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"Engolimos de uma vez a mentira que nos adula e bebemos gota a gota a verdade que nos amarga." Denis Diderot

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Coisa de gênio

Stevie Wonder consolida noite da black music no Rock in Rio

Por ANDRÉ NADDEO, enviado especial ao Rock in Rio

RIO DE JANEIRO - Já era sexta-feira no Rock in Rio quando Stevie Wonder, com trinta minutos de atraso, vestindo seu tradicional traje lantejola-azul que cobre todo o corpo, chegou a passos calmos ao palco Mundo do Rock in Rio e provou que a escolha de Roberto Medina pelo gênio da música soul para fechar a noite extra do Rock in Rio foi "na mosca".
O quarto dia do Rock in Rio, que nem era para ter acontecido, mas em função da alta procura por ingressos acabou sendo criada às pressas, tornou-se uma das mais gratas surpresas do festival, com apresentações convincentes de Jamiroquai e Janelle Monáe, além, claro, do próprio Stevie Wonder - a Orquestra Sinfônica tocando Legião Urbana também emocionou. Apenas a cantora Ke$ha, com seu pop-cachorra, destoou da noite com uma apresentação sofrível.
Sempre sorridente e interagindo com a plateia, arriscando os tradicionais "tudo bem?" e "obrigado", o artista, cantor, compositor e gênio da black music, no auge dos seus 50 anos de carreira, fez um show irretocável - para alegria dos vários "coroas" espalhados pela Cidade do Rock - arriscando ainda, de improviso, versões de "Garota de Ipanema" (Tom Jobim e Vinícius de Moraes) e "Você Abusou", de Toquinho. A única falha ficou por conta do tempo da apresentação - estavam previstas 2h30 de show, reduzidas para apenas 2h.

Fonte: MSN – entretenimento

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Com a palavra...


Em seu blog, Claudia Leitte rebate críticas sobre seu show no Rock in Rio

Claudia Leitte usou seu blog oficial para desabafar sobre as críticas que sofreu após sua apresentação no Rock In Rio, na noite da última sexta-feira (23). Veja, abaixo, parte do que a cantora escreveu:
"Artistas internacionais vêm pra cá, mostram a bunda, atrasam-se por duas horas porque estão dando uma festinha no camarim, não conseguem conciliar a respiração com o canto, não preparam espetáculos para o nosso povo, desafinam, enfim, pouco se importam conosco, querem beijar na boca, ir à praia e tomar nossa cachaça, e nós, que pagamos caro para assistir aos seus 'espetáculos' em nossa terra, aplaudimos a tudo isso. Ah! É Rock! É Pop! É bom!
Sim! Eu sou uma cantora de AXÉ no Rock in Rio com muito orgulho. Foi através da música baiana, da minha luta diária, do apoio de gente honesta que trabalha tanto quanto eu, do meu talento e, sobretudo, da fé que tenho em Deus, que cheguei aquele palco.
Bem como aprendi em minha casa que é com muito trabalho e honestidade que se constrói a almejada vitória, sei que se faço questão de criticar de modo depreciativo o outro, ressalto minha insatisfação e insegurança comigo mesma! Enfim, fui convidada para fazer o Rock in Rio Lisboa e a próxima edição do evento aqui no Brasil em 2013".



Fonte: UOL – Entretenimento / Música

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Ação

"Eu só não quero cantar sozinho,
eu quero um coro de passarinho.
Quero levar o meu canto amigo
 a qualquer amigo que precisar."
(Eu Quero Apenas - Roberto e Erasmo)



UCA
Aconteceu, na semana passada, mais precisamente na quinta-feira, 16 de setembro, nas dependências da E. E. General João Varela, aqui na cidade de Ceará-Mirim, o lançamento do Projeto UCA (Um Computador por Aluno). Todos os alunos da foram contemplados com um laptop. Isso proporcionará a cada um o ingresso no mundo digital, de forma responsável e prazerosa, sob a orientação de uma coordenadora. Convidado que fui, me fiz presente naquele início de tarde, onde, logo de cara, tive a grata surpresa de assistir a uma apresentação de um coro de crianças daquele estabelecimento de Ensino. Afinados, seguros e confiantes no amanhã, aqueles anjinhos deixaram uma mensagem de esperança, mesmo diante desse quadro tão caótico em que se encontra a nossa educação, tão carente de boas ações por parte dos nossos governantes, mas que caminha, graças a força, a garra e o compromisso dos nossos educadores. Parabéns a todos os que fazem a E. E. General João Varela e aos funcionários da DIRED, também presentes naquele momento de festa. Vale a pena acreditar!


