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"Engolimos de uma vez a mentira que nos adula e bebemos gota a gota a verdade que nos amarga." Denis Diderot

sábado, 28 de julho de 2012

Já para a segunda (o dia 30.07)

Ceará-Mirim (RN)

Existirmos:
A que será que se destina?

Somente agora

"Vinde escritores e críticos
Que traçais profecias
Abri bem os olhos
A oportunidade não se repetirá
E não vos pronuncieis demasiado cedo
Que a roda ainda gira
E não se sabe ainda
Quem ela escolherá.
E quem hoje perde
Amanhã ganhará
Porque os tempos estão a mudar."
(The Times They Are A-Changin' - Bob Dylan)



Os Tempos estão mudando 
(E as coisas também)

Se você passar agora pela Praça da Intendência (aquela em frente à Câmara Municipal), verá que aquela construção que há muito estava inacabada, finalmente está prontinha, coberta, pintada, colossal. E a pergunta na mente das pessoas é uma só: por que só agora que isso aconteceu? Ora, senhor Bob, dessa vez não somente o vento sabe a resposta, todo mundo sabe bem o por quê de tudo isso.

Comentário e foto: Eliel Silva

quarta-feira, 25 de julho de 2012

Coisas sobre os Carlos


O soberano vai ao cinema

LUIZ CARLOS MERTEN E JOTABÊ MEDEIROS 



Quais músicas de Roberto Carlos você escolheria para a trilha do seu filme? A pergunta certa não é bem esta - "Quais músicas o Rei deixaria você usar"? Após um ano tentando, o diretor Breno Silveira, de À Beira do Caminho (filme que estreia nacionalmente em 10 de agosto), chegou ao cantor com uma lista de umas 12 canções e saiu com apenas quatro autorizações. Ainda assim, Silveira (que fez 5,3 milhões de espectadores com 2 Filhos de Francisco) ergue as mãos para os céus e agradece - as quatro canções que Roberto autorizou pessoalmente foram o substrato do seu filme. "Tem músicas que eu não cedo, é uma questão pessoal", justificou o cantor. E Breno, por outro lado - "Ele praticamente me deu as músicas. Cobrou muito barato, um preço simbólico, de quem não queria inviabilizar o filme.


A relação entre pai e filho está no centro do cinema de Breno Silveira. 2 Filhos de Francisco, a cinebiografia de Zezé Di Camargo e Luciano, é sobre o sonho de um pai para transformar os filhos em cantores de sucesso. À Beira do Caminho é sobre um caminhoneiro que não tem quem o espere em casa - o inverso de uma canção de Roberto - e que se liga a um menino, na estrada. Outra vez a estrada, agora uma estrada brasileira, não a que pavimentou a utopia beat de Walter Salles em On the Road. E há de novo pai e filho em Gonzaga, que trata da relação entre Gonzaguinha e Gonzagão, o sanfoneiro do Brasil - filme que Silveira finaliza para o centenário do artista, em novembro.
Cinema e música, música e emoção. É o tripé sobre o qual se assenta a estética do ex-fotógrafo Breno Silveira. Falando em emoção, quem mais poderia fornecer a trilha de seus filmes? O Rei. O cinema é fascinado pelo repertório de Roberto Carlos. Quando se pensa nele, em termos de cinema, a relação imediata é com os três filmes que o próprio Roberto interpretou para Roberto Farias, há mais de 40 anos. Roberto Carlos em Ritmo de Aventura, em 1968, foi o primeiro. Seguiram-se Roberto Carlos e o Diamante Cor de Rosa, em 1970, e Roberto Carlos a 300 Km por Hora, em 1971. À parte o apuro técnico e sonoro - para realçar as canções; cada filme pode ser ouvido como um CD, na época era um long-play, desde Como É Grande o Meu Amor por Você às Curvas da Estrada de Santos e De Tanto Amor -, não há muito mais para destacar e há críticos que não perdoam o diretor (de obras-primas do cinema brasileiro) por haver feito aquelas comédias alienantes enquanto o pau comia sob a ditadura, situação que o próprio Farias mostrou depois em Pra Frente, Brasil.

