"Esses seus cabelos brancos, bonitos / Esse olhar cansado, profundo /
Me dizendo coisas..."
AQUELE HOMEM DA ESTAÇÃO
Quem haverá de decifrar os segredos e mistérios daqueles trilhos?! Trilhos
que formavam trilhas para tanta gente. Quantas pessoas por ali passaram,
acomodadas num vagão de trem, na ânsia de chegar a destinos tão diversos. E
aquele homem incansável, correto em sua missão, todo santo dia estava ali, com
sol e chuva, no sereno, cumprindo a sua obrigação. Sua função? Guarda Chaves. Mas que chaves esse homem guardava
mesmo? As chaves de acesso aquele trem, carregado de tantas vidas. Quantos
encontros e quantas despedidas naquela estação aquele homem presenciou. Quanta
correria na lida do dia a dia.
Até parece uma ficção muito bem escrita, mas é uma história real. O tempo e o progresso, se é que se pode chamar essas mudanças de progresso, se encarregaram de virar a página. E o capítulo seguinte parece desolador. A estrada de ferro, a estação, aquele homem... Fica difícil hoje encarar tanta ruína. Mas o que fazer, se a vida tem dessas coisas?!
Agora resta a “seu” Daniel, do alto dos seus 93 anos de idade, completados nesse dia 22 de novembro de 2014, encarar os desvios dessa estrada e esperar o sinal do Mestre maior que o guiará ao destino definitivo. E me permita confessar: hoje a sua lucidez nos faz muita falta. Mas, há que se entender, há que se aceitar, pois se a locomotiva daquele tempo, com ferro e aço em sua composição, já não tem força de prosseguir a jornada, imagine você, meu caro Daniel, com esse seu coração de porcelana e alma de um cristal tão delicado. É chegada a hora de estacionar. E com isso vão-se as lembranças do passado, vai-se o vigor de uma juventude tão distante. Imagens de toda uma vida se misturam em sua mente formando um emaranhado de coisas hoje indecifráveis. É o sinal do tempo em você. Sempre que vejo o nosso lar ameaçado, penso na sua sabedoria muito simples que sempre dava um jeito nas coisas.
Grande “profeta” Daniel, parabéns pelos seus 93 anos de idade, e a maior parte deles, dedicada a sua gente. E obrigado por tudo que aprendi com você.
A vida é mesmo assim. Ela é uma grande estação. Lugar de encontros e despedidas.
(Meu pai, o senhor Daniel Ferreira da Silva, é um ferroviário aposentado. Trabalhou durante trinta anos nas estações de trem das cidades de Taipu e Ceará-Mirim)
Até parece uma ficção muito bem escrita, mas é uma história real. O tempo e o progresso, se é que se pode chamar essas mudanças de progresso, se encarregaram de virar a página. E o capítulo seguinte parece desolador. A estrada de ferro, a estação, aquele homem... Fica difícil hoje encarar tanta ruína. Mas o que fazer, se a vida tem dessas coisas?!
Agora resta a “seu” Daniel, do alto dos seus 93 anos de idade, completados nesse dia 22 de novembro de 2014, encarar os desvios dessa estrada e esperar o sinal do Mestre maior que o guiará ao destino definitivo. E me permita confessar: hoje a sua lucidez nos faz muita falta. Mas, há que se entender, há que se aceitar, pois se a locomotiva daquele tempo, com ferro e aço em sua composição, já não tem força de prosseguir a jornada, imagine você, meu caro Daniel, com esse seu coração de porcelana e alma de um cristal tão delicado. É chegada a hora de estacionar. E com isso vão-se as lembranças do passado, vai-se o vigor de uma juventude tão distante. Imagens de toda uma vida se misturam em sua mente formando um emaranhado de coisas hoje indecifráveis. É o sinal do tempo em você. Sempre que vejo o nosso lar ameaçado, penso na sua sabedoria muito simples que sempre dava um jeito nas coisas.
Grande “profeta” Daniel, parabéns pelos seus 93 anos de idade, e a maior parte deles, dedicada a sua gente. E obrigado por tudo que aprendi com você.
A vida é mesmo assim. Ela é uma grande estação. Lugar de encontros e despedidas.
(Meu pai, o senhor Daniel Ferreira da Silva, é um ferroviário aposentado. Trabalhou durante trinta anos nas estações de trem das cidades de Taipu e Ceará-Mirim)
Aqui a homenagem desse seu filho que sonha em ter um dia essa sua dignidade.
Beijo, Bob Pai!
(Eliel Silva – Novembro de 2014)
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