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"Engolimos de uma vez a mentira que nos adula e bebemos gota a gota a verdade que nos amarga." Denis Diderot

terça-feira, 31 de maio de 2011

Entrevista



Um anjo em forma de mulher

Maio. Mês das mães. Mês das noivas. Gostaria de prestar minha homenagem a vocês, rosas de maio, apresentando aos leitores do REC 2010, uma entrevista com a saudosa Zilda Arns, médica sanitarista, fundadora da Pastoral da Criança.  À frente deste projeto desde seu início, em setembro de 1983. Juntamente com uma rede de voluntariado, conseguiu resultados impressionantes no sentido de reduzir as causas da desnutrição e da mortalidade infantil e de promover o desenvolvimento integral de crianças, desde a concepção até os seis anos de idade. Um trabalho que se tornou referência no Brasil e no exterior. Dra Zilda foi uma das vítimas do terremoto que devastou o Haiti, na noite de terça-feira (12), em Janeiro de 2010. Tal qual guerreira que tomba em campo de batalha, ela estava dentro de uma igreja, onde acabara de proferir uma palestra para cerca de 150 pessoas, falando de sua história pessoal e do trabalho desenvolvido na Pastoral da Criança.

Antes de apresentar a entrevista propriamente dita, gostaria de situar o leitor no contexto no qual ela foi realizada.                                                                   
 Em 2002, terminava eu o curso de Jornalismo, pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas) e como projeto de conclusão de curso, resolvi escrever o livro-reportagem Luzes e Sombras, tratando da questão da criança e do adolescente em situação de risco. No dia 04 de junho daquele ano, a Dra Zilda veio à Campinas/SP, receber o título de cidadã campineira. Aproveitei para marcar essa entrevista. Conversamos no palco do teatro InTouch que, por coincidência, seria inaugurado naquele dia, no distrito de Barão Geraldo. Nesse ambiente, dedicado ao entretenimento, a médica falou, dentre outros assuntos, da seriedade do trabalho da Pastoral da Criança, desigualdade social e educação.

José Flávio - A Pastoral da Criança acompanha a criança até os seis anos de idade. E depois? O que acontece?  

Zilda Arns - A Pastoral da Criança foi fundada em nove de setembro de mil novecentos e oitenta e três, especialmente para reduzir a mortalidade infantil, a desnutrição e a violência na família. Estudos demonstraram que o adulto é muito do que foi na infância. Se, quando criança, ele foi tratado com respeito, com amor, se tinha saúde, educação a criança evolui para um jovem feliz, equilibrado. A primeira infância é muito importante. Nós optamos por cuidar da primeira infância. Buscamos com nosso trabalho atender as crianças, não só na parte de saúde, mas também na educação, na família, na educação para a fé. Antes era uma novidade a Igreja pesar criança, onde já se viu, hoje é totalmente aceito, não só no Brasil como no mundo todo. Após os seis anos a escola deveria assumir o trabalho com as crianças, digo, ter reforço escolar, música, arte. Seria muito mais barato se tivesse nos bolsões de pobreza, uma escola funcionando o dia inteiro com comida, música, arte, esporte, educação para o trabalho. Sairia mais barato do que ter de cuidar de menores infratores. O que a Pastoral da Criança faz é um trabalho de prevenção, no sentido de que as crianças cresçam normalmente e felizes.

José Flávio - A Sra. vê alguma relação entre pobreza e marginalidade?

Zilda Arns - Todas as pesquisas demonstram que, quanto maior a concentração de renda, maior a criminalidade. Se o município é todo pobre, há pouca violência. Ou se o município é todo rico, há pouca violência. Mas se há muita gente pobre e pouca gente rica, então essa diferença gera violência. O importante na educação para a paz são as ações básicas como; saúde, nutrição, cantar, mamar no peito, rezar, educar os filhos, ajudar as mães. Políticas compensatórias como o Bolsa Escola, Bolsa Família são uma saída, mas, além disso, tem que se erradicar o analfabetismo, cuidar do meio ambiente. Os bolsões de miséria devem ser um problema a ser enfrentado não só pelos governos, mas por toda a sociedade. O governo tem que ter um programa que fixe a pessoa, seja no campo ou na cidade. Um programa de habitação, lazer, educação, gerar oportunidade de serviço ou de renda. Realmente, a pobreza gera muita iniqüidade, além do enorme prejuízo que causa as crianças, pois geralmente, a miséria não vem sozinha: traz junto consigo a falta de informação, analfabetismo, com isso, as pessoas se tornam mais vulneráveis. É uma situação injusta, uns tem comida demais e jogam fora, e outras não têm o que comer.