Palavras da coordenadora do Projeto:

O objetivo do projeto e socializar novas formas de utilização das tecnologias digitais nas escolas publicas e a E. E. Gal. João Varela foi a escola escolhida no nosso município.
Ele tem a finalidade no processo educativo da melhoria da qualidade do ensino aprendizagem ampliar as mídias, diminuir a evasão escolar  e redimensionar a pratica pedagógica dentro e fora das escolas, ressaltar a importância dos educadores  para o novo modelo de ensino.
Dessa forma o tradicionalismo escolar cede espaço para uma nova forma de planejar conteúdo, assim sendo podemos proporcionar  a discussão coletiva, a integração das diversas áreas do conhecimento, o trabalho em equipe e novas situações vai contribuir  para a formação da cidadania.
Enquanto coordenadora do projeto, eu, Valdiana Nazário, me sinto honrada em poder proporcionar o que sei e que ainda  estou aprendendo aos meus colegas de instituição, nesta escola todos sabem o quanto gosto deste universo que envolve a tecnologias.
Muito obrigado



Créditos:
Fotos e comentário: Eliel Silva

terça-feira, 20 de setembro de 2011

O rock errou

Palavras de quem viveu (e vive!) o rock de perto...


Para Serguei, "avô" dos roqueiros brasileiros, Rock in Rio foi desfigurado

O roqueiro Serguei, considerado a seus 77 anos o "avô" do rock nacional, considera que a nova edição do Rock in Rio, que começará na sexta-feira no Rio de Janeiro, desfigurou o espírito original do festival, transformado em um espetáculo comercial com pouco rock.
"O rock and roll não é só um gênero musical. O rock and roll é uma cultura, é um estilo de vida, é uma atitude, e não vejo nada disso em um samba ou em um axé", afirmou à Agência Efe Serguei desde seu refúgio e casa-museu em Saquarema, cidade litorânea do Rio de Janeiro na qual vive de suas lembranças.
O cantor, que lançou o primeiro de seus dez discos em 1966, é um veterano de festivais e não só participou de Woodstock (1969) como também foi um dos artistas do segundo Rock in Rio (1991) e do terceiro (2001).
O músico, que não se importa em ser chamado de "dinossauro" do rock e que não perde oportunidade de evocar seu suposto romance com Janis Joplin, considera que a inclusão no festival de grupos de samba, pagode, axé e outras músicas populares desfigura o Rock in Rio em seu retorno à cidade na qual nasceu.
A nova edição do festival será realizada nos fins de semana de 23 a 25 de setembro e de 29 deste mês a 2 de outubro, e contará com as apresentações de bandas como Coldplay, Red Hot Chili Peppers, Metallica, Lenny Kravitz e Guns N''Roses, entre outros.
A lista de artistas estrangeiros inclui vários ídolos do pop, como Shakira, Rihanna, Elton John e Stevie Wonder.
Entre os brasileiros, apesar de incluir as bandas de rock com mais destaque no cenário nacional, como Paralamas do Sucesso, Titãs e Skank, também há vários cantores de samba e música popular brasileira, como Milton Nascimento, Maria Gadú, Zeca Baleiro e Martinho da Vila.
"Podem ser os melhores intérpretes de samba do mundo, mas não são rock", alega Serguei, que recebeu a Efe maquiado como antigamente, com suas tradicionais roupas psicodélicas, lentes de contato azuis e uma peruca de cabelos compridos de cor escura, apesar das rugas que não escondem sua idade.

Veja matéria completa acessando:
Fonte: Portal terra - sonora

domingo, 18 de setembro de 2011

Por que será?

