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"Engolimos de uma vez a mentira que nos adula e bebemos gota a gota a verdade que nos amarga." Denis Diderot

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Realidade

“A solidão é fera, a solidão devora.
É amiga das horas prima irmã do tempo,
E faz nossos relógios caminharem lentos,
Causando um descompasso no meu coração.”

(Solidão – Alceu Valença)


Brasil: país do samba, futebol e depressão

         Pesquisa recente publicada pelo Instituto de Psiquiatria da USP mostra que de acordo com estudo realizado em 18 países, o Brasil é o que tem o maior percentual de pessoas com depressão. Este resultado me faz perguntar: onde está o país do samba, caipirinha e futebol, símbolos de um povo feliz? Cadê o país do carnaval, maior expressão da cultura popular e da alegria do povo brasileiro? De acordo com a pesquisa parece que não somos tão felizes assim.
         Por que será que tantos brasileiros apresentam sintomas deste mal da alma? Não sou psiquiatra nem psicólogo, mas a minha formação em “psicologia de botequim”, um pouco de observação sociológica e algumas leituras sobre o assunto me permitem arriscar algumas respostas. Penso que estamos vivendo uma crise de valores: valores morais, éticos, sentimentais, sociais... Vivemos cada vez mais pressionados pelo trabalho, na busca pela satisfação pessoal, pelos padrões e modismos impostos pelo sádico sistema capitalista.
         Na correria desenfreada pelo “eu”, acabamos esquecendo-se de nós mesmos e de viver em sociedade, esquecemos de pensar no próximo, no amigo, no parente e no vizinho. E isto leva a algo que parece cada vez maior na sociedade contemporânea: a solidão. Renato Russo disse em uma de suas canções que “... o mal do século é a solidão.” A minha “psicologia de botequim” me leva a crê que isto é uma das causas da depressão, assim como também os demais fatores citados acima.
         E o que podemos fazer para mudar esta situação? Correr para o consultório psiquiátrico mais próximo? Talvez para muitos esta seja uma possível solução, mas se vivemos uma crise social de valores, precisamos de soluções estruturais e de alcance social generalizado. Precisamos rever nossos valores, crenças e prioridades. Devemos cultivar em nossa prática cotidiana pensamentos mais coletivos, sensos de solidariedade, bondade e gentileza. Revisitar a obra de pessoas como Mahatma Gandhi, Luther King, Madre Tereza de Calcutá, Betinho, dentre outros bons exemplos, talvez nos guie para um mundo melhor e com pessoas mais felizes.
         Por fim, caro leitor, deixo para reflexão uma frase do Gandhi: “Seja a mudança que você quer ver no mundo.” 
         Ilton Soares
         Geógrafo e professor universitário
         Membro do Movimento Alternativo Goto Seco

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Para quem quiser saber


Disco: “Que isso fique entre nós”, Pélico

Por: Cleber Facchi

Um canto solitário em terra de gigantes, assim ecoou a voz do cantor e compositor Pélico ao lançar seu primeiro e minucioso álbum em 2008, O Último Dia de um Homem sem Juízo. Pouco difundido pela imprensa nacional, o disco circulou como um registro raro através de alguns parcos blogs e sites menores, que de forma sábia defenderam o cuidadoso registro, um trabalho que se lançava em meio a arranjos bem elaborados, recordações da música brega dos anos 70, além de um lirismo intimista e solitário em seus versos. Três anos após o lançamento do álbum, o músico retorna, entregando aos ouvintes um projeto ainda elaborado que o anterior e que deve apresentá-lo de forma definitiva ao público que ainda desconhece sua voz.
Que isso fique entre nós, este é pedido feito pelo músico logo na capa do trabalho, um pedido que obviamente não deve ser respeitado e nem cumprido por ninguém. Cada uma das faixas que movimentam o álbum devem ser obrigatoriamente difundidas, mesmo as mais quietas, moderadas e simplistas, afinal, o caleidoscópio de sensações moldadas por Pélico ecoa de maneira universal, como se cada composição ali presente remontasse algum fato melancólico, romântico ou esperançoso do passado. Um disco sobre composições que falam de um mesmo indivíduo, mas que se encaixa no universo de muitos.
Fonte: MIOJO INDIE

