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"Engolimos de uma vez a mentira que nos adula e bebemos gota a gota a verdade que nos amarga." Denis Diderot

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Dois


Salve, salve a amizade*

Pobres infelizes os ignorantes que não têm amigos, que não sabem a importância dessa figura fundamental na nossa breve e instigante vida. Deus na sua fiel sabedoria se esqueceu de criar o 11º mandamento: “É pecado mortal não ter amigos, não ter alguém para abraçar e dizer: ´como é bom ser seu amigo´.” 
Deste pecado eu estaria absolvido, aliás, por várias encarnações, tenho muitos amigos: amigos bêbados, que em seus momentos de evolução etílica transcendental e sobrenormal dizem eu te amo; amigos que não bebem, mas também dizem eu te amo; amigos que tocam piano, poetas, artista plástico, mágico, surfista, burocrata, intelectual, alguns sorridentes, outros não, amigos cultos, outros não, amigos pretos, amarelos, brancos, multirraciais. Amigos “vagabundos”, de classe média, amigos sem classe nenhuma, mas são amigos. Tem aquele que é político, poeta, idealista e às vezes anarquista. Amigos próximos, outros distantes: “a milhas e milhas e milhas de qualquer lugar”.
Ufa! Quantos amigos! Amigo é aquele que fica feliz com a felicidade do amigo, que está ao seu lado quando você precisa de uma força, que paga a conta do bar porque você ficou embriagado e não sabe onde está o dinheiro. “Amigo é coisa pra se guardar debaixo de sete chaves, dentro do coração...” Amigo é tanta coisa que nem sei mais! Pobres ignorantes infelizes os que não têm amigos!
Ilton Soares
Professor universitário
Colaborador do Movimento Alternativo Goto Seco

* Este texto, aparentemente simplista e sem compromisso, convida o leitor a refletir sobre a amizade, principalmente em tempos de globalização da cultura do supérfluo, de capitalismo selvagem, que incita uma competição que devora e destrói todos os bons sentimentos e princípios humanos.

* Texto publicado no Zine Independente Alternativo Goto Seco em julho de 2006.

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Vinho

Eu comprei aquele vinho
Para uma ocasião que eu julgava ser legal
Mas vieram as chuvas e trovoadas
E eu me perdi na tempestade
Passaram-se os dias
O sol brilhou outra vez
Voltei a mim e bati a porta
Eu estava lá
Peguei o velho vinho
Num domingo sozinho
Toquei na vitrola antigas canções
Me embriaguei e então fui dormir
Me levantei na segunda feira
Sai pra vida
Na rua cumprimentei alguém
Era um novo dia.

Eliel Silva
(blogueiro e poeta maldito)

5 comentários:

Anônimo disse...

Amigo Poeta não precisa curtir seu vinho na solidão. Amigos existem para dividir estas taças, essas mágoas, essas traças. É só chamar e um punhado deles, inclusive eu certamente irão chegar no seu quintal para ouvir vc e suas belas músicas.
Abraço
Feliz dia dos Amigos. Não preciso nem dizer tudo isto que lhe digo, mas é muito bom saber que vc é meu amigo (com o perdão de Roberto Carlos)
Paulinho.

Anônimo disse...

Eliel, gostei p caramba do seu poema. N sei se sabes, mas se encaixa no estilo "poesia etílica."
Abraço.
Ilton Soares.

JOSILENE disse...

PARABENS AMIGO POETA,SEUS TEXTOS SÃO DE FAZER INVEJA AOS DRS. DO SABER, UM ABRAÇO JOSILENE.

ELIEL SILVA disse...

Agradecimento: Aos amigos que se manifestaram diante do meu pequeno poema, do "meu som e a minha fúria". Paulinho, poeta amigo, obrigado pelas palavras e companhia. Gostei demais das "traças" rimando com taças. Isso muito me inspira. Professor Ilton Soares, roqueiro, poeta, uma figura. Vamos juntar nossos poemas "etílicos" e lançar um livro que embriague as pessoas. Professora Josilene, amiga de todo o sempre, somente aos olhos de pessoas como você posso parecer um Rimbaud ou um Drummond, num tempo em que se exige tanto de um poeta tombado e maldito como eu. O que seria do saudoso Patativa se tivesse que recomeçar hoje, agora?! Obrigado a vocês!

Anônimo disse...

Desculpe amigo velho por me esquecer de fazer um comentário no nosso dia, pois como já lhe falei tive problemas em meu computador. Mas, porém, contudo e todavia, amigo também é aquele que tarda, mas não falha. Um abraço do seu amigo Bombeirinho(Ozair).