“Esses senhores se sentam à mesa
Decidem por nós...  Negociações...
Estúpidos e idiotas da política!
Dólares, tanques e mísseis
Meu coração tropical não aguenta
E o Cruzeiro do Sul, que não nos orienta?”
(“No Maior Jazz” – Belchior)


Cultura, vaidade e individualismo na terra do Engenho Guaporé



Aprendi na escola primária que cultura são as expressões e crenças de um povo transmitidas entre as gerações e que a mesma deveria ser preservada. Também aprendi que a cultura une os povos, ou pelo menos aqueles que seguem um conjunto de hábitos e tradições comuns a um grupo social. Aprendi também que a cultura está em nossa mente, coração e alma e que deveria ser despida de interesses individuais, haja vista que é algo que se constrói coletivamente.
Entretanto, acontece que o que aprendemos na escola às vezes é bem diferente da realidade. Muitos ditos entendidos em cultura a fazem por interesses privados, pessoais, e não pelo trabalho de preservar as tradições e história de um povo. Outros até tentam fazer algo em prol da cultura, mas esbarram em dificuldades financeiras, na falta de capacidade técnica, na burocracia do Estado ou no pessimismo daqueles que só sabem atrapalhar.
Diante disso, acho lamentável o que temos presenciado ultimamente na terra dos verdes canaviais. Como pano de fundo as ruínas da casa grande do Guaporé, e no cenário principal, grupos “brigando” pelo direito à redenção daquele prédio, um dos ícones da história e cultura da terra do barão de Ceará-Mirim. Farpas daqui, farpas dali! Na platéia, o público, formado por boa parte de desentendidos em cultura, mas que acham graça nas matérias postadas nos blogs locais.
Sinceramente, minha humilde ignorância não entende! Se todos querem a mesma coisa, se ambos “brigam” pelo bem comum de todos, que é salvar a memória, a história e a cultura da terra de Madalena Antunes, por que não somam forças numa ação sinergética? Por que não trabalham numa grande equipe, cada um ajudando dentro de suas possibilidades e estruturas disponíveis?
A cultura do verde vale clama por socorro! Precisamos acabar com a vaidade e o individualismo e preservar uma história e cultura que vão muito além de casarões, brasões e barões, símbolos de uma cultura canavieira latifundiária e escravocrata.
Já dizia o Raul Seixas: “Nunca se vence uma guerra lutando sozinho / Cê sabe que a gente precisa entrar em contato / Com toda essa força contida e que vive guardada.”
Viva a cultura!
Ilton Soares
Geógrafo e professor universitário
Membro do Movimento Alternativo Goto Seco.


Foto: Blog do professor Gibson Machado (Link ao lado)

sábado, 17 de setembro de 2011

Revelação

"Um dia vestido
de saudade viva
faz ressuscitar.
Casas mal vividas,
camas repartidas,
faz se revelar."
("Revelação" - Clodo / Clésio)

Talentos fora da gaveta


A poesia de Willian Gladson

Livros e afins

Fazendo arte: Ivo Maia, Manuela, 
Júlio Siqueira e Naldo

Muito boa a iniciativa da turma do Goto Seco em lançar uma revista de poesia (Revista de Poesia Contemporânea de Ceará-Mirim), com trabalhos de vários poetas da nossa terra, muitos deles, desconhecidos do grande público. Eu entrei nessa primeira edição e sou grato ao Goto Seco pela deferência ao meu trabalho e ao trabalho dos demais poetas (anônimos ou não).
Cícero Marques, Willian e o professor 
Ilton Soares (extasiado ou anestesiado)

Top Trio (Dedé, Bruno e Vovô)
 - chorinho e encanto

Banda "Seu" Zyzy

Quanto ao evento, III Encontro de Música, Arte e Poesia, que também foi um sucesso, pude conferir esse encontro de várias tribos. Devido a uma recente cirurgia não ando com tanto gás assim, então costumo chegar um pouco atrasado nos lugares e sair um pouco mais cedo, e isso me impediu de ver as apresentações de músicos como o Alexandre Lacerda e das meninas Danny Nascimento e Vânia Simião, o que para mim foi uma pena, mas não me faltará oportunidade de apreciar o trabalho dessa gente. 
Coral Toque de Caixa

Banda KDA2

Ivo Maia - impecável em sua
 performance (e uma nave 
espacial parecia estar
 estacionada bem ali)

A todos que por ali passaram, artistas e público, e aos organizadores, os nossos sinceros parabéns. Tô descobrindo aos poucos que vida tem cura! "And it's all over now, Baby Blue".
Easy Rider aqui

A bela e o "bruxo" de Shangri-la

Ruy Lima está de volta 
(se é que ele se foi algum dia)

