“Sabe, quando a gente
tem vontade de encontrar
A novidade de uma pessoa
Quando o tempo passa rápido
Quando você está ao lado dessa pessoa
Quando dá vontade de ficar nos braços dela
E nunca mais sair…”
A novidade de uma pessoa
Quando o tempo passa rápido
Quando você está ao lado dessa pessoa
Quando dá vontade de ficar nos braços dela
E nunca mais sair…”
(Sei – Nando Reis)
Nando Reis - Sei
O dom de
tão bem compor
Fora do grupo Titãs já há bastante tempo, o
cantor/compositor Nando Reis, à exemplo do Arnaldo Antunes, vai tocando em
frente a sua vida de artista. Em seu mais recente trabalho, “Sei”, ele presenteia seus fãs com
baladas inspiradas (algumas bastante doces, como deve ser toda canção
romântica, inspirada nas histórias de amor).
Pré-sal, abre o disco, com sua
letra longa e meio desconexa. Seria o seu Faroeste Caboclo, como comentou minha
filha. Sei, trilha sonora da novela
Lado a Lado, da Globo, tem letra simples e apaixonada (apaixonante), sem
refrão. PERSxPECTATIVA, grafada assim
mesmo, em caixa alta, soa meio jovem
guarda meio George Harrison (Hare Krishna! Aleluia!), enquanto Luz Antiga sai bem ao estilo Nando Reis. Coração vago, com seu fraseado inicial faz lembrar Silvio Brito, mas
o arranjo dos metais nos remete ao grande Tim Maia e a sua Vitória Régia (Mais
grave, mais agudo, mais médio, mais tudo! - Que saudade do Tim!). E se o inglês do cantor é péssimo,
como ele mesmo diz nessa canção, não importa, sua poesia, feita em bom
português, simples, direto e sincero, já é motivo suficiente para coloca-lo num
patamar onde estão os grandes (e melhores) compositores da música brasileira. O que eu só vejo em você faz referência
a Lulu Santos. “Não há tempo que volte, amor”. E ele entrega: "como diz a linda
canção". E ainda: "como diz Lulu na canção".
O tempo e a idade distancia o artista do Cabeça Dinossauro, mas a verve do poeta
está presente em todas as faixas do álbum, que não são poucas se comparado aos
padrões atuais. Quinze no total. Enquanto o EP do rei Roberto Carlos contém
quatro, sendo apenas duas inéditas. Mas que falta nos faz uma cantora do
quilate da Cássia Eller para interpretar como ninguém essas novas pérolas do
poeta ruivo. Enquanto ela “não vem”, vamos ouvir tudo isso na voz do dono da
obra. E aguardemos “um segundo sol” chegar!
Um comentário:
Grande Eliel! Sempre em forma para nos traduzir o que estes "monstros sagrados" da MPB tem a nos dizer. Parabéns pelo texto. Como comentou uma amiga, já era hora do Rei convidá-lo para seu especial. Ou não?
Edvaldo
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