José Flávio - A Sra. afirmou em entrevista ao Jornal Estado de São Paulo, em abril de 2000, que quanto maior o grau de estudo da mãe, menor é a possibilidade de ocorrência de morte para seus filhos. Que relação há entre analfabetismo e mortalidade infantil?

Zilda Arns - Quanto mais baixa a escolaridade, menor a condição da mãe de cuidar da criança. Falta informação. Ela não pode ler, tem dificuldade de se mobilizar quando a criança está doente. Ela depende dos outros até para pegar um ônibus, para saber um endereço. Então a mortalidade infantil é inversamente proporcional a escolaridade da mãe. Por isso, o instrumento principal da inclusão social é a democratização do saber.

José Flávio - Na opinião da Sra. alguns programas de TV, de certa forma, incentivam as crianças a serem violentas?

Zilda Arns - Os valores culturais são muitos importantes. Quando os ensinamentos da família são sólidos, a criança aprende a ter um sentido crítico. E quando a criança se cria com um espírito crítico, ela pode até ver, mas ela sabe que aquilo está errado e não deve agir de forma semelhante. Quando a criança se cria num ambiente no qual não há muitos princípios, os valores culturais ficam conturbados. Aí entra promiscuidade, desonestidade, agressões. Então ela pensa que aquilo é normal. Essa questão depende muito da educação que se dá as crianças.

José Flávio - A partir dos anos 90, o Terceiro Setor (Organizações Não Governamentais) teve um crescimento muito grande, atuando inclusive, em áreas onde o Estado deveria atuar. Isso se deve a um aumento da solidariedade ou é falha do Estado?

Zilda Arns - Na minha percepção, o Estado é administrador do nosso dinheiro. Isso não quer dizer que eu posso jogar lixo na rua porque estou pagando um lixeiro. Eu percebo  os problemas sociais como falta de visão de conjunto. Nós, enquanto sociedade, esperamos somente que o governo faça. É necessário arregaçar as mangas e fazer a nossa parte. A sociedade está assumindo cada vez mais sua parcela de responsabilidade. Isso é maior consciência social. E essa atitude de “assumir mais”, de certa forma, pressiona o governo a agir.

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Brothers In Arms

"Há tantos mundos diferentes
Tantos sóis diferentes
e nós temos apenas um
mas vivemos em mundos distintos."
("Brothers In Arms" - Mark Knopfler)

Parte do acervo do C. Henrique
"Banda Boca da Mata"
Na linha de frente: Emerson (guitarra),
 Carlos Eduardo (vocal), Raimundo (vocal)
 e Vânia (vocal)

Banda Boca da Mata faz bonito no IV Tributo a Bob Marley, na cidade de Ceará-Mirim/RN

Parece aquela história do poema do Drummond:  um tocava com outro que era irmão de um outro, e assim vai... Me pareceu que o processo de formação da banda Boca da Mata foi mais ou menos assim. Para se ter uma idéia: um dos caras da percussão, o Carlos Henrique, é irmão do vocalista Carlos Eduardo; o outro vocalista, meu compadre Raimundo, é irmão do baterista, Romildo; a backing vocal Vânia é irmã do baixista, Naldo e de um dos tecladistas, o Raimundo
Raimundo (vocal)
Vânia (vocal), Naldo (baixo)
 e Raimundo (teclado)