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Canto crescente

“Canta uma canção bonita
Falando da via em ré maior
Canta uma canção daquela
De filosofia e mundo bem melhor.”
(Intuição – Oswaldo Montenegro)



OFICINA DE CANTO PRETENDE FORMAR CORAL DA FUNDAÇÃO DE CULTURA NILO PEREIRA

Estão abertas as inscrições para a Oficina de Canto Coral da Fundação de Cultura Nilo Pereira.
Podem participar da seleção, jovens entre 7 e 14 anos de idade.
Os interessados devem garantir suas vagas, preenchendo uma ficha de inscrição, na sede da Fundação de Cultura Nilo Pereira, localizada na Biblioteca Pública Municipal Dr. José Pacheco Dantas, sito à rua Heráclio Vilar - centro de Ceará-Mirim, de segunda a sexta-feira, no horário compreendido entre 8h e 14h.
A Oficina de Canto Coral será ministrada pelo professor Kleber Praxedes, tão logo a primeira turma antiga o número de 30 inscrições.
De acordo com Waldeck Araújo de Moura, diretor presidente da FNP, a ideia é compor o coral da Fundação para representar a instituição nos diversos eventos do município.
Ele ressalta que, dependendo do desempenho dos alunos inscritos, a primeira apresentação deverá ocorrer entre o final do mês de novembro e a primeira semana de dezembro, por ocasião da festa de Nossa Senhora da Conceição, padroeira do município.
Já o professor Kleber Praxedes, considera bastante louvável a iniciativa da formação do coral, uma vez que, segundo ele, a FNP é uma instituição respeitada e procurada no meio cultural. "Por isso é importante formar jovens que a representem bem", acrescentou o professor.
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Prefeitura Municipal de Ceará-Mirim: PMCM
Secretaria Municipal de Comunicação Social: SECOM
Jorge Moreira: Assessor de Comunicação
Contato: 3274-5905 / 9119-2478
jorgemoreira2008@hotmail.com


sábado, 27 de agosto de 2011

Tal pai, tal filho

“Formulei meus sonhos com cerveja,
Mas meu sangue não se converteu,
E te vi passar mais de cem vezes,
Que nem santa em terra de ateu.”
(Nada Além de Um Sonho 
Chico Teixeira / Antônia Teixeira)

Chico Teixeira lança o álbum 'Mais que o Viajante'

Chico Teixeira lança o álbum 'Mais Que O Viajante', primeiro da carreira, e realiza temporada de shows ao lado do pai, o cantor e compositor Renato Teixeira. As informações são da assessoria de imprensa do artista. As apresentações ocorrem no Bar Brahma (Ipiranga X São João) em São Paulo, dias 16, 23 e 30 de agosto.
Nascido em São Paulo, criado na serra da Cantareira, tem influências da música regional mas com nuances urbanas. Cresceu ouvindo Paul Simon, Bob Dylan e a poesia de Geraldo Roca, mas também aprendeu com as violas de Zé Geraldo e Renato Teixeira, seu pai e mestre conhecedor de sua trajetória. 'Chico é Folk brasileiro. Ele bebeu dessa fonte. É o verdadeiro folk, música rural aprendida no ouvido, passada de geração em geração', define o pai com propriedade, em texto divulgado pela assessoria de imprensa.
'As viagens ao Pantanal, as rodas de viola ao lado de mestres como Pena Branca e Xavantinho, a infância passada na casa que foi de Elis Regina e que vivia sempre cheia de músicos (de Almir Sater a Menudo) e a trajetória na estrada e nos palcos ao lado do pai são os elementos que constroem a bela história que conta o álbum 'Mais que o Viajante'. O álbum conta com participações dos mestres Dominguinhos e Renato Teixeira, de músicos como Crispin e Dudu Portes - ambos tocaram na banda de Elis Regina - e composições de Elpídio dos Santos e Osnir Perdigão.' 'Fui criado no mato, rodeado de versos e violões, minha casa vivia sempre cheia de músicos. Vi muitas canções sendo feitas. O que procuro fazer em meu som é levar adiante, com muita alegria o que os mestres me ensinaram', sintetiza Chico.
Exímio instrumentista, Chico acompanha a banda do pai há 8 anos, tocando violão de 12 cordas. Já gravou sua viola no álbum 'Rolando Boldrin & Renato Teixeira' e subiu ao palco acompanhando Pena Branca, um dos maiores nomes da música caipira. Em 2002, produziu e lançou seu primeiro disco, homônimo, de forma independente. Um trabalho de voz e violão que vendeu cerca de 5 mil cópias e resultou em shows por todo o Brasil.


