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"Engolimos de uma vez a mentira que nos adula e bebemos gota a gota a verdade que nos amarga." Denis Diderot

quinta-feira, 23 de novembro de 2017

Coisas de novembro

O Tempo, a ferida e a dor

Na tarde em que o sol se intimidou
E uma nuvem densa encobriu a cidade
e suavizou todo o clima,
Eu senti que você estava aqui tão perto.
Mas quem ousaria quebrar esse silêncio
imposto por essas pedras do caminho?!
Há musgos por todas as nossas veredas.
Foi o que restou.
Há tempos, o tempo desembainhou a sua espada.
Feriu as nossas vidas.
Mas também se vive aos pedaços.
Resistindo, em meio as tentações,
ao tempo e a dor.
Dizem que partir daquele jeito
é que é normal.
Mas a dor alheia sempre
é bem mais fácil de curar.
A nossa dor é ferida sem unguento certo.

(Eliel Silva, 23.11.2017)

quarta-feira, 8 de novembro de 2017

Frases minhas (também)

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Naquela noite tão diferente, o relâmpago vai rasgar o céu de ponta a ponta, o som dos trovões vai ser ensurdecedor, anunciando o mundo de água que cairá. A mulher, com sua crença, irá tremer, com o terço na mão; o velho homem ateu buscará um cobertor de lã, e uma dose de uísque. No outro dia, com tudo voltando ao normal, se encontrarão na rua. Ela indo pra igreja, ele indo pro trabalho, uma antiga livraria. E a vida não acabou. Não dessa vez.

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Os inocentes podem até se calar, mas está escrito: "as próprias pedras clamarão!"

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E quando chegar o fim da linha, vai me valer a trajetória que fiz nesse trem fantasma.

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Faço um esforço para me manter afastado daqui, mas o vento me faz voltar.