco que era azul ficou vermelho representando a matança das baleias. Em 1994, depois de onze anos, volta a Natal e faz um show no Vila Folia, um local atípico para shows do Rei. Nesse ano recebeu componentes do fã clube “Além do Horizonte” no Hotel Vila do Mar. A partir de 1995 seus shows passaram a ser no Ginásio Machadinho. Em 2007 teve um no Hotel Imirá Plaza. O mais bonito foi o shows “Detalhes” quando ele canta com a garota Gabriela a canção “Imagine” de John Lennon. O mais emocionante foi o show Luz no Spazzio em Campina Grande/PB, quando cai uma cascata de luz durante um minuto no momento em que canta a canção “Nossa Senhora” e fala: “Que as bênçãos de Nossa Senhora caía sobre todos nós em forma de uma cascata de luz”. O mais preocupante foi no Paladium em Caruaru/PE na terceira música faltou energia e ele ficou muito nervoso. Felizmente em 3 minutos tudo estava resolvido. No qüinquagésimo sétimo no Forrock em João Pessoa, no dia 3 de junho de 2009, na sétima música tive uma queda de pressão e fui na ambulância da Samu para o hospital da Unimed onde passei quase toda a noite. O qüinquagésimo oitavo foi no Machadinho, dia 4 de junho de 2009 e o quinquagésimo nono foi no Domus Hall, no Shopping Manaíra, em 9 de setembro de 2010. Eis alguns detalhes das dezenas de shows que compareci e das emoções que senti como fala a música “Cenário”: "O meu coração é como um palco/ Tantas as histórias já vividas/ Dramas romances comédias paixões/ Um entrar e sair de ilusões/ Sem saber se é pra rir ou chorar/ Já tentei mudar o meu cenário/ E esse coração tão solitário/ Mas cada vez que as luzes/ Se acendem sobre mim/ De novo a mesma história o mesmo fim...”
José Normando Bezerra
Presidente do Fã Clube Além do Horizonte-Natal/RN

Créditos:
Texto: Professor Normando Bezerra
Arte da ilustração: Edvaldo Morais
O trecho da letra de "Coisas do Coração",
gravada por Roberto Carlos no ano de 1987,
foi uma sugestão do R&C

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Papéis de seda


Avesso ao "amigo oculto", porque amigo pra mim tem que ser "declarado" e, mais que isso, verdadeiro, tenho sorte de cultivar boas amizades. E nessa época de final de ano é comum "Papai Noel" passar por aqui.
Pois bem, recebi do amigo Dedé, meu maestro soberano, uma matéria muito boa sobre a História do Rock'n'Roll, e do amigo Goulart, a revista Ensaio Geral - com matérias sobre o carnaval 2011, no Rio de Janeiro. Agradeço aos meus caros amigos pelas preciosidades. Farei um bom proveito desse material.

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

O muro


Pink Floyd vence batalha judicial que impede venda individual de suas músicas na internet

O Pink Floyd venceu uma batalha judicial que impede a venda individual de suas músicas online. O grupo argumentou que uma cláusula no contrato deveria evitar que sua gravadora, a EMI, vendesse online músicas separadas de seus álbuns cheios.
Quando a banda assinou o contrato pela última vez, em 1999, a internet ainda estava em sua fase inicial, mas cresceu desde então para se tornar o metódo mais popular onde as pessoas compram músicas novas.
O advogado da banda, Robert Howe, diz que o processo foi feito pelo Pink Floyd porque eles queriam "saber qual era a importância do grupo no contrato", questionando o direito da EMI "de vender faixas individuais que não estão na configuração original dos álbuns do Pink Floyd" e dizendo acreditar que eles estavam "erroneamente explorando" a banda.
O Pink Floyd inicialmente venceu o caso na corte britânica em março, embora a gravadora, que passa por grandes problemas financeiros, tenha recorrido. Entretanto, a Corte de Apelação novamente se colocou ao lado da banda na terça-feira (14). Durante o caso, a maioria das músicas do Pink Floyd ficaram disponíveis individualmente em sites de download de músicas como o iTunes.
O caso também faz parte de uma disputa maior entre a banda e a EMI, uma vez que o músicos alegam que a gravadora deve US$ 15 milhões em royalties de vendas que aconteceram entre 2002 e 2007.
A banda --cujo álbum "Dark Side of the Moon" é um dos mais vendidos de todos os tempos-- assinou o primeiro contrato com a EMI em 1967 e é o segundo artista mais bem sucedido da gravadora depois dos Beatles. Em fevereiro, a EMI anunciou que havia perdido £1,5 bilhão em 2009.

