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"Engolimos de uma vez a mentira que nos adula e bebemos gota a gota a verdade que nos amarga." Denis Diderot

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Aquela casa simples

Por ele mesmo...

Quem é José Flávio, senão um norte rio-grandense vivendo em terras paulistas. Fazendo a cada dia uma experiência de saudade da terra natal. Na batalha diária pela vida na qual também estão envolvidos todos os potiguares, paulistas, cariocas, canadenses, parisienses, enfim, todas as tribos do universo.
A música tem o poder de nos trazer as mais diversas e nobres sensações e sentimentos, inclusive o da paz. Seja numa casinha no campo, seja na cidade, praia ou montanha. A casa na verdade é a mente e, estando ela em paz, tudo o mais também estará.


Do tamanho da paz

Eu já tive uma casa no campo e não compus muitos rocks rurais,
Pra dizer a verdade, não compus nenhum.
Nem de rock rural eu gostava.
Meu prazer era ficar sentado na relva verde à beira do rio
E ouvir o canto dos pássaros.

Lá nos jardins dessa casinha feita de saudades
Plantei meus amigos, meus discos, meus livros.
Dessas sementes que semeei algumas brotaram
E se tornaram árvores frondosas e deram bons frutos.
Algumas sementes caíram à beira do caminho
Outras caíram entre os espinhos, ou entre as pedras.
Outras ainda caíram entre à beira do caminho,
Sendo comidas pelos pássaros.
Paciência! Paciência! Ainda não sou tão bom semeador assim,
Mas um dia eu chego lá.

Ah, que saudades daquela casinha!
Lá sim, a mãe natureza me fazia ficar do tamanho da paz.
Essa mestra e sábia mãe me ensinou a ficar
Do tamanho da paz em qualquer lugar.
Ah, como são importantes essas lições em tempos de guerra.
Falo de guerras urbanas e dessas guerrinhas bobas do cotidiano,
Fruto da vaidade humana, tão terrível quanto as grandes guerras.

Todos passam, tudo passa nessa vida.
A esperança é última que passa, porém.
E a minha ainda usa óculos, e isto me permite
Usar os limites do corpo para dar grandes saltos
Na imensidão do céu azul que paira sobre campos e cidades.

Uma vez o Mestre falou:
“Vós sois o sal da terra e a luz do mundo”!
Concordo plenamente.
E acrescentaria um pouco de pimenta nesse molho.
Que sabe essa receita abra
Minha mente e a de meu filho
E nos torne capazes de acompanhar
A evolução da humanidade.
José Flávio

(texto inspirado na canção Casa no Campo,
de Zé Rodrix/Tavito e em Mt, 13 1-58)
Campinas, 14 de fevereiro de 2006

2 comentários:

Unknown disse...

Muito bom, sempre, sempre expressando esta sensibilidade impar. Mais uma vez, parabéns.

Marcelo Madeira

Samira Vagli disse...

ADOREIIIIIIIIIIIII

Parabéns!