Só que a relação do Rei com o cinema não se esgota aí. Várias de suas composições parecem roteiros prontos de curta e você consegue ver as imagens enquanto ele canta - Detalhes, Eu Voltei e A Varanda. Esse fica ainda melhor, como roteiro, na versão cool de Nara Leão. Em 2003, quase uma década antes de Breno Silveira, Vicente Amorim também foi a Roberto Carlos pedindo autorização para que suas canções embalassem a odisseia de Romão, um brasileiro - interpretado por Wagner Moura na fase anterior ao Capitão Nascimento. Com a mulher e os cinco filhos, ele atravessa meio Brasil de bicicleta para realizar o sonho de reconstruir a vida no Rio Maravilha. De fundo, as canções do Rei. O Caminho foi produzido por Bruno Barreto. Coincidentemente, um verso de Roberto, da música Pra Ser Só, foi o que deu a origem a Amor Bandido, de Bruno, em 1978.
E há o Roberto internacional. Canzone per Te, em parceria com Sergio Endrigo, ganhou o Festival de San Remo (em 1968) e foi integrada à trilha de Roberto Carlos em Ritmo de Aventura, naquele mesmo ano. Isso contribuiu para popularizar o Rei na Itália, a ponto de Luchino Visconti o integrar à trilha de Violência e Paixão, de 1974. O filme é sobre um velho professor (Burt Lancaster) que vive isolado. Entra em sua vida uma família que vai desestabilizá-lo. Numa cena chave, uma orgia, todo mundo nu, o sexo é embalado pelo Rei - Testarda/La Mia Solitudine, cantada por Iva Zannichi. A cena é excepcional e a trilha inusitada, considerando-se que Roberto baniu E Que Tudo o Mais Vá para o Inferno de seu repertório.
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"Garota ir ao cinema é uma coisa normal,
mas é que eu tenho que manter
a minha fama de mau."
(Minha Fama de Mau - Erasmo e Roberto)

ERASMO CARLOS VAI GANHAR CINEBIOGRAFIA

Produção será baseada no livro 'Minha Fama de Mau' e terá direção do cineasta Lui Farias.
Erasmo Carlos e Bruno De Lucca (Foto: Divulgação)

Aos 70 anos o cantor Erasmo Carlos vai ganhar uma cinebiografia. O Tremendão, que tem 50 anos de carreira, falou ao jornal "Diário de S. Paulo" que torce para que um ator bonito fique com o seu papel. "Tem de ser lindão, né?", disse ele. A produção será baseada no livro "Minha Fama de Mau" (2009) e terá direção do cineasta Lui Farias, marido de Paula Toller. O filme está em fase de captação.


Fonte: JORNAL DIÁRIO DE SÃO PAULO - 17/7/2012 
 
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ROBERTO CARLOS AUTORIZA CD COM CLÁSSICOS RECRIADOS POR DJS  
O GLOBO - 23/7/2012

'Reimixed' foi idealizado há dez anos pelo produtor artístico Felipe Venâncio. 'Reimixed' desembarca nas lojas em setembro.

RIO - E chegou a hora de o Rei botar todo mundo para dançar - de novo. Em setembro, desembarca nas lojas "Reimixed", álbum com recriações eletrônicas de 14 músicas de Roberto Carlos. O lançamento oficial será em São Paulo, em data a ser anunciada, na "Festa de arromba - Emoções na pista", celebração em que os DJs apresentarão seus remixes, entre desfiles de moda, projeções de VJs e uma exposição de artistas plásticos que irão "remixar" a memorabilia do Rei.
Segundo o produtor artístico de "Reimixed" (e DJ com 27 anos de experiência), Felipe Venâncio, a ideia do disco de remixes surgiu há mais de uma década, época em que "existia um certo deslumbre com o poder subversivo da música eletrônica". Daquele projeto inicial, apenas duas faixas foram lançadas, como bônus do disco de Roberto Carlos de 2002: o "super club mix 2002" do DJ Memê para "Se você pensa" e o remix do DJ de drum n'bass Xerxes para "O calhambeque".