Os "não" irmãos, porém unidos pelo mesmo objetivo, Emerson na guitarra, e as participações especiais do Vovô, também na percussão, e do Gerailton (da banda Eternamente Jah, o que explica aqueles arranjos incríveis que ele fez) no outro teclado, completam a irmandade. E assim está formada a banda de reggae Boca da Mata, a primeira do gênero na  cidade de Ceará-Mirim. O grupo já tocou em alguns outros eventos como no Projeto Voz da Juventude, na Noite da Calourada do CAIC, mas nesse IV Tributo a Bob Marley pode-se dizer que foi oficializado o seu batismo.
Romildo (bateria) e Gerailton (teclado)
Carlos Henrique e Vovô (percussão)

 Como todo grupo iniciante, eles optaram por fazer a abertura, porque se costuma deixar as atrações principais para depois. Pois eu digo que para mim, sem desmerecer os demais grupos que por ali passaram naquela tarde/noite, a prata da casa mereceu destaque. Afinados, coesos e felizes, esses meninos (já homens feitos, com "mulher e filhos e tralha e tal") merecem todo o nosso respeito, carinho e incentivo para seguirem em frente com esse projeto bonito e diferente de tudo que já tivemos aqui. 
Público presente vibrou com as 
bandas que por ali passaram

Uma forte crise de garganta me impediu de ficar até o final, mas o que vi já foi suficiente para acreditar nos manos. Nossos parabéns aos organizadores do evento, a todos os participantes e ao público presente. Valeu brothers. Força sempre! 

Banda NaturalMente

Créditos:
Texto e fotos: Eliel Silva

domingo, 29 de maio de 2011

Um dia de domingo


"Faz de conta que
Ainda é cedo
Tudo vai ficar
Por conta da emoção
Faz de conta que
Ainda é cedo
E deixar falar a voz
do coração."
("Um Dia de Domingo" -
 Michael Sullivan e Paulo Massadas)

Quem compareceu provou e aprovou
 o nosso café da manhã

JOVEM GUARDA - 
200 SEMANAS NO AR

E chegamos aos duzentos programas JOVEM GUARDA ESPECIAL. Foi no último domingo, 22 de maio/2011. Esta marca teria sido alcançada antes se não fossem os domingos de carnaval e falta de energia elétrica algumas vezes. Garra, determinação, superação de obstáculos, a atenção aos ouvintes e o gosto pela boa música são alguns dos fatores que contribuem para a longevidade desta atração dominical na Rádio Cultura Vale Verde, a 87,9 FM de Ceará-Mirim.
Encontro com amigos e amigas

Resgatar um movimento musical lá dos anos 60, onde, inicialmente,  apenas uma faixa etária, hoje passando da idade do lobo teve como trilha sonora de momentos vividos. A priori desacreditado por alguns, com o passar do tempo foram descobrindo que o JOVEM GUARDA ESPECIAL não era um programa qualquer.
Desde 29 de abril de 2007 que as manhãs de domingo não são mais as mesmas para muita gente. Por isso, pelas canções dos anos 60, da Jovem Guarda e do Rei Roberto Carlos era necessário comemorar.
Graça e Rizelda, ouvintes fiéis do JGE

Rui Gomes, exibindo um LP do Rei, comprado
 na década de 80 na loja do Johnny Som

Já na véspera, sábado 21, fomos acompanhados por alguns amigos e ouvintes visitar o músico Bosco Tomaz na comunidade de Punaú, onde, necessitando de apoio, luta contra um terrível problema de saúde. Partilhamos com ele o resultado financeiro positivo do recente Tributo a Roberto Carlos, além da contribuição dos amigos que nos acompanharam. Gesto concreto.   
Girassóis. Reprodução feita pelo artista plástico Ronaldo Coelho
 (o popular Ronaldo Desenho) que fez doação a equipe do JGE. 
Sorteada, a pintura ficou com a senhora Vera Rangel, 
ouvinte do programa e presente naquele encontro

O amigo e colaborador Paulo Costa

No domingo 22, nossas esposas e filhos prepararam um café especial e levaram para o hall da emissora. Deu até para partilhar com quem chegou. A direção da emissora autorizou uma hora a mais. Foram três horas de programa e emoções. Para completar, fomos surpreendidos com o convite do amigo e ouvinte Dr. Paulo Roberto de França para que após o programa fôssemos até sua residência. Lá nos aguardava um farto almoço comemorativo.
Encontro com a amizade e com a música

