Crônica banal
Para que mesmo retrospectiva, se o momento atual reflete o que se viu o ano
inteiro, e a gente ainda segue abatido com as perdas que tivemos de pessoas tão
queridas?! Eu bem que podia ter ficado em casa nesse penúltimo dia do ano, mas
inventei de me aventurar nessa selva de cidade e, de cara, passo no banco e
estranho não ver aquele vendedor de bugigangas que costuma ficar na calçada, o
que para mim não é um bom sinal: e realmente, não havia dinheiro nos caixas eletrônicos (pra variar). Nem os ar condicionados estavam
ligados. Era uma verdadeira sauna de lisos. Mas sigo em frente.
Passando no
sinal, percebo que está funcionando apenas o amarelo, que pisca sem parar. Vai endoidar
um trânsito que já é caótico por aqui. Mas eu estava com o propósito de tentar
a sorte, afinal, toda essa dinheirama da “Mega da Virada” vale qualquer esforço
(mas será que vale mesmo para mim?!). Não perdi a viagem porque no caminho me
encontrei com velhos e bons amigos, também pude dar um abraço na minha filha,
em plena feira, e pude também contemplar, ao fundo, no vale, os ipês amarelos
que por essa época “apenasmente floram”, como cantou o Belchior. Mas na loto eu
desisti do jogo. As filas eram enormes. Como eu bem conheço a sorte que tenho,
por sinal, da mesma intensidade dessa minha paciência, deixei os possíveis
milhões para lá.
Como prêmio de consolação fiquei imaginando que essa grana me
resolveria alguns problemas, mas também me traria outros tantos. Descendo a
ladeira, à caminho de casa, resolvo dar uma entradinha numa certa loja da
cidade, meio cabreiro, porque recentemente um camarada escreveu aqui que lá esteve
e percebeu que os funcionários recebem a gente com caras feias. Corri logo para
a seção de CDs e DVDs, aquela mesma que o amigo falou em sua postagem. Pois não
é que é verdade: lá só encontrei caras feias.
Que nos venha 2018!
Que nos venha 2018!
(Eliel Silva – 30.12.2017)
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