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"Engolimos de uma vez a mentira que nos adula e bebemos gota a gota a verdade que nos amarga." Denis Diderot

domingo, 30 de dezembro de 2018




E por falar em retrospectiva...

Uma cena que não sai da minha cabeça, cuja imagem reproduzo aqui, aconteceu recentemente no Especial de Roberto Carlos. Um Gilberto Gil sorumbático, visivelmente abatido pelos constantes problemas de saúde que enfrentou nos últimos meses, e mesmo assim, sereno e firme na voz e no violão. Caetano pareceu respeitar o momento e ficou meio contido no palco, logo ele, uma força estranha. Roberto, sempre receptivo, inconscientemente fez um mea culpa por não ter incluído no seu repertório (de discos e de shows) uma canção enigmática do Gil. Mandar "tudo pro inferno" pode parecer café pequeno se comparado às visões fantasmagóricas e apocalípticas de canções como "Eternas Ondas" (Zé Ramalho) e "Se Eu Quiser Falar Com Deus" (Gilberto Gil), oferecidas ao Rei, mas que ele, segundo informação da época, se assustou com a letra da primeira, o que é bem possível ter ocorrido com a segunda também, e se recusou a gravá-las. Velhos mestres da nossa canção. E cada um, à seu modo, vai cumprindo a sua sentença.
(Eliel Silva - 30.12.2016)

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