Ficamos sem palavras para agradecer o carinho e o apreço do Dr. Paulo  e  família, dos amigos que foram até a emissora, do Diretor, por quase quatro anos,  Johnny Som, dos apoios culturais da Cabide Fino / O Boticário, dos ouvintes que congestionaram as linhas telefônicas da rádio, dos internautas que enviaram diversas mensagens, dos blogs e blogueiros,  enfim... só emoções.
O grande encontro

Que venham mais duzentos para continuarmos brindando a todos com a boa música e o entretenimento que o som da Jovem Guarda, a música dos anos sessenta e as canções de Roberto Carlos proporcionam. Nossa gratidão hoje e a amizade de sempre.
Eliel Silva e Edvaldo Morais

Alegria para os altinhos e baixinhos
Créditos:
Texto: Edvaldo Morais
Fotos: Eliel, Dora e Bel

sábado, 28 de maio de 2011

Noite de puro Iê Iê Iê

"O pulso ainda pulsa
E o corpo ainda é pouco."
Arnaldo Antunes
Arnaldo Antunes
Ao vivo lá no teatro

Com certeza ele é o mais simpático dos (ex)Titãs. Arnaldo Antunes provou isso nessa noite de sexta-feira, 27 de maio, no Teatro Riachuelo, onde apresentou o show do seu mais recente trabalho, o CD e DVD "ao vivo lá em casa". Como explica o site do artista: Ao vivo lá em casa é baseado no Iê- iê- iê (gênero consagrado pela Jovem Guarda), disco de 2009 em que Arnaldo propõe um ritmo dançante, com músicas que caíram, com facilidade, no gosto dos fãs. Com ingressos a preços popularíssimos, 20,00 reais (inteira) e 10,00 reais (meia), isso graças ao projeto MPB Petrobras, que conta com o patrocínio exclusivo da Petrobras e o apoio da Lei de Incentivo à Cultura  Ministério da Cultura, a procura foi tão grande que se esgotaram em pouco tempo. O projeto é realizado pela produtora baiana Caderno 2 Produções Artísticas e tem por objetivo promover a formação de platéia para artistas locais e nacionais, além de valorizar a canção brasileira. 
Ainda com o jeito Titã de ser

Khrystal
Antes do show do Arnaldo Antunes teve a apresentação da cantora/compositora potiguar Khrystal. Muito simpática, ela falou da alegria e da emoção de cantar naquele local.
Arnaldo Antunes era a simplicidade em pessoa. Muito simpático, fez caras e bocas no palco (o que lhe custou a calça descosturada) e ainda desceu e foi até a platéia. Artista assim é bom de ver. Ele cantou praticamente todas as músicas do disco Iê Iê Iê, que o título já diz tudo: som contagiante. Depois do bis, quando muitos já saía do teatro, os músicos voltam ao palco e Arnaldo canta "O Pulso" da safra dos Titãs, para delírio de todos.
Caras e bocas
Créditos:
Texto: Eliel Silva
Fotos: Eliel, Dora e Bel

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Dizendo a verdade


“Esse gênio esboçado, essa criança louca
Esse filho da dor
Que foi capaz de erguer do lodo
Uma voz rouca e um canto de amor
Enquanto geme e chora
Mata e mente, acusa e defende
Deixa ficar pra trás
Na sua jornada uma canção de glória!!
Dizendo a verdade
Somente a verdade.”
“Quero Ser o Homem Que Sou” 
(Dizendo a Verdade)
Raul Seixas/A. Simone/Kika Seixas
Música de câmara