RC 'à frente do seu tempo'
Entre os remixes que não chegaram ao disco, estava um de Felipe para "O portão", que ele começou a tocar na noite. O sucesso inesperado da faixa acabou ajudando a estreitar as relações entre o DJ e a DC Set Produções, de Dody Sirena, empresário de Roberto Carlos. Há alguns meses, lá estava Felipe Venâncio discotecando no cruzeiro "Emoções em alto mar", quando foi apresentado por Dody ao Rei como "o DJ que fez o remix de 'O portão'". Ali, (re)nascia "Reimixed".
- Tenho percebido nos últimos anos como essas músicas vêm fazendo sucesso nas pistas - conta Dody Sirena. - E Roberto Carlos cada vez demonstra mais que está à frente do seu tempo. Por isso, entrou com entusiasmo nas ideias e nos projetos que vamos desenvolvendo juntos.
Há cerca de dois meses, depois que Roberto deu a permissão para "Reimixed", Felipe fez uma lista de pouco mais de 20 músicas, da qual o cantor cortou algumas poucas. E aí foi atrás de DJs "com visões mais musicais", divididos entre os criadores fundamentais, os pioneiros dos seus estilos e a nova geração, todos dispostos a respeitar as gravações "na força que elas têm".
- Não dá para pegar "Jesus Cristo", com todo aquele seu peso natural, e redesenhá-la à moda de Ibiza - exemplifica Felipe. - A ideia é vestir a voz dele com uma roupa nova, e não usá-la como instrumento de efeito. O Roberto está em primeiro lugar.
Alguns DJs já estão confirmados no "Reimixed". Saudado na Inglaterra como uma lenda do drum n'bass, o paulistano Marky escolheu remixar "Além do horizonte".
- Gosto bastante da fase 1970 do Roberto, que é bem soul, bem funk, com arranjos fantásticos - diz Marky, já planejando o remix. - Com certeza, vai ser drum n'bass, com uma pitada jazzística.
O carioca Memê volta a trabalhar com uma música de Roberto, desta vez "Fera ferida".
- Fiz o primeiro remix dele, em 1992 ("Se você pensa") - conta. - Há muito tempo eu queria remixar "Fera ferida". Ela tem uma letra dramática e um refrão que é totalmente mãos-para-cima.
Conhecido por remixes para Vanessa da Mata e Seu Jorge, o paulistano Fernando Deeplick ficou com "Eu te amo".
- Quero algo bem moderno e dançante, mas bem brasileiro, bom de ouvir - adianta.
Referência histórica do funk carioca, o DJ Marlboro vai de "Todos estão surdos".
- É uma faixa que funcionou muito melhor na pista do que no rádio - diz. - Quero fazer algo bem soul, com uma parte mais pesada de R&B. Talvez depois faça uma versão funk-favela.
Um catálogo poderoso

DJ do Bossacucanova, o carioca Marcelinho da Lua resolveu encarar "Cama e mesa".
- Ela tem um órgão num desenho jamaicano e um groove que pretendo fermentar na mixagem. Vou chegar a um jungle-canção rasteiro, para todo mundo cantar - promete.
Felipe Venâncio, claro, não vai ficar de fora de "Reimixed". Ele entra com "O portão", talvez em uma versão 2012. Além dos DJs, Felipe está convidando músicos para fazer remixes - Kassin é o único nome confirmado até agora. Um ou dois grandes DJs internacionais também devem participar.
Feliz por enfim estar concretizando esse projeto de mais de uma década ("As coisas com o Roberto se desenvolvem dessa maneira", observa), o presidente da Sony Music do Brasil, Alexandre Schiavo, acha que o "Reimixed" chega em um bom momento.
- É um projeto que vem para aproximar as diferentes parcelas que hoje compõem o público do Roberto - diz, acrescentando que, ao longo dos últimos anos, os projetos de catálogo envolvendo o cantor foram responsáveis pela venda de cerca de 5,5 milhões de discos.

sábado, 21 de julho de 2012

Que te quero verde


"O que será o futuro que hoje se faz:
a natureza, as crianças e os animais?!"
(O Ano Passado - Roberto e Erasmo)


