“Eu sou o consumo
de um sol sem calor.
de um sol sem calor.
Enfim,
sou resumo do riso e da dor.
Eu colho a tristeza
em forma de flor.
Na paz da certeza
onde canta o amor.”
(“Resumo” –
Mário Marcos / Eunice
Barbosa)
Mosaico
Ora, quem
sou eu, incapaz de ouvir estrelas.
Sem ser
poeta, eu só falei,
e uma
delas me ouviu atentamente, pacientemente,
com aquele
seu brilho discreto.
Nunca em
minha vida eu fiz tanto uso de sabão em pó.
Diz o
ditado que “roupa suja se lava em casa”
e assim eu
fiz.
E naquela
bucha que eu lavava a louça
espremia
todo o meu drama
que
escorria por entre os meus dedos.
Num pano
de prato, único,
Uma velha
estampa que não passava da quinta-feira.
Meus dias
eram sempre iguais.
Só, com os
meus botões,
imaginando
um futuro incerto,
eu
prosseguia.
Os amigos,
esses desapareceram,
salvo dois
ou três.
E com
esses poucos, porém sinceros,
eu montava
a minha tropa de combate.
Também por
aqueles dias eu troquei gato por cães,
depois por
lebres, que desapareceram também,
exceto um
gato vadio que lhe dei guarida.
Esse não
me abandonou.
Me procura
até hoje.
Uma
rezadeira me alertou
para eu me
cuidar de pessoas muito próximas.
Seguindo
seu conselho,
fui
ficando cada vez mais sozinho
e assim busquei meu caminho.
Em todo
esse tempo eu contava os dias,
as horas, os
minutos...
O momento
de tudo mudar.
Meses e
meses, eu contava as luas.
Subia e
descia com a maré.
Já que
amar é assim...
Sorri um
pouco nas “festas de abril”
Sonhei com
um “sol de primavera”
Mas me
veio um setembro negro
Um anjo
triste se apossou de mim
Aí foram
rezas e curas
que muito
me valeram.
Criei
coragem aos poucos.
Mudei meus
planos.
Acreditei.
Tudo
mudou.
Créditos:
Eliel
Silva – novembro de 2012.
Imagem 1: Internet
Imagem 2: Eliel Silva
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