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"Engolimos de uma vez a mentira que nos adula e bebemos gota a gota a verdade que nos amarga." Denis Diderot

sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

Musa do folk

 

Cantora folk Joan Baez marca três shows no Brasil

Maior voz feminina da folk music se apresentará pela primeira vez no país, onde teve show vetado pela ditadura militar, em 1981

 Maior nome feminino da folk music em todos os tempos, responsável por apresentar ao grande público, em 1962, o então desconhecido Bob Dylan, a cantora americana Joan Baez se apresentará no Brasil pela primeira vez. Será no dia 23 de março, às 18h, no Teatro Bradesco, São Paulo (antes, ela toca no dia 19 de março em Porto Alegre, no Auditório Araújo Vianna, às 21h; e no Rio de Janeiro no dia 21, no Teatro Bradesco Rio, às 21h). A turnê An Evening with Joan Baez, realizada pela Opus Promoções, também vai ao Chile, ao Uruguai e à Argentina. Baez veio ao Brasil para cantar em 1981. Iria se apresentar no Tuca, teatro da PUC-SP, mas foi proibida, segundo denunciou, pela ditadura militar.

Desde 1958 gravando e fazendo turnês, Joan Baez, 73, segue politicamente engajada. Ela esteve, em 2011, tocando voluntariamente a canção My Apple Pie no acampamento de manifestantes do Occupy Wall Street, em Nova York. Com mais de 50 anos de carreira e 30 discos gravados, a cantora segue comapresentações baseadas em um som acústico (toca violão, piano e Ukulele) e com as famosas protest songs que a celebrizaram. Ela abre o show desta turnê, habitualmente, com Rexroth’s Daughter e In My Time of Need, para depois cantar o hino Deportees, de Woody Guthrie, pioneiro do folk americana. Também estão em seu repertório a famosíssima It'’s All Over Now, Baby Blue, de Dylan -- seu namorado de 1962 a 1965 -- e The Night They Drove Old Dixie Down, de Robbie Robertson, da The Band.

Em tempos de manifestações, ninguém tem mais autoridade para falar sobre o tema que Joan Baez. Ela, que foi estrela em Woodstock, cantou We Shall Overcome diante de 250 000 pessoas na histórica manifestação comandada por Martin Luther King em Washington, em 1963, foi presa duas vezes por bloquear a entrada do Centro de Convocação das Forças Armadas em Oakland, na Califórnia, e nunca se cansou de fazer discursos contra o recrutamento de jovens para a Guerra do Vietnã. Fez ainda uma manifestação silenciosa dentro de um abrigo antiaéreo norte-vietnamita, em Hanói. Era a única mulher que se postava ali como escudo humano para protestar contra o envolvimento dos Estados Unidos na guerra.
Joan e Bonnie Raitt escalaram uma sequoia canadense de mil anos para visitar e cantar para Julia Butterfly Hill, ativista que ficou sentada na árvore durante 500 dias para protestar contra a derrubada de sequoias antigas. Seu estilo de vida também a aproxima dos grandes alternativos do pop. No final dos anos 1990, vivia em Woodside, na Califórnia, cercada por verduras orgânicas, cabras, cães e galinhas.
Apesar da disposição para a luta, ela teve de fazer muita terapia para superar vários tipos de paúra e frustração. "Quando olho para trás, quase não posso acreditar em algumas das coisas que ‘fiz", disse ao jornal The Guardian em 2004. "Vejo aquela mocinha e ela me parece muito distante e precoce. Francamente, estou espantada e surpresa pelo que fiz. Porque não saí gritando daquele abrigo antiaéreo em Hanói ou daquela cela da prisão e não perdi a razão?".
Fonte: veja Celebridades
Link: http://veja.abril.com.br/noticia/celebridades/joan-baez-marca-tres-shows-no-brasil
 

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