Nas trilhas de uma consciência ecológica


Sábado. 16 de Junho. Cinco e quarenta e cinco da manhã.
Acordei ainda bem sonolento com o barulho irritante e estridente do despertador. Tive vontade de jogar aquela coisa na parede. Lembrei-me que despertador e celular eram unos. Não dava pra quebrar o despertador sem que não quebrasse também o celular. Desisti da idéia e, como que um ébrio, levantei-me da cama. Odeio acordar cedo demais. Amo andar de bicicleta. A segunda proposição é mais forte. Então, mesmo sonolento, acabo me levantando cedo quando tenho que pedalar.
Na noite anterior havia combinado com um amigo de irmos pedalar juntos.
_ Nos encontramos às seis e meia no Parque Taquaral e de lá a gente vê que caminho faz. 
-- Combinado. – Disse eu.     
Fazia bastante frio aquela manhã. Mesmo assim me dirigi ao local combinado. Esperei. Esperei. Deram sete horas e o amigo não aparecia.
_ E agora? Volto pra casa? Perguntei-me. Não de jeito nenhum. Depois do esforço para acordar cedo agora vou pedalar sozinho mesmo.
Botei a bicicleta na estrada e o corpo pra esquentar. Segui pela rodovia Campinas/Mogi-Mirim. Já havia pedalado cerca de 6 km quando entrei à direita na rodovia e segui ladeando o Alphaville – um condomínio de “bacanas” – saindo em seguida numa estrada de terra – as tão desejadas trilhas para quem curte Mountain-Bike.
É como se num passe de mágica o indivíduo saísse da agitação da cidade e do movimento intenso das rodovias e caísse no ambiente campesino. A essa altura já estava completamente desperto e o frio já diminuíra bastante. Adoro pedalar por aquelas trilhas. É um dos meus passatempos favoritos. Gosto da sensação de liberdade que aquelas paragens me trazem. Uma alegria invade meu peito enquanto meus olhos se perdem nos verdes tapetes que a natureza tão caprichosamente desenhou. Um vento brando vem de encontro ao meu corpo suado e me presenteia com um pouco de refrigério.
Freqüentemente dou uma esticada até Joaquim-Egídio e/ou Pedreira. Nesses lugares é possível encontrar trilhas ainda mais bonitas. Em certos trechos, o ciclista percorre quilômetros e quilômetros sem encontrar quem quer que seja. Em alguns trechos do percurso, principalmente quando se vai beirando o rio é possível ouvir o doce murmurar das águas doces. È um canto tão agradável que, às vezes, paro, desço da bicicleta e fico só curtindo aquele momento especial... Em outros momentos me sinto voltar no tempo quando me deparo com as pedras colossais que se incorporam à paisagem. Várias! Muitas delas! Alguém poderia perguntar: “Há alguma beleza nas pedras?” Ao que eu responderia: “Amigo, naquelas há algo de mágico, de imponente, de exuberante.” Nessas trilhas a beleza da paisagem e o prazer de pedalar não saem de graça: paga-se o preço submeter o corpo a um esforço extenuante devido à própria distância que se leva para fazer o percurso e também devido as constantes e longas subidas.
O percurso que havia escolhido para a manhã de sábado em questão era mais leve, porém não menos agradável. La ia eu, sozinho, cruzando rios de águas tranqüilas e serenas, atravessando fazendas naquele ambiente bucólico quando, de repente, um pequeno cartaz, pregado ao tronco de uma árvore, feito de papelão e envolto em plástico me chamou atenção.   Nele estava escrito: ESTRADA NÃO É LIXEIRA.
Desci da bicicleta e, enquanto me deliciava com uns goles d’água, fiquei a meditar na frase pregada no tronco daquela árvore. Tão simples e tão importante. Pensei: “Quem pôs esse aviso aqui deveria estar participando da Rio + 20.*
Naquele momento meu pensamento voltou à cidade de Campinas. Certa feita andava eu tranquilamente pelas ruas da cidade quando passa um sujeito num carrão bonito. Tomava uma lata de refrigerante ou de cerveja, não lembro ao certo. Só que quando o tal sujeito sorveu o último gole da bebida estendeu o braço pela janela e jogou a lata na rua. Engraçado que naquela hora pensei a mesma coisa, AS RUAS DE NOSSAS CIDADES NÃO SÃO LIXEIRAS! Fiquei a matutar no motivo de se jogar a lata na rua quando se poderia simplesmente colocá-la num cantinho do carro e depois jogá-la em algum lugar apropriado. Cheguei a uma conclusão óbvia: sujeito sem educação!  Noutra ocasião voltava eu para casa quando vi um grupo de adolescente com uniformes escolares, certamente haviam saído de uma escola nas proximidades, atirar uma bomba dessas do tipo dos festejos juninos, dentro de uma lixeira que ficava à beira de uma movimentada avenida. Resultado: fumaça pelos ares e uma lixeira destruída. Mas uma vez fiquei a matutar: pra que essa vontade de destruir um objeto que estava ali para deixar a cidade mais asseada, mais bem apresentável. Que noções de cidadania tinham aqueles garotos? Acabados de sair de um banco escolar será que haviam assimilado o conceito de educação? Com certeza não compreendiam que são nossos pequenos gestos que tornam o viver em sociedade mais harmonioso.

