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"Engolimos de uma vez a mentira que nos adula e bebemos gota a gota a verdade que nos amarga." Denis Diderot

terça-feira, 29 de maio de 2012

A fé não costuma "faiá"

"Venho para a festa, 
sei que muitos têm na testa
O deus-sol como um sinal, 
um sinal
Eu como devoto 
trago um cesto de alegrias de quintal."
("Palco" - Gilberto Gil)

Às vésperas de completar 70 anos, Gilberto Gil grava DVD com orquestra no Municipal do Rio

Algumas canções do início da carreira, como 'Domingo no Parque' e 'Panis et Circenses', foram gravadas originalmente com base em orquestrações que se tornaram icônicas

Roberta Pennafort - O Estado de S.Paulo

RIO - Fã - muito e há muito - da música de Gilberto Gil, o violoncelista e arranjador Jaques Morelenbaum sempre a percebeu de forma especial. “Podia ser só a voz e o violão, e eu ouvia uma sinfônica ali dentro.” Pois aquilo que os ouvidos e o coração do músico sentem vão se materializar no palco do Teatro Municipal do Rio na noite de segunda-feira. 
Gil vai apresentar delícias de seu repertório de meio século (bem) acompanhado da Orquestra Petrobrás Sinfônica, regida por Carlos Prazeres e também por Jaques. É ele o autor dos arranjos, preparados para a ocasião. O concerto integra a Série MPB & Jazz, criada em 2004 e que já teve convidados como Dominguinhos, Edu Lobo, Jacob do Bandolim e Noel Rosa.
Algumas músicas do início da carreira de Gil foram gravadas originalmente com base em orquestrações que se tornaram icônicas, como Domingo no Parque e Panis et Circenses - um clássico que ele deixou de lado por 40 anos e que só incluiu em shows recentemente. “É uma responsabilidade gigantesca botar o dedo na música de um artista que admiro tanto, ainda mais no caso dessas que passaram pelo Rogério Duprat, o papa dos arranjadores brasileiros”, diz Jaques, que teve o cuidado de pedir a Gil que gravasse as 13 músicas ao violão, para que pudesse, a partir da observação de cada intenção, eleger timbres, desenhar contrapontos e propor diálogos com a melodia principal. 
O resultado desse artesanato musical, de quatro cuidadosos meses de elaboração, tem agradado muito a Gil. “As canções mais baladísticas, mais suaves, caem muito naturalmente (na orquestração). A orquestra é como um colchão de ar em que as vozes e as acentuações rítmicas tombam com leveza”, ele avalia.
 “Estrela é uma que cai como uma luva. Panis et Circenses, que ficou no repertório do Caetano e depois chegou a uma outra geração com a gravação da Marisa Monte, é uma das que mais me comovem. Andar com Fé e Oriente ficaram muito bacanas. Domingo no Parque herdou muito do Duprat. Depois de um show na Bahia (com outra orquestra), uma espectadora veio me dizer que nunca gostou de mistura de música sinfônica com popular, mas ali tinha gostado.”

Fonte: ESTADÃO.COM.BR/Cultura
Link para matéria completa: http://www.estadao.com.br/noticias/arteelazer,as-vesperas-de-completar-70-anos-gilberto-gil-grava-dvd-com-orquestra-no-municipal-do-rio-,878039,0.htm
Foto: Internet

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