Fonte: UOL Música
http://musica.uol.com.br/ultnot/2010/12/16/pink-floyd-vence-batalha-judicial-que-impede-venda-individual-de-suas-musicas-na-internet.jhtm

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Longevidade


Oscar Niemeyer completa 103 anos e inaugura fundação


Rio - Maior nome da arquitetura mundial, Oscar Niemeyer completou 103 anos nesta quarta-feira. Para marcar a data, o veterano inaugurou a nova sede da fundação que leva seu nome, em Niterói. O local terá um espaço cultural com área de quatro mil metros quadrados e vai abrigar a administração da Fundação Oscar Niemeyer, o Centro de Pesquisa e Documentação e a Escola Oscar Niemeyer de Arquitetura e Humanidades.
Essa será a sexta obra do arquiteto a ser inaugurada em Niterói. A primeira foi o Museu de Arte Contemporânea (MAC) e depois vieram a Praça JK, o Memorial Roberto Silveira, o Teatro Popular e o Terminal das Barcas de Charitas.
A Torre Panorâmica, o Centro de Convenções, o Centro Petrobras de Cinema e demais equipamentos urbanos que serão construídos no Caminho Niemeyer já se encontram em desenvolvimento.
Durante o evento, foi distribuída a nova edição da Revista Nosso Caminho. A publicação trimestral sobre arte e cultura – que tem Oscar Niemeyer como diretor – foi criada nos moldes da Módulo, idealizada em 1955 pelo arquiteto, extinta durante a ditadura e que voltou a circular entre 1975 e 1989.

Fonte: O DIA on line
http://odia.terra.com.br/portal/rio/html/2010/12/oscar_niemeyer_completa_103_anos_e_inaugura_fundacao_131347.html

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Sina

"Você pode criticar sem ofender
e elogiar sem bajular"
(Jornalista Armando Nogueira)
Lateral da Biblioteca - Rua Cel. Felismino Dantas

Além de queda, coice!

A minha avó costumava repetir essa frase, sempre que um infortúnio somava-se a outro na vida de alguém. Ora, acreditem vocês, caros leitores, que de uns dias pra cá, nós, funcionários e usuários da Biblioteca Pública Municipal Dr. José Pacheco Dantas, estamos vivendo coisa semelhante! Como se não bastasse a falta de energia elétrica naquele estabelecimento, o que nos obriga a trabalhar de forma precária, enfrentando o calor, a pouca luz, e tendo de beber água quente; ultimamente nos tem aparecido algo também muito incômodo. É que alguns moradores, ou que tem seu comércio naquelas imediações, simplesmente estão colocando seus lixos na calçada lateral da biblioteca, no lado da Rua Coronel Felismino Dantas. O lixo que aparece nessa foto, se comparado ao que já vi naquele local, que chegou a formar verdadeiras barricadas, é café pequeno. A gente sabe que a coleta na cidade anda meio capenga, mas seja como for, como diria um velho amigo, blogueiro como eu, “isso não justifica”. Enquanto as suas calçadas ficam livres, a nossa casa de cultura é penalizada com a insensatez dessa gente. Já chega também daquele espaço ser tão castigado pelos veículos pesados que diariamente trafegam por ali com suas cargas pesadas e depredam o passeio público. Que o bom velhinho passe por aquela casa, com as suas renas e o seu trenó, que suponho seja bastante leve, e olhe com bons olhos a nossa luta. Ainda tenho esperança de contemplar ali, ainda esse ano, as luzes do Natal.

Créditos:
Texto e foto: R&C

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Devoção

13/12 - Santa Luzia de Siracusa (± 283 - 304), também conhecida por Santa Lúcia, foi uma jovem siciliana, venerada pelos católicos como virgem e mártir, que morreu por volta de 304 durante as perseguições de Diocleciano em Siracusa.
Na antigüidade cristã, juntamente com Santa Cecília, Santa Águeda e Santa Inês, a veneração à Santa Luzia foi das mais populares e, como as primeiras, tinha ofício próprio. Chegou a ter 20 templos em Roma dedicados ao seu culto.
Luzia era uma jovem, filha de uma mãe de boas condições financeiras. Quando tornou-se mais velha, foi prometida para casar-se com um jovem rico de sua cidade. Luzia não aceitou a idéia, pois pretendia seguir carreira religiosa, mas sua mãe não gostava da idéia.
A mãe de Lúcia então ficou muito doente, a jovem pôs-se a rezar por sua mãe, e levou a seu leito as relíquias de Santa Águeda. A mãe de Luzia curou-se da doença e aceitou a idéia de sua filha seguir carreira religiosa.
O rapaz com quem Luzia iria se casar não gostou da idéia e acusou-a de professar falsa fé cristã. O rapaz fez com que Luzia fosse julgada pela Igreja, até que foi decidido que a jovem virgem teria de ser levada a um prostíbulo para se contaminar.
Segundo a história, quando os guardas vieram buscar Luzia, seu corpo tornou-se tão pesado que nem muitos homens conseguiram tirá-la do lugar.
Luzia então foi vítima de várias torturas, sendo que uma delas foi arrancar seus olhos, que foram colocados em uma bandeja e entregues ao seu ex-pretendente. Mesmo assim, no dia seguinte os olhos de Luzia apareceram em seu rosto, intactos.
Luzia continuou sendo torturada, até que no dia 13 de dezembro um golpe de espada cortou sua cabeça.
Depois de alguns anos Luzia foi reconhecida como santa pelo Vaticano, e é hoje a protetora dos olhos.
Anos depois Lucia foi canonizada, tornando-se santa e mártir da Igreja Católica, ela é a protetora dos olhos. Sua festa é celebrada em 13 de Dezembro.