Expandindo um pouco mais a nossa consciência havemos de ter em mente que não somos os maiorais. Somos mais uma espécie dentre tantas outras que habitam o planeta. Animais racionais? O planeta Terra não existe por causa de nós humanos. Nós é que existimos por causa dele. Sem a nossa presença ele continuará existindo como sempre existiu, talvez, ainda melhor. SALVE O PLANETA! Essa expressão se distância do aspecto heróico e adquire contornos mais dramáticos. SALVAR O PLANETA! È uma questão de sobrevivência da raça humana.
O progresso corre veloz. Avança como um foguete. A mentalidade do homem é que, ao que parece, caminha a passos de tartaruga. Os países ricos que são os que mais poluem são também quem mais relutam em desenvolver alternativas que promovam o desenvolvimento sustentável. Só agora, ao que parece, depois de muito tempo de alerta dos cientistas e da própria natureza é que sentimos que o mundo pode desabar em nossas cabeças. Mas, como diz o ditado popular: antes tarde do que nunca.
Enfim, depois destas reflexões e de uns quarenta e tantos quilômetros pedalados cheguei em casa. Enquanto tomava aquele banho relaxante pensava: “Se eu pudesse subiria ao topo do mundo e colocaria lá um outdoor com os seguintes dizeres: NOSSO AR É PRECIOSO, NOSSAS MATAS SÃO SANTUÁRIOS ECOLOGICOS, NOSSOS RIOS SÃO DIAMANTES CRISTALINOS. NOSSO PLANETA NÃO É LIXO!

* A Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, foi realizada de 13 a 22 de junho de 2012, na cidade do Rio de Janeiro.


José Flávio
(zeflavio36@hotmail.com)
Fotos: Flávio

Do blog:   Flávio é um velho amigo meu, aqui de Ceará-Mirim (mais precisamente de Capela) que hoje reside em Campinas/SP e vem sempre colaborando com o Retratos e Canções. A você, Flávio, o meu agradecimento e o meu abraço. (Eliel Silva)

sexta-feira, 20 de julho de 2012

Quem diria...

"Eu não sou besta pra tirar onda de herói
Sou vacinado, eu sou cowboy
Cowboy fora da lei
Durango Kid só existe no gibi
E quem quiser que fique aqui
Entrar pra historia é com vocês!"
(Cowboy Fora da Lei)
Giancarlo Vieira, Ionaldo Oliveira e Eliel Silva
- os caras que seguravam a parte musical nos primeiros 
anos de tributo - foto do 2º Tributo a Raul Seixas (ano 1991)

Câmara oficializa data comemorativa a Raul Seixas em Ceará-Mirim

O Projeto de Lei do Legislativo Nº 013/2012 – de iniciativa do Vereador Franklin Marinho Barbosa de Queiroz Júnior, em pauta na Câmara Municipal de Ceará-Mirim,  que institui data comemorativa para o “Tributo a Raul Seixas” teve parecer favorável e foi aprovado pela  Comissão de Legislação e Justiça. O terceiro sábado de agosto, agora oficialmente é data em que se comemora no município a memória do grande ídolo do rock brasileiro, através do Tributo,  e trás para a cidade fãs de Raul Seixas de várias partes do país. Evento foi idealizado há 23 anos por Erivan Pereira de Lima, o Erinho Seixas,  que além de cover de Raul, tem em seu acervo toda a discografia, vídeos, livros, revistas e jornais que contam a trajetória do  roqueiro baiano imortalizado através das gerações.
Fonte: Blog Maluquez Revisitada (Link ao lado)
Luciano Morais, Eliel Silva, João Maria, 
Erivan Lima e Alexandre Lacerda
- nos anos seguintes, dando sequência 
ao evento

Do Blog: Uma explicação necessária - O primeiro título dessa matéria foi dado por mim. É que parece mesmo incrível que esse evento tenha chegado onde chegou, e merecidamente. Só que no início foi muito difícil, eu que o diga, pois éramos discriminados na cidade pelo tipo de festa que a gente fazia, inclusive por gente de dentro daquela casa (Câmara Municipal). Os tempos mudaram. (Eliel Silva)

quarta-feira, 18 de julho de 2012

Ainda produzindo, e aos 71



Novo álbum de Bob Dylan terá tributo a John Lennon e faixa de 14 minutos sobre o Titanic

“Tempest”, novo álbum de Bob Dylan , terá um tributo a John Lennon e aos Beatles chamado “Roll on John” e uma faixa de 14 minutos sobre o naufrágio do Titanic, também chamada "Tempest". As informações são do site da revista Rolling Stone americana.
“Roll on John” contém letras de músicas dos Beatles como "Come Together" e “A Day in the Life”. Já a música “Tempest” chega a trazer alusões ao filme de James Cameron de 1997.
“Tempest” será lançado no dia 11 de setembro, que marca exatos 11 anos do lançamento do álbum “Love and Theft” de Dylan.