Yrahn Barreto
Créditos: 
Texto e fotos de Eliel Silva

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

A alegria de viver

Eu, com o meu amigo Josivan "do Planalto"

Na semana passada, atendendo ao convite do jovem Josivan, Josivan do Planalto, como ele costuma se identificar quando liga para a rádio, ouvinte que é do programa dominical Jovem Guarda Especial, levado ao ar pela 87 FM, das 8h às 11h, e apresentado pelo Edvaldo Morais, Eliel Silva e o Paulo Costa, fui visitá-lo na sua escola, onde aproveitei para assistir a um desfile dos alunos em comemoração a Semana da Pátria. Josivan é um dos primeiros ouvintes a ligar, nos pede alguma canção, quase sempre de cunho religioso, oferece para suas professoras da APAE e renova sempre o convite para aqueles que quiserem visitar as dependências da sua escola. Foi o que eu fiz, naquele dia 8 de setembro, e foi emocionante. Esse rapaz é um verdadeiro exemplo de superação. Parabéns a toda a equipe da APAE pela dedicação.

Josivan, amigos de escola e professores

"Sei que ninguém vai me tirar, a alegria de viver.
Pode tudo acontecer,
Nada me fará afastar da esperança.
Por tantas provas já passei,
Quantas lágrimas chorei,
Por um mundo que não sei compreender.
Com meus olhos de criança.
Mas hoje eu sei, que só através do amor,
O homem pode se encontrar,
Com a perfeição dos sábios.
Uma ambição maior, mais do que pode supor.
O império da razão.
Toda vã filosofia.
("Toda Vã Filosofia" - Guilherme Arantes)

Fotos: 
Professora Margareth e Eliel Silva

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Malandragem

Vinte anos depois, Ângela Ro Ro conta por que se recusou a gravar "Malandragem"

Composta por Cazuza e Frejat no final dos anos 80 especialmente para Angela Ro Ro, a música "Malandragem" ficou conhecida nacionalmente na voz de Cássia Eller.
Depois de 20 anos, arrependida pela atitude, Angela Ro Ro conta que gostou da melodia, das guitarras mas decidiu não gravar a música porque achou a letra de Cazuza um "absurdo".
Durante a conversa, a cantora lamenta não ter recebido convite para participar do Rock in Rio e pede que Frejat a leve como convidada. "Não fui convidada para o Rock in Rio porque sou maior de 60", brinca.

Fonte UOL Entretenimento *Música

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Lá de cima

"Mas é que lá em cima
lá na beira da piscina,
 olhando os simples mortais..."
(Judas - Raul Seixas / Paulo Coelho



No mês de agosto o Brasil comemorou os vinte e dois anos da morte do cantor e compositor Raul Seixas. Maluco, irreverente, contestador, metamoforse ambulante, Raul Seixas era um homem à frente de seu tempo. Passou pela terra como um cometa brilhante. Deixou um legado que até hoje é preservado pelos seus admiradores e fã-clubes espalhados por todo o Brasil. Nesse texto, escrito em primeira pessoa, deixo Raul se dizer. Em algum ponto, aquele que conhece seu pensamento e sua obra poderá questionar: “mas Raul não pensava assim”. E a metamorfose ambulante? E o estar aberto a conceitos novos?  No mais, é um texto afinado com o pensamento de Raul e com muitas alusões à sua obra.
***
As aventuras e reflexões de Raul Seixas na cidade das estrelas

