"Sonho que se sonha só
É só um sonho que se sonha só
Mas sonho que se sonha junto é realidade"
É só um sonho que se sonha só
Mas sonho que se sonha junto é realidade"
Raul Seixas
Eu, o menino
Pobre
menino
A tecnologia estava muito distante da gente
naqueles míticos anos 70. E eu era só um pobre menino que, muito bem
acompanhado por outros da minha idade, queria ser artista da música a qualquer
custo. Quer dizer, a um custo não tão alto. Sim, porque os nossos instrumentos,
feitos à base de lata de óleo de cozinha (naquele tempo óleo se vendia em
lata), ripas, nylon e sacos plásticos, toda aquela tralha não nos custava quase
nada. Assim, alimentávamos os nossos sonhos, pilotando o nosso “conjunto de
lata”, tocando e, de certa forma, encantando aquela gente curiosa da redondeza.
Mas a gente não saía da “Rua Luiz Ferreira (antiga “Bacurau”). O palco nosso de
cada dia eram os quintais das nossas casas. Excursionávamos pelas vilas e becos
daquele “nosso país”. Sempre fui muito dedicado naquilo que faço, e sem muita
pretensão, também sem “mafiar” ninguém, eu dava uma de guitarrista e cantor. E
eram tantos outros que passaram por aquela experiência: Bosco Ramalho, Evandro
Lacerda, Fernando Siqueira, Paulinho França, Canindé (Jangada), e outros mais. Com o passar dos anos os nossos projetos foram ficando mais ecléticos, e
então nos dispersamos, muito embora o gosta pela música perdurou em boa parte
daquela turma. Até hoje insisto nessa coisa de mexer com música. Me faz muito
bem. Acho até que eu não existiria não fosse ela. Naquele tempo eu “era um
garoto” (fui depois um rapaz e hoje sou senhor) que já amava Leno, Raul,
Renato, Roberto, Erasmo, Wandeca e todos aqueles ídolos “da juventude”. Mas não
tinha “contato” ainda com os Beatles e os Rolling Stones. O bom de tudo isso é
poder agora, depois de tantos anos passados, ficar cara a cara com esses nossos
heróis e heroínas das nossas eternas canções. Dos brasileiros que eu citei, um
já se foi para além das estrelas, sem que eu pudesse ao menos me despedir. Com
Raul eu não tive o privilégio de chegar tão perto, ser fotografado ao seu lado.
Já o Rei é uma esperança que “eu já nem sei” se devo acreditar. Bom, mas dos
demais artistas aqui registrados guardo comigo os nossos encontros. Um deles, e
por ser potiguar como a gente, quebrou esse gelo, encurtou essa distância entre
o artista e o fã.
Leno, na gravação do DVD
Gileno Osório Wanderley de Azevedo, o Leno, aquele que
cantava em dueto com a Lílian “Pobre
Menina”, - entre tantas outras baladas boas de se ouvir, aprender e cantar
também -, formando assim a dupla mais simpática e romântica da Jovem Guarda;
esse rapaz vai nos dar um presentasso, que é se apresentar no 24º Tributo a
Raul Seixas, aqui em
Ceará-Mirim. Cidade que por sinal, foi lugar de suas andanças
e brincadeiras quando menino. Valeu, Leno. Bom regresso a nossa terra. A sua
presença vai aguçar a minha imaginação e com certeza vai passar um filme na
minha cabeça de todas aquelas buscas de criança, quando eu, um pobre menino, sonhava
em ser como os artistas de então. Ou pelo menos, quem sabe um dia, me tornar
alguém mais próximo deles. “Quem sonhou viveu!”
Giancarlo, Eliel Silva, Leno e Erivan Lima
Eliel
Silva/agosto.2013
Imagens:
Foto 1 - álbum de família
Demais fotos - Arquivo do blog
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