Veja abaixo o nome das dez faixas do disco.
"Duquesne Whistle"
"Soon After Midnight"
"Narrow Way"
"Long and Wasted Years"
"Pay in Blood"
"Scarlet Town"
"Early Roman Kings"
"Tin Angel"
"Tempest"
"Roll on John"

Fonte: UOL entretenimento música

sábado, 14 de julho de 2012

Eu & Eu

"E a coisa mais certa de todas as coisas
não vale um caminho sob o sol
E o sol sob a estrada,
é o sol sob a estrada,
é o sol..."
("Força Estranha" - Caetano Veloso)


Sem comentários

É impressionante como a gente se acostuma com certas coisas. Já faz algum tempo que esse blog não aceita comentários anônimos. Foi uma decisão minha, depois de ser espinafrado quase que constantemente, num determinado período, há alguns meses atrás. Tempo difícil, que nem gosto de lembrar. Prefiro esquecer. Aquilo me perturbava muito, me maltratava, e logo quando eu precisava de um apoio. Certas atitudes que tomei foi porque eu havia chegado ao meu limite. Foi quando minha filha me aconselhou a bloquear esse tipo de comentário. “Para que ficar sofrendo com aquilo?”, ela me perguntou certa vez, ao mesmo tempo em que saía em minha defesa. Acatei a sua ideia, tomei o seu conselho. Algumas pessoas me perguntaram o porquê de não mais poder deixar seus comentários como antes. Expliquei que poderiam, sim, desde que se identificassem, possuindo conta no Google e fazendo o seu login. Depois de alguns meses, não vou dizer que não sinto falta dos comentários amigos, sinto sim, mas tenho a certeza de que o blog está sendo bem acessado, e por pessoas que realmente se interessam por suas matérias. Os números no seu contador de acesso é a prova disso. Parece um silêncio forçado, embora que voluntário, mas vai ser assim por um bom tempo. Agradeço a todos que nos visitam, o que nos dá a certeza de que não estamos sós, embora que, muitas vezes, para botar pra fora certas coisas, tenho que encarar a mim mesmo. É quando estamos eu e eu, no limite da certeza e da incerteza, que sou capaz de rabiscar essas coisas. Depois divido com meus nobres leitores e leitoras de todos os lugares desse chão e que já fazem parte dessa minha história. Bola pra frente. Vamos adiante!

Eliel Silva - julho/2012
Imagem: Internet

sexta-feira, 13 de julho de 2012

Hoje é dia de rock


"Mesmo que eu toque uma vezinha só
Eu descobri e acho que foi a tempo
Mãe e pai
Que hoje ainda é dia de rock."
(Hoje Ainda é Dia de Rock - Zé Rodrix)

Xuxa Só Para Baixinhos? Foi-se o tempo.

Erasmo Carlos recebe homenagem no TV Xuxa especial Dia do Rock

Em comemoração ao Dia Mundial do Rock, celebrado no dia 13, o ‘TV Xuxa’ deste sábado prepara uma homenagem a um dos maiores representantes do gênero musical do país. Completando 50 anos de carreira, Erasmo Carlos relembra fases marcantes de sua trajetória e canta os seus principais sucessos.
O Capital Inicial também marca presença no especial representando as bandas de rock nacional. O grupo comandado pelo vocalista Dinho Ouro Preto levanta a plateia com seus hits atemporais. Ainda nesta tarde, o pianista Glaucio Cristelo lança o seu CD “Piano Rock” que reúne interpretações de clássicos do rock e da música pop.
‘TV Xuxa’ tem direção de núcleo de Roberto Talma, direção geral de Mário Meirelles e direção de Ivana Braga e Andrezza Cruz. O programa vai ao ar aos sábados, logo após ‘Estrelas’.