Fã do maluco beleza Raul Seixas, o diretor da Fundação Nilo Pereira, Waldeck Moura, pareceu se espelhar no cantor com toda aquela sua autenticidade, e falou para os edis e pessoas presentes nessa tarde noite de quinta-feira, na Câmara Municipal de Ceará-Mirim. Usando recursos de um data show, o que facilitava a compreensão dos assuntos ali tratados, se bem que para quem estava ouvindo o seu pronunciamento pelas emissoras de rádio talvez isso até dificultasse mais a compreensão, uma vez que as imagens completavam as explicações ou vice-versa, ele procurou dar clareza às atividades realizadas pela Fundação Nilo Pereira, bem como as dificuldades enfrentadas para angariar recursos para aquele órgão nesses quase três anos da gestão do atual prefeito. Estranhei a ausência de aliados do governo naquele momento tão importante e tão esperado por muitos. O diretor da FNP parecia estar sozinho, com excessão da fiel funcionária daquela fundação, a jovem  Artemísia e do secretário da Juventude, Esporte, Cultura e Lazer, o senhor Lula.
Pode-se dizer que os componentes da Banda de Música estavam em 50% ali. Não vi os músicos do meu tempo que, talvez assim como eu, tenham uma outra linha de pensamento. Mas alguns que ali estavam se manifestaram de tal maneira que foi preciso o presidente da Câmara alertá-los de que qualquer questionamento por parte das pessoas presentes fosse feito por escrito à mesa, e seria então repassado ao diretor da Fundação.
Aproveitando o ensejo resolvi fazer (por escrito, claro) uma pergunta a respeito do lixo que alguns moradores e comerciantes da Rua Heráclio Vilar, próximo à Biblioteca, costumam colocar na calçada daquela repartição. Senti que o meu questionamento causou certa estranheza ao presidente, que talvez não tenha achado que tratar de tal assunto fosse da competência do diretor da FNP. Mas a Biblioteca é um órgão ligado à Fundação, portanto, no meu entender, o meu questionamento naquele momento fazia sentido. Na verdade eu até já sabia a resposta do nosso diretor, pois tínhamos conversado à respeito, mas foi uma maneira de tornar público esse problema do lixo, que vem acontecendo já faz bastante tempo. Os senhores edis talvez desconheçam essa questão, mas inclusive nesse blog eu já postei duas matérias tratando desse assunto. Mas o meu bloguinho é nanico se comparado a outros que existem por aqui, reconheço, e há quem não se interesse por coisas assim. 

Diretor da Fundação Nilo Pereira, 
senhor Waldeck Moura

Dentre tantos assuntos tratados, o ontem e o hoje, o antes e o agora da Fundação Nilo Pereira, um que gerou destaque foi quando Waldeck falou que ao assumir o cargo de diretor, encontrou um funcionário da prefeitura “morando” no museu, onde teria sido praticamente obrigado a passar todo o seu tempo, a fim de resguardar as instalações daquele prédio. E ainda: que ele se encontrava em condições subumanas. Que pra ele se alimentar necessitava caçar rato de cana. Isso gerou certo descontentamento por parte de um vereador que chamou aquilo de sensacionalismo. Pode ser que sim, mas usando também do mesmo artifício de mostrar imagens no datashow, foram exibidas, por exemplo: fotos da Banda de Música, do Coral Araraú, da Big Band, coisas que existiam na gestão anterior. Também foram mostradas imagens do interior da sede atual da banda, bem como fotos de vários instrumentos danificados e os banheiros sujos. Nesse caso, a meu ver isso não justifica, porque essa questão de limpeza depende muito de cada usuário. Jogar papel no cesto e dar descarga no sanitário é tarefa de qualquer pessoa que use o banheiro. Será que é preciso esperar pela turma da limpeza? Agora eu fico me perguntando quais rumos aquele debate tomaria se não tivesse entrado na história aquele personagem do Guaporé!?