Fonte: ESTADÃO.COM.BR/Cultura

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Importante


"Qualquer maneira de amor vale o canto
Qualquer maneira me vale cantar
Qualquer maneira de amor vale aquela
Qualquer maneira de amor valerá."
(Paula e Bebeto - Milton Nascimento / Caetano Veloso)


“AMOR EXIGENTE” SERÁ APRESENTADO NA CÂMARA

Audiência Pública será realizada nesta quinta-feira 25/08 na Câmara de vereadores

A Prefeitura de Ceará-Mirim, por meio da Secretaria Municipal do Trabalho, Habitação e Assistência Social-Semthas, vai apresentar aos vereadores e a população em geral o programa “Amor Exigente”.
A audiência pública de apresentação acontece nesta quinta-feira 25/08 a partir das 15h no plenário da Câmara Municipal de Vereadores.
O “Amor Exigente” é um grupo de auto ajuda à famílias com pessoas envolvidas com dependência química, e que foi implantado em Ceará-Mirim em fevereiro de 2010.
O surgimento se deu através da aplicação de um curso de capacitação, com 44 horas, realizado pela Semthas entre os meses de agosto a novembro de 2009, que contou com a participação de cerca de 80 pessoas voluntárias, entre elas, representantes de todos os programas sociais da Semthas, integrantes das secretarias de Saúde, Educação, Defesa Social, e mais, Conselho Tutelar e Conselho de Direitos da Criança e do Adolescente. O curso foi ministrado pela coordenadora regional do “Amor Exigente”, Edineuza Paiva.

O SURGIMENTO
Por volta dos anos 70, surgia nos Estados Unidos, um movimento liderado por David e Phyllis York, um casal de americanos com três filhas, todas envolvidas com drogas. Era de certa forma, um movimento reacionário, contra a linha extremista de liberalidade e exageros na valorização da criança e do adolescente.
A maioria dos profissionais, então seguidores de “Liberdade sem Medo”, culpava os pais por todos os desmandos dos jovens, deixando, nestes, um sentimento de desamparo e confusão.
Em 1987, Maria Silva Carvalho de Menezes, à frente do movimento, adaptou o “Amor Exigente” ao contexto brasileiro e apresentou o novo programa durante a 1ª Conferência Latino Americana de Comunidades Terapêuticas para Farmacodependentes e Alcoolistas – Prevenção e Terapia, 1ª CLACT.
Aos dez princípios do programa americano, acrescentou-se mais dois e, a partir desses doze princípios, apresentou-se preceitos sem fronteiras para a organização da família.
De lá para cá o movimento cresceu e espalhou-se por todo o país.
Atualmente, alguns milhares de voluntários, mestres em AE, líderes importantes de suas comunidades, estão a serviço deste apostolado, que é o resultado de uma caminhada persistente, perseverante, de tantos quanto acreditam no “Amor Exigente” e desejam levar outras pessoas a se beneficiarem deste programa.
Hoje, o grupo “Amor Exigente” em Ceará-Mirim, que funciona com atendimentos à famílias na Semthas, conta com o apoio irrestrito do prefeito Antônio Peixoto, e tem um registro de 123 famílias cadastradas e três núcleos implantados: Coqueiros, Massaranduba e bairro Nova Descoberta.
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Prefeitura Municipal de Ceará-Mirim: PMCM
Secretaria Municipal de Comunicação Social: SECOM
Jorge Moreira: Assessor de Comunicação