Fonte: Visto Livre
Link: http://www.vistolivre.xpg.com.br/televisao/2012/07/erasmo-carlos-recebe-homenagem-no-tv-xuxa-especial-dia-do-rock.html

quarta-feira, 11 de julho de 2012

Sem muito a ver


 
Nina Arianda

Saiba qual atriz viverá a roqueira Janis Joplin nas telas de cinema

O site Deadline divulgou, nesta terça-feira (10), detalhes importantes a respeita da produção da cinebiografia da cantora Janis Joplin. De acordo com a publicação, a atriz Nina Arianda, que atuou no filme “Meia-noite em Paris”, viverá a lendária roqueira nas telonas.
Nina não era a favorita para ser a protagonista. Nomes como Zooey Deschanel, Amy Adams, Renée Zellweger e até a cantora Pink foram citados entre os possíveis escolhidos para estrelar a produção.
O deadline também informou que o novato Sean Durkin será o diretor do filme, que a princípio seria dirigido pelo brasileiro Fernando Meirelles. A produção executiva é de responsabilidade de Peter Newman, que terá em mãos um orçamento inferior a US$ 20 milhões.
O filme, que deve começar a ser feito a partir de 2013, focará nos seis últimos meses de vida da polêmica cantora.
 Janis Joplin
Fonte: cifraclubnews
Link: http://www.cifraclubnews.com.br/noticias/39471-saiba-qual-atriz-vivera-a-roqueira-janis-joplin-nas-telas-de-cinema.html

segunda-feira, 9 de julho de 2012

A minha alucinação


“É triste ver que tudo isso é real
Porque assim como os poetas
Todos temos que sonhar.”
(“Movido a Álcool” –
Raul Seixas / Oscar Rasmussen)


Parem o carrossel!

Naqueles tempos eu torcia para ir à capital. Sonhava com esse dia. Carros de passeio eram poucos por aqui. Apenas duas empresas de ônibus faziam a linha Ceará-Mirim/Natal/Ceará-Mirim. E eu queria saber qual era o horário do “magirus”. Aquilo sim é que era ônibus. Com aquele motor na traseira, superpotente, o seu ronco era o máximo. Eu ficava admirado como um homem tão magrinho conseguia conduzir aquela máquina. Raimundo era um motorista e tanto. Acontecia de algumas vezes ter que encarar o 21, aquele famoso (que era como se fosse a moedinha número 1 do Patinhas), e que já era a cara de Chicó, o seu cobrador. Vivi assim as minhas emoções de idas e vindas naquela estrada de paralelepípedos. Na capital o clima era bem mais ameno, não tinha tanto asfalto, o trânsito fluía naturalmente. Eu era um pré-adolescente sonhador! Tinha também alguns famosos daquela outra empresa. Um deles, por dentro, até parecia um avião. Mas tinha também uns caras chatos trabalhando ali, e eu achava melhor esperar outro horário. Um dia, e eu me lembro bem, peguei um daqueles, lotado, em que as pessoas que ficam em pé preferem todas a dianteira do veículo, e fica então aquele inchaço. Mas logo o daquele motorista abusado, que parecia estar sempre de mau humor. Chegando já na saída da cidade, o cara parou, desceu do carro, sentou-se no banco de uma daquelas paradas e falou que só entraria no ônibus quando “ajeitassem a carga”. Era só o que faltava, éramos ali uma carga para ele. E pelo jeito uma carga não tão preciosa assim. Os passageiros se “acovardaram” diante daquele veredicto. Ajeitaram-se como puderam e o valentão resolveu partir. O tempo passou, assim como o vento, assim como a vida, assim como tudo passa.  As coisas mudaram, mas não tanto pra melhor. Ainda sofremos as consequências de uma cidade desorganizada e mal servida no tocante ao transporte de pessoas. Se você não tiver um carango (hoje quase todo mundo tem!) e precisa se aventurar nessas bestinhas ou micro ônibus para viajar, com certeza passa por poucas e boas. Eu que o diga. As vezes pego aqueles pequenos ônibus, na parada do antigo cinema, na capital. Quando consigo um lugarzinho até que é bom. O motorista dá partida e eu fico feliz. Nada melhor que voltar pra casa, depois de tantas andanças pela cidade grande. Mas a minha alegria dura pouco. Percebo que o carro em pouco tempo volta ao mesmo local que eu estava. É que eles, os motoristas, não sei se para cumprir horário ou para pegar mais passageiros - como se no trajeto os que com certeza vão aparecer já não fosse o suficiente para lotar aquela latinha -, ficam dando volta feito carrossel. Não tem jeito, seja no passado ou no presente, a gente parece que vai ter que conviver com esses abusos. Vou sonhar um pouco com a melhora em todo o trânsito. A copa de 2014 vem aí. E eu quero ver tudo fluir de forma brilhante, como nas grandes capitais de países de primeiro mundo. Quero ouvir bem próximo daqui o som dos grandes aviões trazendo seleções de países estrangeiros para jogar pertinho da gente. Quero ver o progresso acontecendo por aqui e sendo mostrado para o mundo. Eu ali, diante da minha TV, grande e bem fininha, vou me sentir um sujeito moderno. Adeus 21, adeus magirus, adeus bestinhas. O futuro já chegou aqui também. E por favor, não me acordem!

