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"Engolimos de uma vez a mentira que nos adula e bebemos gota a gota a verdade que nos amarga." Denis Diderot

terça-feira, 28 de janeiro de 2014

A lenda do folk




Morre aos 94 anos Pete Seeger, ícone da música folk e dos direitos civis

DA EFE

O cantor e compositor Pete Seeger, considerado uma das principais figuras da música folk e um ativista dos direitos humanos, morreu nesta segunda (27) em Nova York,aos 94 anos.
Seu neto, Kitama Cahill Jackson, informou ao jornal "New York Times" que o cantor morreu "de causas naturais" no New York-Presbyterian Hospital, onde permanecia internado há uma semana.
A carreira de Seeger, para quem a música folk tinha um sentido comunitário e era um veículo de ação política, o levou do "top dez" das rádios aos festivais de folk, e do seu desprezo pelo Congresso ao show de homenagem ao presidente americano Barack Obama, no Memorial Lincoln.
O músico cantou para o movimento operário, em defesa dos direitos civis e contra a guerra do Vietnã, apoiou a luta pelo meio ambiente e protestou contra as campanhas belicistas.
Foi mentor de jovens que começavam no folk, como Bob Dylan, Don McLean e Bernice Johnson Reagon. O músico Bruce Springsteen cantou suas canções no álbum "We Shall Overcome: The Seeger Sessions", de 2006.
Quando completou 90 anos, seu aniversário foi celebrado no Madison Square Garden com um show no qual Springsteen o apresentou como "um arquivo vivo da música americana e de sua consciência, um testamento do poder da canção e da cultura".

Fonte: FOLHA DE S. PAULO ilustrada
Link: 

domingo, 26 de janeiro de 2014

Sem ressentimentos

Nasi dá detalhes sobre a volta do Ira!, que fará turnê de 200 shows

Com Edgard Scandurra na guitarra, banda promete 'Dias de luta', 'Quero sempre mais' e 'Envelheço na cidade' no setlist. Ricardo Gaspa e Andre Jung ficarão de fora da reunião

RIO - A reunião começou tímida, em outubro de 2013 para um único show, em prol de uma campanha beneficente. Mas Nasi e Edgard Scandurra anunciaram uma volta mais consistente. A dupla, que fundou o Ira! (ainda sem o ponto de exclamação) no início dos anos 1980, sobe aos palcos a partir de maio para uma turnê de 200 shows em dois anos.
Depois do show de outubro, viajei de férias com o Edgard para refletir sobre a possibilidade de uma volta, já que a ideia foi tão bem recebida pelos fãs — diz Nasi, de 52 anos, entre telefonemas de amigos para desejar parabéns ao aniversariante que "envelhece na cidade" nesta quinta-feira. — O Ira! não acabou por crise profissional, tínhamos agenda lotada, contrato com uma grande gravadora. Acabamos por conflitos. O objetivo é fazer uma turnê de reconciliação com a gente e com o público. Conversamos sobre mudanças na nossa conduta pessoal, no comportamento e concluímos que precisamos deixar o passado para trás. Ao fim é que vamos saber se vai sair um disco novo ou algum projeto.
No repertório, haverá canções dos 13 álbuns do Ira!, além de inéditas. Ainda não há informações sobre locais, datas ou preços de shows.
Por mim, não teriam inéditas. Mas Edgard já está animado com duas músicas que ele está compondo que têm a nossa cara, então gostei da ideia. Vamos começar os ensaios na próxima semana. Com certeza não vão faltar "Dias de luta", "Quero sempre mais" e "Envelheço na cidade".
O baixista Ricardo Gaspa e o baterista André Jung, que integraram a banda entre 1985 e 2007 (quando o grupo anunciou a separação), não participam da turnê intitulada de “Núcleo Base”. Os músicos que acompanharão Nasi e Scandurra na turnê ainda não foram divulgados, mas serão integrantes dos projetos solo do vocalista e do guitarrista.
Ainda não fechamos os novos nomes, porque vamos convidar músicos da minha banda solo e da banda solo do Edgard. Das vezes que conversamos com Gaspa, ele demonstrou que tem outro projeto de vida. E sobre o André achamos que existem outros músicos mais afinados com nosso projeto.
Fonte: O GLOBO – Cultura

sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

Musa do folk

 