Meu nome é Raul. Raul Santos Seixas. Nasci em Salvador, Bahia, em 28 de Junho de 1945. Deixa eu me dizer de outra forma, que essas falas muito certinhas não fazem muito meu estilo não. Vocês estão cansados de saber que, enquanto vocês se esforçam pra ser um sujeito normal, eu por outro lado, vou aprendendo a ser louco, um maluco total, na loucura real. Controlando minha maluquez, misturada com minha lucidez.  Na verdade, “Eu sou a areia da ampulheta... Cachaceiro mal amado, o triste-alegre adestrado. Eu sou a areia da ampulheta.      O que ignora a existência de que existem mais estados, sem idéia que é redondo, o planeta onde vegeta”.  Quando nasci? “Nasci há dez mil anos atrás e não tem nada nesse mundo que eu não saiba demais”.  No jogo da vida “prefiro ser essa metamorfose ambulante, do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo, sobre o que é o amor, sobre quem eu nem sei quem sou”.
Meu lugar agora são os espaços etéreos, as regiões mais distantes do cosmos. Gosto de admirar a beleza da lua de Júpiter... Os anéis de Saturno... Adoro passear pelas galáxias distantes. Bicho, elas são de rara beleza. Não encontro palavras com as quais possa construir uma descrição. São jardins de luzes coloridas. Uma das coisas que já aprendi, e que se constitui num dos meus passatempos favoritos, é me misturar ao brilho delas. De vez quando, o moço do disco voador me leva pra dar uns passeios surreais. É um modo de fugir da rotina.
Fui chamado aos caminhos da eternidade em 21 de agosto de 1989. Do lado de cá, encontrei respostas para as questões existenciais que sempre foram motivo de questionamento para os homens de todos os tempos. Minhas companhias aqui são selecionadíssimas! Um pessoal bem bacana! Tem um jardinzinho bem transado onde nos reunimos para bater um papo, chama-se Jardim do Éden. Quando eu chego Ghandi já está por lá, depois vão chegando Platão, Schopenhauer, Oxalá, Shiva, Krishna, Jesus Cristo. Até Crowley, aparece por lá de vez em quando.  A conversa vai longe. Entramos eternidade adentro, discutindo a evolução humana, evolução espiritual, destinos da humanidade e questões desse tipo.
Tenho meditado, ultimamente, acerca de algumas das mais belas páginas da filosofia: o Mito da Caverna, de Platão. É um dialogo metafórico entre os personagens Sócrates e Glauco. Sócrates pede a Glauco que imagine uma caverna. Dentro dela, homens que sempre estiveram acorrentados, sem poderem se locomover. A única visão que possuem é a parede em frente a eles. A única iluminação do ambiente vem de uma fogueira atrás deles. Entre a fogueira e os prisioneiros há um caminho ascendente e, ao longo deste, um muro. Ao longo desse muro passam homens transportando animais e objetos. Uns conversam. Outros passam em silêncio. Essa movimentação provoca sombras na parede à frente dos prisioneiros. Os habitantes da caverna tomam essas sombras e os sons que vem do exterior como realidade.
Se um desses prisioneiros fosse arrastado à força para fora da caverna ficaria, à princípio, completamente perdido. Sentiria dores pelo corpo devido ao fato de ter ficado tanto tempo sem movimentar o corpo. A luz do sol o ofuscaria e ele seria obrigado e desviar o olhar. Não conseguiria fixar diretamente as pessoas e objetos reais. Seria uma adaptação dolorosa até que ele conseguisse contemplar as coisas com nitidez. Igualmente doloroso seria o processo inverso, ou seja, passar da luz às sombras. Acostumados à luz, seus olhos teriam dificuldade em encarar às sombras. Certamente sofreria com a zombaria de seus antigos companheiros. Diriam eles: “o mundo lá fora não te fez bem. Te afetou a vista e ainda embaralhou tuas idéias”. Até fazê-los compreender a realidade, teria um longo caminho pela frente.
Assim também é o plano físico. A humanidade enxerga sombras na parede e crê que é realidade aquilo que enxerga. Claro, há os que conseguiram subir pelo caminho ascendente e brilharam. Há também aqueles que se esforçaram por abrir os olhos de quem estava na caverna e não se deu nada bem. Lembram do filho do dono da vinha? Pois é, ele esteve aí, há dois mil anos atrás, pregando umas verdades e o mataram pregado na cruz. Eu hein! Eu não sou besta pra tirar onda de herói...