Fonte: http://www.paroquiastaluzia.org/

domingo, 12 de dezembro de 2010

Melancolia do adeus

- Um dia eu vi o sol se pôr quarenta e três vezes!
E um pouco mais tarde acrescentaste:
- Quando a gente está triste demais, gosta do pôr-do-sol...
- Estavas tão triste assim no dia dos quarenta e três?
Mas o principezinho não respondeu.
(Antoine de Saint-Exupéry)



A Tempestade ou O Livro dos Dias

Por Isabel Silva

Quem é fã do grupo Legião Urbana, ao ouvir o último CD da banda, se perguntou o motivo da mudança de estilo em que eles se transformaram quando gravaram o CD. Nada, nem letras nem melodias dos CD’s anteriores chegam aos pés desse. Renato Russo (cantor e compositor, líder da banda) colocou todos os seus sentimentos no álbum “A tempestade ou O Livro dos Dias”, que foi lançado apressadamente em 20 de Setembro de 1996, depois do intervalo mais longo entre um CD e outro.
A polêmica do último CD lançado da banda com o líder ainda em vida começou na escolha do nome. O Renato (vocalista) preferia o nome “A Tempestade”, enquanto o Marcelo Bonfá preferia “O Livro Dos Dias”. O álbum acabou sendo lançado com os dois nomes, porém, em sua capa, só aparece “A Tempestade”.
Sou muito fã da banda, desde criancinha, porém é preciso deixar minha paixão de lado para falar dos pontos baixos do CD. Mas não se esquecendo dos pontos altos.
Portador do vírus HIV, Renato Russo compôs e gravou as faixas do álbum enquanto lutava contra a doença, deixando o CD belo e muito melancólico. Com letras relativamente grandes, com a maioria das melodias lentas e introduções compridas, o CD passa uma sintonia fora do normal para o ouvinte, o que pode tornar-se cansativo. Os temas do álbum são: solidão, AIDS, homossexualismo, amor, passado e injustiças. As imagens do álbum foram inéditas, exceto as do Renato que se recusou a tirar fotos para o álbum durante a doença. Eles deixaram de seguir um costume que virou marca para os fãs: enquanto todos os álbuns vinham com as frases "Urbana Legio Omnia Vincit" e "Ouça no Volume Máximo", esse veio com uma frase do escritor modernista brasileiro Oswald de Andrade: "O Brasil é uma república federativa cheia de árvores e gente dizendo adeus", o que nos faz pensar mais uma vez que o álbum é uma despedida. O álbum traz rock clássico, lirismo e classicismo.
Isso tudo não quer dizer que o disco não possui músicas alegres. Há espaço para músicas com letras mais cotidianas, mais dançantes e até para storyboard.
Não é preciso falar, mas estão aí os fãs que não me deixam mentir, “A Tempestade” é um dos melhores discos do Legião, isso se não for o melhor. Se você é do tipo de pessoas que só gosta de músicas agitadas, sem letras ou melodia alguma, só batida, por favor, não ouça! Mas se não, vá à primeira loja e procure o álbum. Pra mim, é o álbum mais bem pensado da banda e é meu preferido e não hesite em ouvir, sim, no volume máximo a despedida do Renato quando ele canta “e quando eu for embora, não, não chores por mim”.
Já vimos de tudo nas letras do Legião Urbana: drogas, sexo, suicídios, amores e solidão, e, infelizmente, não virá mais nada depois “da tempestade”.

Créditos:
Texto: Isabel Silva
Fotos: scanner do CD
 
Nota do blog: Para mim esse é um dos melhores, ou senão o melhor disco da Legião. E o ouço tão pouco, ante a sua carga de melancolia, o que me dá medo. Mas talvez por isso mesmo seja tudo tão sincero ali. Encontrei também em uma das canções desse disco a frase Oscar: "Digam o que disserem o mal do século é a solidão, cada um de nós imerso em sua própria arrogância esperando por um pouco de afeição". Levando em consideração que depois desse disco eu não encontrei mais alento, já nem sei se devo acreditar na velha máxima de que "depois da tempestade vem a bonança". O sol ainda não voltou.