Cantora folk Joan Baez marca três shows no Brasil

Maior voz feminina da folk music se apresentará pela primeira vez no país, onde teve show vetado pela ditadura militar, em 1981

 Maior nome feminino da folk music em todos os tempos, responsável por apresentar ao grande público, em 1962, o então desconhecido Bob Dylan, a cantora americana Joan Baez se apresentará no Brasil pela primeira vez. Será no dia 23 de março, às 18h, no Teatro Bradesco, São Paulo (antes, ela toca no dia 19 de março em Porto Alegre, no Auditório Araújo Vianna, às 21h; e no Rio de Janeiro no dia 21, no Teatro Bradesco Rio, às 21h). A turnê An Evening with Joan Baez, realizada pela Opus Promoções, também vai ao Chile, ao Uruguai e à Argentina. Baez veio ao Brasil para cantar em 1981. Iria se apresentar no Tuca, teatro da PUC-SP, mas foi proibida, segundo denunciou, pela ditadura militar.

Desde 1958 gravando e fazendo turnês, Joan Baez, 73, segue politicamente engajada. Ela esteve, em 2011, tocando voluntariamente a canção My Apple Pie no acampamento de manifestantes do Occupy Wall Street, em Nova York. Com mais de 50 anos de carreira e 30 discos gravados, a cantora segue comapresentações baseadas em um som acústico (toca violão, piano e Ukulele) e com as famosas protest songs que a celebrizaram. Ela abre o show desta turnê, habitualmente, com Rexroth’s Daughter e In My Time of Need, para depois cantar o hino Deportees, de Woody Guthrie, pioneiro do folk americana. Também estão em seu repertório a famosíssima It'’s All Over Now, Baby Blue, de Dylan -- seu namorado de 1962 a 1965 -- e The Night They Drove Old Dixie Down, de Robbie Robertson, da The Band.

Em tempos de manifestações, ninguém tem mais autoridade para falar sobre o tema que Joan Baez. Ela, que foi estrela em Woodstock, cantou We Shall Overcome diante de 250 000 pessoas na histórica manifestação comandada por Martin Luther King em Washington, em 1963, foi presa duas vezes por bloquear a entrada do Centro de Convocação das Forças Armadas em Oakland, na Califórnia, e nunca se cansou de fazer discursos contra o recrutamento de jovens para a Guerra do Vietnã. Fez ainda uma manifestação silenciosa dentro de um abrigo antiaéreo norte-vietnamita, em Hanói. Era a única mulher que se postava ali como escudo humano para protestar contra o envolvimento dos Estados Unidos na guerra.
Joan e Bonnie Raitt escalaram uma sequoia canadense de mil anos para visitar e cantar para Julia Butterfly Hill, ativista que ficou sentada na árvore durante 500 dias para protestar contra a derrubada de sequoias antigas. Seu estilo de vida também a aproxima dos grandes alternativos do pop. No final dos anos 1990, vivia em Woodside, na Califórnia, cercada por verduras orgânicas, cabras, cães e galinhas.
Apesar da disposição para a luta, ela teve de fazer muita terapia para superar vários tipos de paúra e frustração. "Quando olho para trás, quase não posso acreditar em algumas das coisas que ‘fiz", disse ao jornal The Guardian em 2004. "Vejo aquela mocinha e ela me parece muito distante e precoce. Francamente, estou espantada e surpresa pelo que fiz. Porque não saí gritando daquele abrigo antiaéreo em Hanói ou daquela cela da prisão e não perdi a razão?".
Fonte: veja Celebridades
Link: http://veja.abril.com.br/noticia/celebridades/joan-baez-marca-tres-shows-no-brasil
 

segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Luto na Jovem Guarda


 Márcio e Ronald - Os Vips
 
Morre cantor da banda de rock Os Vips

Márcio Augusto Antonucci fez muito sucesso durante a Jovem Guarda, nos anos 60

O cantor, compositor e produtor musical Márcio Augusto Antonucci morreu na manhã desta segunda-feira (20), aos 69 anos.
O artista estava internado desde a semana passada com uma forte pneumonia, na UTI do hospital do município de Angra dos Reis, no Rio, onde morava.  O quadro médico de Márcio se agravou e ele teve complicações com uma infecção generalizada.
Pelo Facebook, a ex-mulher e cantora Lilian Knapp (da dupla Leno e Lilian) lamentou a notícia.  
— Amigos..... O Márcio foi embora.... muito triste.... 
Um dos três filhos do cantor, Bruno Antonucci também usou a rede social para conversar com os fãs.
— É com muito pesar que informo que o meu pai, ídolo e amigo nos deixou hoje pela manhã. Como disse nos últimos dias, o quadro dele estava estável, porém, hoje, esse quadro mudou. Peço a todos que respeitem esse momento pelo qual toda a família esta passando. Entendo que meu pai foi um ídolo, um “muso” para muitos, mas peço a compreensão de todos. Eu amo e sempre vou te amar. Meu pai foi a minha inspiração para ser o melhor homem que eu posso ser.
Ainda não foram divulgadas informações sobre o velório e sepultamento do compositor.

História

Ao lado do grupo Os Vips, nos anos 60, Márcio e o irmão Ronald fizeram sucesso com hits como A VoltaEmoçãoCoisas que AcontecemMenina LindaLargo Tudo Venho te Buscar, entre outros.  
Em 1976, a dupla se separou e Márcio se tornou produtor da gravadora Som Livre.  
Já em 1995, foi lançado um CD com 29 artistas que fizeram fama durante a Jovem Guarda. Encabeçado pelos Vips, o disco comemorou 30 anos do movimento musical e vendeu 3 milhões de cópias.  
Márcio trabalhou na Globo, SBT e foi diretor musical da Record.  

Fonte: R7 Entretenimento Música

quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

Coisa nossa


 “Eu ando pelo mundo
divertindo gente,
chorando ao telefone.
(...)
Eu ando pelo mundo,
e meus amigos, cadê?”
(“Esquadros” –
Adriana Calcanhoto)


Bicho de 7 cabeças

Hoje em dia, não é tão difícil você pegar uma dúzia de canções, sucessos já consagrados pelos grandes intérpretes, ir para um estúdio e gravar o “seu” CD. Porque, como diz o Belchior, “tendo dinheiro, não há coisas impossíveis.” Mas imagine você querer gravar um disquinho, com quatro canções, e isso no ano de 1981. Calma, não é o famoso e na moda EP de hoje, não! Naquela época era compacto (disco em vinil). Simples ou duplo. Os nossos heróis aqui em questão tinham esse propósito. Sete rapazes, no auge da juventude e já sonhando o futuro. Mas como arranjar grana pra tocar em frente esse projeto? De quem foi a ideia não me pergunte, pois não sei. Mas eles saíram com uma lista de possíveis compradores daquele futuro disco. Colheram as suas assinaturas, e, claro, suas contribuições. Fizeram a contabilidade e, fechado o valor da gravação, partiram para o trabalho. Foi assim que Maurício Aquino, Adeildo Neto, Edivaldo Saraiva, Marcos Câmara, Alexandre Lacerda, Gilvan Soares e Ivan Pinheiro conseguiram gravar o trabalho autoral “PÉ D’ÁGUA”, do “Bicho de 7 Cabeças”. Quatro canções. Duas no lado A (“Pé D’Água” – Maurício Aquino/Adeildo Neto e “Sócrates Kid” – Adeildo Neto) e duas no lado B (Sêca Maior – Adeildo Neto e “Saudade” – Alexandre Lacerda/Marcos Câmara/Adeildo Neto).
 


Detalhe: o disco tem capa dupla e encarte com as letras. O que não era comum para um compacto. Sendo assim uma edição de luxo. E mais: a capa interna reproduz as assinaturas de todas as pessoas que contribuíram para a gravação daquele disco. Uma jogada de marketing, mas feita com o coração. E o que dizer das canções. Lembro de, quando no seu lançamento, ter comentado com alguns amigos que elas tinham (tem até hoje) a qualidade de uma canção do Zé Ramalho, do Geraldo Azevedo e tantos outros cantores/compositores do gênero. Queria só relembrar um pouco desses sete rapazes, botar de novo pra tocar na vitrola o compacto (o que faço agora!) e fazer uma viagem de volta no tempo. Dê uma espiada nos seus guardados. Você pode ter também uma preciosidade dessa em sua casa. E viva o nosso som! Viva a nossa gente!

Eliel Silva/janeiro de 2014
Imagens: Arcevo doautor do texto