A minha história a maioria de vocês já conhece.  Cresci menino da classe média baiana. Freqüentava os melhores clubes de Salvador. Mas o rock veio alterar a rota do trem quando fui morar perto dos norte-americanos que tinham vindo pra Bahia por causa da Petrobrás, que havia acabado de se instalar na região. Com a molecada americana ouvi os primeiros acordes daquele ritmo que modificaria meu modo de ser. Little Richard, Chuck Berry, Elvis Presley. Era brasa pura. Me envolvi com a coisa de tal forma que, quando vi, eu já estava fundando um fã clube do Elvis: o Elvis Rock Club. Depois botei a mão na massa e fundei, junto com outros amigos, o The Phanters que depois veio a ser chamar Os Panteras. O rock era, na época, uma música marginalizada. Era música tocada em subúrbio, não em teatros e salões. E eu envolvido com essa gente. Imagina o trabalho que dei pros meus pais! Os Panteras eram a melhor banda de Salvador, por isso, quando a turma da Jovem Guarda vinha à cidade e precisava de acompanhamento, era a nós que eles chamavam.  Tocamos com Roberto Carlos, Wanderléia, Ed Wilson, Wanderley Cardoso. Os meus favoritos eram os Jet Black. Até que o “cumpadi” Jerry Adriane nos levou para o Rio de Janeiro. Lá gravamos um disco que, comercialmente, não emplacou. Voltamos pra Salvador. Rapaz, entrei numa depressão, que não é bom nem falar! Aí conheci um cara que era diretor da CBS, o Evandro Ribeiro, que se tornou meu amigo em Salvador. Tempos depois esse cara me faz um convite para voltar ao Rio como produtor fonográfico da gravadora. Voltei pra cidade maravilhosa. Porém o emprego burocrático não era a minha praia. Como produtor ouvia tanta música sem qualidade e letras medíocres que resolvi gravar meu próprio LP. Aproveitei um descuido do patrão... e gravei o disco Sociedade da Grã-Ordem Cavernista Apresenta Sessão das Dez(1971). Os diretores ficaram bravos recolheram o disco da praça e, ainda por cima, me demitiram. Fizeram foi uma grande burrada. Fui pra Philips e entrei lá pela porta da frente. Depois disso me sobrevieram glórias e fracassos. A maioria dos meus trabalhos é autobiográfico. Neles eu me desnudo. Digo quem sou. A parceria com Paulo Coelho foi bem importante em minha carreira.
Uma das minhas maiores mancadas foi não ter percebido as armadilhas na beira da estrada. Por exemplo, a dependência ao álcool me trouxe uma pancreatite e, com ela, vieram dores terríveis, internações em hospitais e outros desconfortos que vocês nem queiram imaginar.  O abuso das drogas me trouxe muitos problemas e me fechou muitas portas.
Eu e Paulo mergulhamos de cabeça na obra do bruxo inglês Aleister Crowley, dentre ela, eu destaco o Livro da Lei, aliás, foi essa obra que inspirou a música Sociedade Alternativa. “Faz o que tu queres pois é tudo da lei”. Vivi isso com intensidade. Hoje eu sei que a vida é um cheque em branco, você pode preenchê-lo do jeito que você quiser, mas... A lei de Thelema é uma “faca de dois gumes”: tanto pode elevar o homem como pode também destruí-lo.  Você pode fazer o que quiser, mas não esqueça: tudo há de ter seu preço. E alguns produtos podem te sair custando bem caro...
Pra terminar digo que, algumas vezes, ouço meus fãs dizerem “Poxa porque que o Raul tinha que ter ido tão cedo. Ao que eu diria: “Quem escapa do Trem 103? Acho que era “louco demais pra ficar mais tempo por aí...”
À minha família, aos meus fãs, meus amigos, fã-clubes espalhados por todo o Brasil eu quero agradecer o carinho que até hoje vocês sentem por mim. Obrigado por preservarem minha memória e minha obra. Daqui de cima vejo o esforço de vocês e isso me emociona... Tenho que ir agora: o Chefe me chama.
Um grande abraço a todos! (Especialmente pra você Plininho, meu irmãozinho, companheiro de traquinagens na meninice).
 *******
 José Flávio
(colaborador do Retratos & Canções)

