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"Engolimos de uma vez a mentira que nos adula e bebemos gota a gota a verdade que nos amarga." Denis Diderot

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Era o Galvão

"A televisão é um veículo de diversão 
que permite a milhões de pessoas 
ouvir a mesma piada ao mesmo tempo e, 
ainda assim, continuar solitárias."  
(T. S. Eliot)


2 x 0

Há tempos eu não via uma imagem na TV (pode parecer estranho). Fiquei sem ela também na partilha. As vezes me batia uma vontade de ver aquelas caras tão conhecidas, principalmente as dos telejornais. Profissionais competentes que tentam passar pra gente, de forma bastante simpática, notícias diárias nem sempre tão positivas.
Lembrei que eu poderia receber um sinal da antena direto para o velho aparelho de videocassete, e daí, conectado ao amplificador de som, eu teria o áudio perfeito, a imagem eu criaria na minha mente, o que não é problema para mim. Assim, parti para fazer a conexão dos cabos, naquela segunda-feira sem graça, sem expediente na repartição que trabalho.
O sinal de áudio apareceu no aparelho, aumentei um pouco o volume e eis que uma voz bastante familiar se fez ouvir pela casa. Era o Galvão Bueno que narrava o jogo Brasil X Egito. Ouvir Galvão Bueno nunca tinha feito tanto bem para mim como naquela tarde. Era uma tarde vazia. Eu estava sozinho, esperando um sinal das estrelas (da TV e outras mais...). A vida é mesmo um grande mistério. E como tão bem cantou o Cartola, “o mundo é um moinho...” Eu que tantas vezes me irritei com as atitudes do locutor, tentando empurrar pra gente goela abaixo as suas opiniões, me senti seu amigo naquele momento. E vibrei com ele quando saiu o primeiro gol da Seleção Brasileira naquele primeiro tempo, depois o segundo, no segundo tempo. Empolguei-me tanto com aquela nova possibilidade que “assisti” à sessão da tarde. Agora vou curtir de novo quando rolar os comerciais. Plim Plim!

Texto:Eliel Silva
Imagem: Internet

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