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

"Somos Tão Jovens"

“O sistema é mau, mas minha turma é legal
Viver é foda, morrer é difícil
Te ver é uma necessidade
Vamos fazer um filme.”
(Vamos Fazer Um Filme – Renato Russo)


Filho de Renato Russo participa de filme sobre o pai
FABIANA SERAGUSA

Filho único de Renato Russo, Giuliano Manfredini fez uma participação especial no filme "Somos Tão Jovens", que retrata a juventude e o início da carreira do cantor, compositor e líder do Legião Urbana. A estreia está prevista para o primeiro semestre de 2012.
No longa, dirigido por Antonio Carlos da Fontoura, Manfredini, de 22 anos, é um dos "roadies" de um dos shows da banda Aborto Elétrico. Se ele ficou nervoso? "Sim, sim, pois participei em uma hora em que todos estavam me olhando!", conta o rapaz, que é dono de uma produtora musical em Brasília. "Só de participar do filme já fico feliz."
Renato Russo é interpretado pelo ator Thiago Mendonça (de "Dois Filhos de Francisco").

Fonte: Guia Folha

http://guia.uol.com.br/cinema/ult10044u963396.shtml

terça-feira, 23 de agosto de 2011

My sweet lord

Divulgado trailer do filme sobre George Harrison dirigido por Martin Scorsese

Já está na internet o trailer do documentário Living in the material world, sobre o beatle George Harrison, dirigido pelo cineasta Martin Scorsese. O filme será lançado em DVD no dia 10 de outubro. Antes, é exibido na HBO nos dias 5 e 6 do mesmo mês.
O trailer antecipa trechos de entrevistas com Paul McCartney, Ringo Starr, Eric Clapton e comediantes do grupo Monty Python, entre outros amigos de George.
Além de ter se consagrado com filmes como Taxi Driver, O bons companheiros, Os infiltrados e Touro indomável, Scorsese também dirigiu um documentário sobre Bob Dylan e um filme-show dos Rolling Stones, entre outros projetos musicais.
Fonte: Diário de Pernambuco

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Autenticidade

“Sou o que sou
Sem mentiras pra mim,
Se você quer chegar me aceite assim,
Pois o fato é que eu sou
E não vou me negar.”
(Sou o Que Sou - Raul Seixas /
Tania Menna Barreto)

"Tem certas coisas que eu não sei dizer..."

Ballantaine, no 22º Tributo a Raul 
Seixas, sendo ele mesmo, sem personagem

Foto: Bel Silva

sábado, 20 de agosto de 2011

Toca Raul!