domingo, 11 de setembro de 2011

No dia de hoje, uma canção apenas

Pensamentos
(Roberto Carlos – Erasmo Carlos)

Pensamentos que me afligem
Sentimentos que me dizem 
Dos motivos escondidos 
Na razão de estar aqui 
As perguntas que me faço 
São levadas ao espaço 
E de lá eu tenho todas 
As respostas que eu pedi

Quem me dera que as pessoas que se encontram
Se abraçassem como velhos conhecidos
Descobrissem que se amam
E se unissem na verdade dos amigos

E no topo do universo uma bandeira
Estaria no infinito iluminada
Pela força desse amor, luz verdadeira
Dessa paz tão desejada

Pensamentos que me afligem
Sentimentos que me dizem
Dos motivos escondidos
Na razão de estar aqui

E eu penso nas razões da existência
Contemplando a natureza nesse mundo
Onde às vezes aparentes coincidências
Têm motivos mais profundos

Se as cores se misturam pelos campos
É que flores diferentes vivem juntas
E a voz dos ventos na canção de Deus
Responde todas as perguntas

Pensamentos que me afligem
Sentimentos que me dizem
Pensamentos que me afligem
Sentimentos que me dizem
Pensamentos que me afligem
Sentimentos que me dizem

sábado, 10 de setembro de 2011

Aos 70



Erasmo Carlos lança clipe de "Kamasutra" e diz que deve ser o avô que jovens gostariam de ter


Dois meses depois de lançar o single "Kamasutra", Erasmo Carlos estreia agora o clipe da canção. Dirigido pelo cineasta Cacá Diegues, o vídeo mostra diversas cenas relacionadas a sexo. "Kamasutra" integra o novo disco de Erasmo, "Sexo". 
Em entrevista à revista "Rolling Stone Brasil" de setembro, que chega nesta sexta-feira (9) às bancas, Erasmo diz que completou 70 anos com "mais gás, louco para fazer mais coisas". "A molecada se assusta com o meu pique. Os jovens devem pensar: 'o Erasmo é o avô que eu gostaria de ter", disse ele, acrescentando que, para ele, "sexo é instituição, não pornografia ou sacanagem".

Ainda na entrevista, Erasmo conta que está ensaiando para o show de "Sexo", mas não revela quando levará aos palcos. "Vamos colocar umas quatro músicas novas e, é claro, tocar nos shows os sucessos dos anos 70 e 80 e aquelas que todo mundo gosta da Jovem Guarda", adianta.

"Sexo" é o 27º álbum do cantor e sucessor de "Rock N' Roll", lançado em 2009. O Tremendão contou à revista que muita gente o cobrou de lançar uma trilogia "sexo, drogas e rock and roll". "Rock e sexo já foram, mas eu acho muito pouco provável que eu grave algo com o nome 'Drogas'. isso não tem nada a ver, não faz mais parte do meu mundo".
Fonte: uol Entretenimento * Música

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Alteza



MARIA BETHÂNIA, RAINHA DA MPB


“Maria Bethânia tu és para mim a senhora do engenho em sonhos que vejo, Maria Bethânia tu és tudo que tenho...”
Esta música do compositor pernambucano Capiba gravada por Nelson Gonçalves motivou o seu irmão Caetano Veloso a batizá-la com esse nome. A baiana Maria Bethânia é hoje indubitavelmente a nossa maior intérprete. Ela estreou como cantora na     peça “Boca de Ouro” de Nelson Rodrigues no ano de 1963. Em 1964 participou dos espetáculos “Nós por exemplo”, “Mora na Filosofia” e “Nova Bossa Velha, Velha Bossa Nova” ao lado do irmão Caetano Veloso e os colegas Gilberto Gil e Gal Costa. Estreou oficialmente no dia 13 de fevereiro de 1965, quando substituiu a cantora Nara Leão no espetáculo “Opinião” ao lado dos compositores Zé Keti e João do Vale. Do maranhense João do Vale gravou seu primeiro sucesso “Carcará”. Em 1976 ao lado de Caetano, Gil e Gal Costa lançou o grupo “Doces Bárbaros” que transformou em disco homônimo. Em 1978 com o disco “Álibi” atinge a marca de mais de um milhão de discos vendidos, sendo a primeira cantora brasileira a atingir esse número. Em 1980 o álbum “Talismã” vendeu 700 mil cópias em apenas quinze dias. Em 1982 participa do disco anual do rei Roberto Carlos cantando com ele a canção “Amiga”, tornando-se assim a primeira mulher a participar do álbum do exigente Roberto Carlos. Essa admiração pelo Rei vem desde o tempo da Jovem Guarda quando ela apresentou Caetano Veloso àquele movimento musical brasileiro que durou de 1965 a 1968. No ano de 1993 ratifica seu respeito ao Rei ao gravar um LP só com músicas dele e Erasmo Carlos, o famoso álbum “As Canções que Você Fez pra Mim”, que vendeu mais de um milhão de cópias e foi convertido para uma versão hispânica (Las canciones que hiciste para mi) que traz clássicos como: Fera Ferida, Detalhes, Emoções, Você não sabe, Olha, Você, Costumes, Seu Corpo e, obviamente a música que dá título ao disco. Roberto Carlos, carinhosamente, a chama de Minha Rainha. Maria Bethânia revolucionou a forma de espetáculos no Brasil, intercalando músicas com poemas do genial poeta português Fernando Pessoa e Vinícius de Morais a quem chegou a dedicar um disco inteiro em 2005: ”Que falta você me faz.” Principal intérprete dos compositores: Caetano Veloso, Chico Buarque, Gonzaguinha, Milton Nascimento, Tom Jobim, Noel Rosa, Vinícius de Morais, Roberto Mendes e Jorge Portugal. Eclética, gravou quase todos os gêneros musicais, inclusive fazendo grande sucesso com a música “Negue” do português Adelino Moreira. Ela está entre as cinco cantoras brasileiras que mais venderam discos. Maria Bethânia é show, vida, emoção, espetáculo. É por essas e outras que eu a admiro muito e canto como milhões de brasileiros: “Hoje eu ouço as canções que você fez pra mim...”
José Normando Bezerra
Geógrafo e Professor
Natal,RN, setembro/2011     

