Eu sei que muitas
vezes a sua opção preferencial foi pelos “de fora”. Pessoas pelas quais nutria
uma enorme e doentia simpatia. Corria mundos e fundos só para agradá-las. E
mesmo eu me sentindo fora do seu ninho, “na hora do meu desespero” era a ela
que eu recorria. Pois, era de praxe, não media esforços para tentar resolver
qualquer situação que abatesse a sua cria. Falava com quem quer que fosse, só para me proteger (também). Do delegado ao
presidente. Do político ao sacerdote. Mas o tempo andou machucando nossas
almas. Estamos quase que na mesma situação. Velhos e cansados. Se brincar, eu
ainda mais velho que ela. Mesmo assim, por força desse destino, acontece o
inverso, e sou eu agora um dos que lhe dão a mão. E então me pergunto, meu
Deus, quando eu precisar de alguém que interceda por mim, a quem eu irei? Vou
ter que me virar sozinho? E nessas horas o medo parece se apoderar de mim. E é
por isso que vez por outra me pego cantando: “tenho as vezes vontade de ser
novamente um menino, e na hora do meu desespero gritar por você...” (Eliel Silva)
segunda-feira, 7 de dezembro de 2015
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