A “mosca” que pousou em Ceará-Mirim

“Eu sou a mosca que pousou em sua sopa. Eu sou a mosca que pintou pra lhe abusar...”
Esse ano, ainda contrariando muita gente, pela 22ª vez estaremos homenageando o nosso maluco beleza aqui em Ceará-Mirim, hoje, dia 20 de agosto, no Centro Esportivo e Cultural. Todo ano um grupo de admiradores do trabalho do Raul faz um tributo a essa figura singular na história do rock brasileiro.
Ele nasceu em Salvador no dia 28 de junho de 1945. Cresceu ouvindo Luiz Gonzaga, Elvis Presley e Jerry Lee Lewis. Nesse mês de agosto o Tremendão Erasmo Carlos lança o seu mais novo disco, “Sexo”, que chega recheado de baladas e rocks morais. Assim como Erasmo, Roberto, Wanderléa, Martinha, Vanusa e tantos outros ícones da Jovem Guarda, é bom lembrar que Raulzito de certa forma contribuiu para a perpetuação desse movimento, seja como produtor de discos de algumas figuras como Jerry Adriani e a dupla Deny & Dino, como compositor de canções desse estilo para tantos outros jovem-guardistas, e até como músico (embora que por uma festa apenas) do rei Roberto Carlos, quando tocou para ele com sua banda Raulzito e Os Panteras em 1965 num show em Salvador. São muitos os motivos que nos faz sentir essa vontade de homenagear esse cara. Por isso é que desde 1990 estamos nessa jornada com o Erivan Seixas, presidente do Raul Seixas Club – único fã clube oficial do cantor aqui no Rio Grande do Norte.
Numa sociedade hostil e cheia de convenções, onde muitos procuram atribuir para si valores que não possuem, vivendo um eterno faroeste caboclo numa vidinha de aparências, que só julgam politicamente correto aquilo que bem lhes convém e condenam o resto da humanidade, não foi fácil seguir em frente com o projeto. No início sofremos muita discriminação por parte da nata purista e carola da cidade. Diziam as más línguas que rolava muita droga no evento. Hoje se sabe que a coisa não é bem assim! E qualquer fumacinha que teimar em rolar nessa festa não é nada se comparada com a droga que rola no nosso dia-a-dia: o quadro político atual do país, os baixos salários, a violência, o descaso com a saúde e a educação, religião que as vezes tanto aliena, música de má qualidade, imprensa que às vezes destoa... Quer droga pior que isso?! Sendo assim, parece que estamos todos correndo um grande risco de sofrer uma overdose, pois diariamente todo mundo vive chapado. Sem querer fazer apologia ao absurdo, mas me conforta fazer parte dessa legião de fãs desse maluco sincero, que viveu intensamente aquilo que cantava. Sua ira, sua alegria, seus medos e incertezas. E eu fico com a sua ironia afiada, “não bulo com governo, com polícia nem censura. É tudo gente fina. Meu advogado jura!... Quando acabar o maluco sou eu!” Pois é! Roqueiro é gente que também ama, sim senhor! E tem mulher e filhos que vão à escola. Que paga suas contas no fim do mês e luta pela sobrevivência.
A bem da verdade, o Tributo a Raul Seixas, queiram ou não, já se tornou um evento de tradição em nossa cidade. Mesmo num tempo em que não existem mais aquelas festas tradicionais de outrora, onde tudo foi suprimido a festas arranjadas, programadas por pura conveniência, onde não se vê o menor respeito com a população (mas que mesmo assim essa gente gosta tanto!). E esse ritmo indigente que a mídia nos empurra a todo instante. Sem querer ser saudosista, mas salve os velhos bardos do passado, que ora completam seus setenta anos! Já que eles não podem mais vir até nós, de uma certa forma vamos a eles! E como diria o Belchior: “agora eu quero tudo, tudo outra vez!”
Raul Seixas não teve a mesma sorte do seu antigo parceiro Paulo Coelho. Avesso a modismos ele foi tão sincero em sua obra que não agüentou o tranco e sucumbiu no dia 21 de agosto de 1989, vítima de pancreatite. De lá para cá ficou essa lacuna na vida artística do país. Mas a voz da sua profecia ainda faz se ouvir, “e não adianta vir me dedetizar, pois nem o D.D.T. pode assim me exterminar. Porque você mata uma e vem outra em meu lugar!” Não veio ninguém, Raul. Mas você continua aqui entre nós! E viva a Jovem Guarda! Viva o rock brasileiro! Viva a sociedade alternativa! Toca Raul!

Crédito:
Texto: Eliel Silva
Foto: Internet

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Vale o que vier


"Ah!
Se o mundo inteiro
Me pudesse ouvir
Tenho muito pra contar
Dizer que aprendi..."

(Azul da Cor do Mar - Tim Maia)


Tim Maia – Vale tudo, o musical

Texto: Nelson Motta
Direção: João Fonseca
Elenco: Isabella Bicalho, Lilian Valeska, Pedro Lima, André Vieri, Reiner Tenente, entre outros

O musical dirigido por João Fonseca conta a vida de um dos maiores ídolos da música brasileira. Tim Maia, conhecido pela irreverência, o bom humor e, infelizmente, também pelos problemas com o abuso do uso de drogas e álcool, apontado como principal motivo para a morte prematura, aos 55 anos, em 1998. 
O espetáculo estrelado por Tiago Abravanel, de apenas 23 anos, relata a trajetória do cantor desde a infância na Tijuca, quando era entregador de marmitas, até sua morte, passando pelo período que morou em Nova York, as primeiras bandas - uma delas teve como integrante o atual "Rei" Roberto Carlos - e os sucessos pop nas décadas de 70, 80 e 90. 
Ao longo da peça, o público poderá cantar junto hits como "Vale tudo", "Não quero dinheiro", "Chocolate", entre outras faixas conhecidas não apenas do Leme ao Pontal, mas também do Oiapoque ao Chuí. 