Foto: Internet

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Eu estou aqui...

"Jesus Cristo, Jesus Cristo
Jesus Cristo eu estou aqui..."
(Jesus Cristo - Roberto e Erasmo)


Em Jerusalém, Roberto Carlos visita o Muro das Lamentações

Cantor gravou cenas para o especial que a TV Globo exibe no sábado (10). Rei esteve ainda no Jardim Arqueológico de Ha'Ofel, também na cidade.

 * Henrique Porto

O cantor Roberto Carlos visitou neste domingo (4) a esplanada do Muro das Lamentações, na Cidade Antiga de Jerusalém, em Israel. O lugar é considerado um dos mais sagrados para o judaísmo e um dos que mais atrai peregrinos no país.
O cantor, que faz show na cidade na próxima quarta (7), chegou à esplanada de carro e permaneceu no local por aproximadamente 15 minutos. Sob forte calor, aproximou-se do muro usando um quipá - pequeno chapéu obrigatório para todo judeu ortodoxo - e orou em silêncio com as duas mãos apoiadas nas pedras. O momento foi registrado pela equipe do diretor Jayme Monjardim, que prepara um especial sobre a passagem de Roberto pela Terra Santa. O programa será exibido no sábado (10), logo após a novela "Fina Estampa".
Quando deixava o lugar, Roberto teve um rápido encontro com Shmuel Rabinovitch, rabino responsável pelo Muro das Lamentações. Rabinovitch cumprimentou o Rei, o desejou sorte e disse que pessoas como ele receberam um "dom de Deus". O Rei agradeceu e declarou: "Estou muito emocionado".
Pouco antes da visita ao muro, Roberto também gravou cenas no Jardim Arqueológico de Ha'Ofel, localizado ao lada da esplanada.
"Cada lugar que a gente passa tem uma história e uma energia diferente. Ele já estava preparado para vir aqui, já sabe o que representa o muro. Acho que o momento dele agora é muito mais de sentir. A gente discute muito isso em cena. Digo sempre para ele respirar esse ar, e isso passa para as pessoas no vídeo", disse o diretor Jayme Monjardim ao final das gravações deste domingo.
Fonte: G1
http://g1.globo.com/pop-arte/noticia/2011/09/em-jerusalem-roberto-carlos-visita-o-muro-das-lamentacoes.html
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Dica:


Para ver as meninas...



(...) Hoje eu quero apenas
Uma pausa de mil compassos
Para ver as meninas
E nada mais nos braços
Só este amor
assim descontraído
Quem sabe de tudo não fale
Quem não sabe nada se cale
Se for preciso eu repito
Porque hoje eu vou fazer
Ao meu jeito eu vou fazer
 
Um samba sobre o infinito
(Para Ver As Meninas 
- Paulinho da Viola)

Danny Nascimento
& Vânia Simião
Dia 10/Setembro - Sábado
A partir da 21h
Fornalha Pizzaria e Sorveteria
O melhor da música: MPB, Pop Rock e Romântica

* Destaque do cartaz no final da página