Waldeck, usando recursos do data show

Bom, sensacionalismos ou não, a conversa findou quase que sem entendimento das partes envolvidas. Muitos questionamentos, muitas lamentações, algumas acusações e ponto. O mais importante, e que merecia uma resposta imediata, o rumo da nossa cultura, foi deixado pra depois.  E o pior é que, como já dizia o poeta, “o amanhã é distante”.
A sessão começou contando com a presença de oito dos dez edis, havia quórum, portanto. Mas no decorrer do debate, aos poucos alguns foram saindo, claro, cada um justificando a sua atitude. Boa parte do público presente também foi se retirando, isso talvez devido a hora que já se estendia. Num certo momento eu pensei que o secretário que fora convocado para prestar esclarecimentos da sua pasta, fosse ficar falando sozinho. Ainda bem que ficaram até o fim os vereadores Ronaldo Venâncio, Franklin Marinho Jr., Roberto Lima, a vereadora Patrícia Juna e algumas pessoas mais interessadas no desfecho do debate. Fiquei feliz com a solicitação do vereador Franklinho ao diretor da Fundação para que recolocasse a placa da Biblioteca no lugar de origem. Realmente, além de ser uma questão de identificação, faz parte da história daquela casa.
Meu caro Waldeck, quero concordar com aquele outro vereador quando falou que faz muito tempo que se vem tocando “essa mesma música”, se referindo as explicações de como o atual governo encontrou a administração e que, sempre se culpa o governo anterior pela não realização de algumas ações. Realmente não dá mais pra ficar só procurando culpados. É preciso agir, e já. Se é que ainda dá tempo! Mas sempre dá.
Só uma coisa ainda não me soa bem: é que outras “musiquinhas” vem sendo tocadas amiúde em nossa cidade pelos nossos políticos, e talvez o povo já esteja também meio cansado desse som. Esse disco eu não compro!

Uma explicação talvez (des)necessária: Música de câmara: peça composta para poucos instrumentos ou vozes.

Créditos:
Texto e fotos: Eliel Silva

quinta-feira, 26 de maio de 2011

As flores do jardim da nossa casa

“Mas não faz mal,
depois que a chuva cair
Outro jardim  um dia
há de reflorir...”
(“As Flores do Jardim
 da Nossa Casa”
Roberto & Erasmo)

Antes e depois

Radical, mas nada chique

Na tarde dessa quarta-feira,  quando costumeiramente chego à Biblioteca para desempenhar a minha função de auxiliar de pesquisa, não sem antes apreciar a beleza das flores do jardim daquela repartição, tive uma baita surpresa.  Parecia que um tsunami ou um ciclone havia passado por ali e atingido justo aquele pedaço de chão. Ora, estava mesmo precisando fazer uma limpeza naquele local, e decerto o que aconteceu não foi por autorização da direção daquela repartição (pelo menos da maneira como foi feito o trabalho), mas o estrago foi geral. 

Antes e depois

Tudo por causa de um trabalho de poda das plantas daquele jardim. Foi triste ver uma bromélia que plantamos há alguns meses e que leva um certo tempo para crescer, toda machucada. As boas-noites, espécie corriqueira de planta, é verdade, mas que foi o único jeito que um jardineiro que por ali passou, encontrou de embelezar o jardim, plantando várias mudas, - na verdade, enchendo todo o espaço - daquela plantinha, uma vez que outras espécies que foram prometidas jamais chegaram em suas mãos, ora, até elas foram devastadas. Passaram a “máquina zero” nas pobrezinhas. Penso que esse procedimento não teve o acompanhamento de um instrutor, e assim o operador fez o serviço a seu bel-prazer. Diante dessa minha indignação, me perdoem o palavrão, mas, e sinceramente, poda assim é phoda!
Antes e depois

“Mas algo está acontecendo aqui
E você não sabe do que se trata
Sabe, Mr. Jones?”

(“Ballad Of A Thin Man”

- Bob Dylan)

Créditos:
Texto e fotos: Eliel Silva

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Registro

BOSCO TOMAZ

Bosco Tomaz e seu filho. Participação
 no V Tributo a Roberto Carlos (2009)

Na manhã desse último sábado a equipe do programa Jovem Guarda Especial esteve em Punaú para uma visita ao músico BOSCO TOMÁZ  que encontra-se em tratamento de grave enfermidade e necessitando da ajuda dos amigos. Esta visita foi acompanhada pelos ouvintes do programa Rui Gomes,  Joilson Silva, Netinha e mais duas amigas do músico.  Na oportunidade foi entregue a Bosco uma contribuição financeira fruto do resultado positivo do 7º Tributo a Roberto Carlos, em substituição as costumeiras cestas básicas de alimentação.  Os que nos acompanharam também levaram  suas contribuições.