Fonte: O Globo

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Tremenda ousadia


Erasmo Carlos lança disco ‘Sexo’ nesta sexta

Davi Rocha

Depois do disco 'Rock and Roll' (2009), vem aí 'Sexo', o novo álbum de inéditas do 'Tremendão' Erasmo Carlos. Com data de lançamento marcada para a próxima sexta-feira (19), o álbum contém 12 faixas que falam de sexo oral, amor, gozo, relação homem-mulher, entre outras libertinagens.
Já em 'Kamasutra', primeira canção lançada, em parceria com Arnaldo Antunes, ele discute qual a melhor posição pra fazer o bom e velho sexo: "frontal, de pé, por trás ou de lado, a hidra às voltas com o dragão, tesoura, fechadura ou de quatro, em que posição?", diz a primeira estrofe. A música foi disponibilizada em julho para download gratuito.
'Sexo' conta com as participações de Adriana Calcanhoto, Nelson Motta, Liminha e Arnaldo Antunes. A capa do disco é uma imagem que pode ser vista como um coração e ao mesmo tempo lembrar uma vagina.

A turnê com o nome 'Sexo e rock'n'roll', com shows baseados neste disco e no trabalho anterior, começa em setembro, em Belo Horizonte, São Paulo e Salvador, antes de passar pelo Rio de Janeiro, onde ele se apresenta no Rock in Rio, no Palco Sunset, ao lado de Arnaldo Antunes. 

Fonte: UOL Música

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Sempre me acontece



Solidão de agosto

Eu quis trazer de volta
O viço da adolescência.
Que nada, era bem tarde
Era noite, madrugada
Era uma vida tão vazia
Uma alma atormentada

Dizem que amar vale a pena
Seja qual for o amor
Eu cá tenho as minhas dúvidas
Será que quem inventou o verbo amar
Dispunha de tantos recursos?
E por que será que esse produto
Ele não quis patentear?

Mês de agosto quando chove
Parece o fim do mundo
Não existe aquecimento
Até a alma resfria
O medo me bate à porta
Tudo aqui se esvazia

Não pude contemplar
Aquele meu bem primeiro
Estava em holocausto
Um antigo sentimento
Prestes a ser agora
Levado pelo frio vento

Me vi tão franciscano
Que tive até piedade
Piedade de mim mesmo
Nessa miséria tão santa
Quedei-me a questionar
Nessa solidão tamanha
Essa nova ferida aberta
No meio de outras tantas.

Eliel Silva

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Despedida

 "Já está chegando a hora de ir
venho aqui me despedir e dizer
em qualquer lugar por onde eu andar
vou lembrar de você..."
(Despedida - Roberto & Erasmo)
D. Mariazinha, Glorinha (com Israel Dylan 
em seus braços) e Bel. Foto do ano de 1998

Nosso adeus a D. Mariazinha

Eu cheguei naquela casa vizinha a que eu ia morar e bati palmas. Uma senhora muito meiga e educada foi quem me atendeu. Era D. Mariazinha que recebia aquele menino forasteiro, num dia meio frio daquele ano de 1973. Lembro-me até hoje da sua serenidade, da sua paz, da sua atenção naquele momento primeiro. Qualidades que pude comprovar ao longo de muitos anos, sendo seu vizinho e frequentador da sua residência. Amigo de infância do seu filho caçula, o Fernando (Siqueira), com quem tanto brinquei naquela casa, isso me fez conviver com aquela família e participar com aquela gente de tantos momentos bonitos. Hoje que é chegada a hora dessa santa mulher partir para a outra margem da vida, a gente só tem que lhe agradecer por tudo que nos ensinou com o seu exemplo. Ao seu esposo, senhor Cícero Marques, filhos: Zé Maria, Bosco, Júlio, Marcos, Neto, Fernando... e filhas: Conceição e Glorinha, e a toda a sua numerosa família, desejamos todo o alento que se é possível ter nesses momentos tão extremos, baseado na certeza de que a sua missão foi cumprida e que o seu exemplo de vida vai ficar.
Créditos:
Texto: Eliel Silva 
Foto: Arquivo do blogueiro