Eliel Silva – julho/2012
Imagem: Internet
“A minha alucinação
É suportar o dia a dia
E meu delírio
É a experiência
Com coisas reais...”
(“Alucinação” – Belchior)

quarta-feira, 4 de julho de 2012

Outro adeus


Morre Ivone Kassu, assessora de Roberto Carlos

Jornalista tinha 66 anos e trabalhava com o cantor desde 1978


Ivone Kassu, assessora de imprensa do cantor Roberto Carlos, morreu nesta terça-feira (3), no Rio de Janeiro. Ivone tinha 66 anos e estava em sua casa. Segundo uma pessoa que trabalhava com ela, ainda não se sabe a causa da morte, mas suspeita-se que tenha sido um infarto. Kassu trabalhava desde 1978 para o cantor. Era a responsável por lidar com a imprensa a respeito dos mais diversos assuntos envolvendo Roberto Carlos, como a morte da mulher do cantor, Maria Rita, em 1999.


Fonte: Último Segundo – Cultura

Nosso adeus a Bosco Tomáz

Foi sepultado hoje, na cidade de Punaú, o corpo do músico Bosco Tomáz que há algum tempo lutava contra um câncer. Bosco era muito conhecido e querido também aqui na cidade de Ceará-Mirim, onde por muitas vezes se apresentou nos palcos da vida. Tivemos a grata satisfação de tê-lo como convidado especial num desses Tributos a Roberto Carlos, no Centro Esportivo e Cultural (foto). À família, de Bosco Tomáz, em especial a Socorro, sua incansável esposa, nossos sentimentos.

terça-feira, 3 de julho de 2012

Depois de algum tempo...

"E o dono foi perdendo a linha - que tinha
e foi perdendo a luz e além
E disse: Minha voz, se vós não sereis minha
Vós não sereis de mais ninguém."
("A Voz do Dono e o Dono da Voz" 
- Chico Buarque)


RÉQUIEM PARA UMA VOZ

As vezes me batia um tédio, uma solidão,
Qualquer coisa desse tipo.
E eu corria para o meu quintal
Parecia que ali eu tinha todo o espaço
Para expandir meus pensamentos
Viajava nas canções que tocava, às vezes no silêncio.
E contemplava o azul do céu
O verde daquelas árvores – algumas, que eu mesmo cultivei.
A rua é uma daquelas meio esquecida
Não havia folia por lá e até mesmo isso eu curtia.
Mas ouvia, de vez em quando, um carro de som
passar pelos arredores
Alguns anúncios me despertavam, outros até me irritavam
Mas havia uma locução diferente, superior, eu diria,
que me chamava a atenção
Era uma voz muito conhecida, familiar
Eu parava para ouvir, fosse o que fosse que estivesse a dizer.
Porque não era nem tanto o assunto em questão que me atraía
Mas a maneira – sem nada de moderno, até se comentava –
como era repassada a informação
Impossível não identificar de imediato aquela voz
E ele era o dono dela.
Voz que se calou, num desses dias em que o céu também silenciou.
Não havia ronco de trovão por lá, nem avião supersônico.
Pássaros não arriscaram sair em revoada
Era somente o silêncio
E eu já nem mais estava naquele quintal
Estava de volta a um refúgio só meu.
Foi quando um amigo me ligou, já tarde da noite
E me deu a notícia, me contou da sua triste partida
Cuidei em ligar o rádio, era o assunto da vez
No outro dia foi só silêncio também
Como vem sendo até hoje
Alguém até comentou recentemente
que se irá sentir falta da sua locução nesse ano de eleição
Eu já nem sei, porque tudo mudou, banalizou
Existem tantos paredões por aí que assombram até furacão
Mas é um som que agride, irrita e apavora
É muito barulho por nada
O que só aniquila a beleza dom som
O som que era diferente
Quando vindo da voz de Lúcio Som.

Eliel Silva – julho/2012

Foto: Internet (Blog do “Barão” Francisco Guia)