Foto: Eliel Silva

terça-feira, 24 de maio de 2011

Como uma pedra que rola

Dez coisas que você não sabia sobre Bob Dylan

Cantor, que completa 70 anos nesta terça-feira, apresentou maconha aos Beatles e já fez show para o Papa

Por Augusto Gomes, iG São Paulo | 24/05/2011

O nome é Bob Dylan, mas por pouco não foi Elston Gunn
Nascido em 24 de maio de 1941, Robert Allen Zimmerman usou alguns outros nomes artísticos antes de se decidir por Bob Dylan. O mais conhecido foi Elston Gunn. Com esse pseudônimo, ele fez alguns shows com o cantor pop Bobby Vee. Logo depois, ele assumiu o nome pelo qual ficou mundialmente famoso. Sua inspiração foi o escritor galês Dylan Thomas. Sob a mudança de nome, ele explicou numa entrevista de 2004: "Quando você nasce, você sabe, tem os nomes errados, os pais errados. Quer dizer, isso acontece. Você tem que chamar a você mesmo do que quiser chamar. É um país livre".

Dylan ofereceu maconha aos Beatles
Segundo o escritor Bob Spitz, autor de uma das principais biografias dos Beatles, foi Bob Dylan quem ofereceu maconha ao quarteto de Liverpool pela primeira vez. O fato teria acontecido quando a banda visitou os Estados Unidos pela primeira vez, em 1964. Na ocasião, John Lennon teria insistido para conhecer Dylan, de quem era fã. O encontro mudou a cara da música: os trabalhos de Dylan após 1964 foram influenciados pelo rock, enquanto os Beatles começaram a deixar as canções mais românticas e ingênuas de lado e abraçaram a psicodelia.

O inovador clipe de "Subterranean Homesick Blues"
Dylan é considerado um dos precursores do videoclipe por causa de "Subterranean Homesick Blues", de 1965, em que ele fica parado em frente à câmera segurando pôsteres com trechos da letra da música. Mas não se trata de um clipe propriamente dito, e sim da sequência inicial do documentário "Don't Look Back". As filmagens aconteceram num beco ao lado do hotel Savoy, em Londres. Outras duas versões da cena foram filmadas, usando a mesma ideia mas locações diferentes, uma num parque e outra no topo de um edifício.

David Bowie fez uma canção para Bob Dylan
Em 1971, David Bowie escreveu uma canção para Bob Dylan apropriadamente intitulada "Song for Bob Dylan". Nela, o cantor falava sobre a influência de Dylan para a sua geração ("And you sat behind a million pair of eyes / And told them how they saw" - em tradução aproximada, "E você se sentou atrás de milhões de pares de olhos / E contou a eles o que eles viam"), lamentava os discos mais difíceis que ele havia lançado recentemente ("Then we lost your train of thought" - "Então nós perdemos a sua linha de pensamento") e praticamente exigia que Dylan voltasse à antiga forma ("Give us back our unity / Give us back our family" - "Devolva-nos nossa unidade / Devolva-nos nossa família").

Woody Allen definitivamente não é um fã
Não é segredo para ninguém que o cineasta Woody Allen não gosta de música pop. Por isso, não foi surpresa quando ele resolveu fazer piada a respeito de Bob Dylan num de seus melhores filmes, "Annie Hall" (no Brasil, o filme ganhou o esdrúxulo título de "Noivo Neurótico, Noiva Nervosa"). A certa altura da história, Allen conhece uma fã de Dylan que recita a letra de "Just Like a Woman" para ele. A cara que Allen faz quando ela tenta convencê-lo da profundidade de versos como "And she aches just like a woman / But she breaks just like a little girl" é uma prova clara que ele não está nem um pouco convencido do talento de Dylan.

Bob Dylan tocou em Woodstock... em 1994
Apesar de ser um dos artistas mais importantes dos anos 1960, Bob Dylan não tocou no festival mais emblemático daquela década, Woodstock. Os motivos nunca ficaram claros: aparentemente, ele não quis participar do evento porque estava de viagem marcada para a Inglaterra. O curioso é que uma das lendas a respeito do festival diz que ele se chamou Woodstock porque essa era a cidade que Dylan morava na época - o evento na verdade aconteceu num município próximo, Bethel. Em 1994, quando um novo Woodstock foi realizado para festejar os 25 anos do evento original, Dylan marcou presença. Ele fez um elogiado show no último dia do festival.