domingo, 14 de agosto de 2011

Dia dos pais - nossa homenagem



As tuas mãos tem grossas veias como cordas azuis
sobre um fundo de manchas já cor de terra
- como são belas as tuas mãos -
pelo quanto lidaram, acariciaram ou fremiram
na nobre cólera dos justos...

Porque há nas tuas mãos, meu velho pai,
essa beleza que se chama simplesmente vida.
E, ao entardecer, quando elas repousam
nos braços da tua cadeira predileta,
uma luz parece vir de dentro delas... 

Virá dessa chama que pouco a pouco, longamente,
vieste alimentando na terrível solidão do mundo,
como quem junta uns gravetos
e tenta acendê-los contra o vento?

Ah, Como os fizeste arder, fulgir,
com o milagre das tuas mãos.

E é, ainda, a vida
que transfigura das tuas mãos nodosas...
essa chama de vida - que transcende a própria vida...
e que os Anjos, um dia, chamarão de alma...

sábado, 13 de agosto de 2011

Os alquimistas estão chegando...

“Ói, ói o trem,
vem surgindo de trás das montanhas azuis,
olha o trem
Ói, ói o trem,
vem trazendo de longe as cinzas
do velho eon.”
(O Trem das 7 – Raul Seixas)

Público presente no 10º Tributo

O trem e outras máquinas quentes nesses tributos a Raul

Não se sabe ao certo quando foi que aquela tribo roqueira descobriu esse trem rumo à Ceará Mirim. Sabe-se que virou uma tradição aquela viagem. É comum, à cada tributo a estação da Ribeira, em Natal, se encher dessa gente tão diferente dos costumeiros passageiros que diariamente recorrem ao velho trem de ferro para seguirem seus destinos. O fato é que essa coisa ganhou as manchetes, tanto que até já chegou ao conhecimento da viúva do Raul, a Kika Seixas, que certa vez entrou em contato com o Erivan Lima e indagou sobre o fato.


Alma de Borracha, com participação de Erinho

Mas voltemos ao salão do Centro Esportivo e Cultural. Aquele 10º Tributo foi histórico, como deveria mesmo ser. A banda Alma de Borracha, já com o Dedé na guitarra solo e mais alguns outros jovens músicos, em substituição de outros mais antigos; esses que, não deixaram de ter naquele dia a sua participação, deu um show à parte. Com direito a participações especialíssimas do Erivan Lima, Mércio e Vitoriano Roberto. Esses que, com certeza até então eram a mais completa tradução do autêntico fã do maluco beleza.
Banda Van Grogs

Lembro-me de ter vivido nesse dia, uma verdadeira maratona, tocando tanto no Alma como no Tarântula Blues, banda do roqueiro Ruy Lima, que nessa época também já realizava anualmente um tributo a Elvis Presley, seu ídolo. Ainda tocou nesse evento a banda do Giancarlo, Van Grogs, como era chamada na época.
Alma, com novos componentes

Nos anos seguintes, foram surgindo novas bandas que, à exemplo daquelas primeiras, entravam no clima do evento e assim emprestavam o seu som a nossa festa. Foi assim com a banda cearamirinense KDA2, que naquele 13º tributo estreou o seu rock tão bem trabalhado e original. Um caldeirão de mitos, uma alquimia perfeita.


KDA2, estreou no 13º Tributo e toca até hoje


Imagens que ficarão pra sempre


Créditos:
Texto e foto KDA2: Eliel Silva
Demais fotos: Acervo de Erivan Lima
Depoimento: Erivan Lima