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"Engolimos de uma vez a mentira que nos adula e bebemos gota a gota a verdade que nos amarga." Denis Diderot

sexta-feira, 23 de novembro de 2018


CANTIGA MODERNA DE NINAR PRA HELENA

Dim Dom, Dim Dom
Vou compor uma cantiga sem sair do tom
Pa-Pa-Pum, Pa-Pa-Pum
pra Helena que virá no século XXI

Vou pegar na minha estante
Clássicos que conheci
Branca de Neve, Os Três Porquinhos,
O Patinho Feio e outros mais
Porém, se a realidade me impedir
De fantasiar a vida assim
Vovô vai inventar um jeito
De não ficar tão ruim

E se as coisas se desequilibrarem
Eu bato a caixinha com o Ministro da Educação.
O país anda uma maravilha,
Alice é que não está aqui mais não.
E para aquele político metido a bicho esperto,
Vovô vai armar uma arapuca de pegar gavião.

Não tenha medo da Cuca
Ela não vai pegar você
O pica-pau bateu asas, foi embora
E o sítio agora pertence ao MST.

A Branca de Neve corou de vergonha
Com os sete pecados daqueles anões.
Os três porquinhos foram pra frigideira
E a Chapeuzinho, segundo o lobo,
Saiu por aí com alguns foliões.

A inocência anda meio esquecida
O paraíso perdido ainda não se achou
Mas ser feliz é preciso
E seja o que for essa a vida,
Eu vou te fazer sorrir, meu amor!...

Blém-belelém, blém-belelém
Vou fazer uma cantiguinha pra você, meu bem.
Plic-ploc, plic-ploc
Acho melhor em ritmo de rock.

(Eliel Silva, novembro/2018)


O Tempo, a ferida e a dor

Na tarde em que o sol se intimidou
E uma nuvem densa encobriu a cidade
e suavizou todo o clima,
Eu senti que você estava aqui tão perto.
Mas quem ousaria quebrar esse silêncio
imposto por essas pedras do caminho?!
Há musgos por todas as nossas veredas.
Foi o que restou.
Há tempos, o tempo desembainhou a sua espada.
Feriu as nossas vidas.
Mas também se vive aos pedaços.
Resistindo, em meio as tentações,
ao tempo e a dor.
Dizem que partir daquele jeito
é que é normal.
Mas a dor alheia sempre
é bem mais fácil de curar.
A nossa dor é ferida sem unguento certo. 😢
(Eliel Silva, 23.11.2017)