Dylan já tocou para o Papa
Em 1997, Bob Dylan fez um show em Bologna, na Itália, diante um convidado bastante especial: o Papa João Paulo II. Na ocasião, o cantor interpretou músicas como "Knocking on Heaven's Door" e "A Hard Rain’s A-Gonna Fall". Antes de performance, quando falava ao público presente no local, João Paulo II citou trechos de uma das composições mais famosas de Dylan, "Blowin' in the Wind", em sua homília: "Você diz que a resposta está no vendo, meu amigo. Mas não está no vento que sopra as coisas longe, está no sopro no Espírito Santo".

Like a Rolling Stone com os Rolling Stones
Dylan veio ao Brasil pela segunda vez em 1998. Na ocasião, ele foi escalado para fazer os shows de abertura da turnê dos Rolling Stones no país. Como Mick Jagger e companhia estavam tocando o clássico de Dylan "Like a Rolling Stone" em suas apresentações (a versão dos Stones para a canção havia sido lançada três anos antes), nada mais natural que convidar o autor da música para um dueto. Os shows em São Paulo e Rio de Janeiro e mais as performances na Argentina foram os únicos daquela turnê dos Stones a contar com a participação de Dylan. O dueto foi um pouco tenso, afinal não houve muito tempo para ensaiar, mas valeu pelo encontro histórico.

Dylan e os quadros sobre o Brasil
A mais recente passagem de Bob Dylan pelo Brasil, em 2008, serviu de inspiração para o músico pintar uma série de quadros sobre o país. As obras foram expostas num museu em Copenhague, na Dinamarca, em 2010, e chamaram a atenção por tratarem de temas como pobreza e violência - uma das pinturas inclusive mostra um corpo no chão, em meio a uma poça de sangue. Mesmo assim, na época o cantor divulgou um comunicado dizendo que escolheu o Brasil como tema porque gostava muito de seu ambiente. Dylan pinta desde os anos 1960. A capa do disco "Self Portrait", de 1970, é uma pintura sua.

Vovô Bob Dylan
O cantor tem nove netos e, segundo relatos, tem um adesivo colado em seu carro em que se lê: "melhor avô do mundo" ("world's greatest grandpa").


Fonte: ÚLTIMO SEGUNDO
http://ultimosegundo.ig.com.br/cultura/musica/dez+coisas+que+voce+nao+sabia+sobre+bob+dylan/n1596974097494.html

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Bons momentos


"Bons momentos eu passei

Fui feliz ao lado teu.
Sabe aquela foto que eu te dei 
ficou aqui comigo.
(...)
Sabe aquele brilho dos meus olhos
Existe até hoje."
("Bons Momentos" -
 Marquinhos / Michel Sullivan)

Calendário

O mês de maio esta terminando mas deixando um saldo de muitas emoções. Felizmente, e apesar de tudo, emoções positivas, fruto de momentos bons que pudemos viver. Fora as já citadas aqui no blog, quero ainda registrar as mais recentes, de sábado pra cá, por exemplo. Mas vamos por partes..


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Sexta-feira

Aniversário do querido Paulinho professor


Imagem: CMTV (Rauze)

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Sábado
Guitar Hero

Dedé & Joyce

Ao amigo Dedé, nosso herói da guitarra, e sua esposa Joyce, em nome de todos os companheiros da Banda Alma de Borracha, desejo toda felicidade do mundo. Parabéns pelo enlace matrimonial. Que esse nosso lindo vale sinalize o verde da esperança para vocês. Deus abençoe essa união, sempre!

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Domingo

E enquanto comemorávamos o programa Jovem Guarda Especial - Edição 200, nas instalações da Rádio 87 FM, também os nossos ouvintes faziam festa.

Aniversariantes desse domingo:


Nota do blog: Ainda essa semana, imagens e comentários a respeito das emoções vividas nas comemorações do programa Jovem Guarda Especial de número 200. É que eu preciso me recompor...