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"Engolimos de uma vez a mentira que nos adula e bebemos gota a gota a verdade que nos amarga." Denis Diderot

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Outro blues



 “Vendeu seu terno, seu relógio e sua alma
e até o santo ele vendeu com muita fé
Comprou  fiado pra fazer sua mortalha
tomou um gole de cachaça e deu no pé...”
(Cachaça Mecânica – Erasmo e Roberto)

Cachaça manual



Seja limão, tomate, maçã ou caju
Mesmo sem açúcar, mas com afeto
Faço aos domingos o meu coquetel
Quero lá saber o que pode e o que não pode
Quero lá saber quantas calorias e
quanta glicose a mais vai nessa mistura
não dou notícia dos embalos do sábado que passou
meu domingo agora é rock and blues
São baladas, são canções de um amanhecer
É samba de uma nota só
“Luz, quero luz!”
Mas esse sol me encandeia,
me sufoca, me aquece e me queima
Ela se mistura em minhas veias
Sonho com um botequim
Como era bom bater perna
Ser feliz ouvindo um lançamento em vinil
Dezembro já está chegando
Mas Papai Noel soltou suas renas
Que viagem!
Que loucura!
Que “elogio a loucura”!
Parem a limusine!
Uma mulher me acenou ao telefone
Me fez um sinal de espera
Estou vendo estrelas
É o efeito da tequila feita em casa
Um rei canta e encanta em meu aparelho de som
Mas será mesmo que “além do horizonte” existe esse lugar?
Bom, a natureza faz coisas incríveis
Ela fez você pra mim
Que quando está por perto a vida é bela
Quero mais um gole, vou me embriagar de você
Musa da minha solidão
Estribilho da minha canção
Fogo dessa chama que me aquece, que me inflama
E o meu coração se apaixona pela nova geladeira
Que esfria a minha alma de boêmio, sonhador
E eu rabisco em verso, em prosa
Vez em quando a vida
E é só...

“Mas o que eu quero é lhe dizer
que a coisa aqui tá preta

Muita mutreta pra levar a situaçã
Que a gente vai levando de teimoso e de pirraça
E a gente vai tomando que também sem a cachaça
Ninguém segura esse rojão.”
(Meu Caro Amigo – Chico Buarque / Francis Hime)
 
Créditos:
Texto: Eliel Silva – novembro/2012
Imagem: Internet

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