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"Engolimos de uma vez a mentira que nos adula e bebemos gota a gota a verdade que nos amarga." Denis Diderot

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Dizendo a verdade


“Esse gênio esboçado, essa criança louca
Esse filho da dor
Que foi capaz de erguer do lodo
Uma voz rouca e um canto de amor
Enquanto geme e chora
Mata e mente, acusa e defende
Deixa ficar pra trás
Na sua jornada uma canção de glória!!
Dizendo a verdade
Somente a verdade.”
“Quero Ser o Homem Que Sou” 
(Dizendo a Verdade)
Raul Seixas/A. Simone/Kika Seixas
Música de câmara

Fã do maluco beleza Raul Seixas, o diretor da Fundação Nilo Pereira, Waldeck Moura, pareceu se espelhar no cantor com toda aquela sua autenticidade, e falou para os edis e pessoas presentes nessa tarde noite de quinta-feira, na Câmara Municipal de Ceará-Mirim. Usando recursos de um data show, o que facilitava a compreensão dos assuntos ali tratados, se bem que para quem estava ouvindo o seu pronunciamento pelas emissoras de rádio talvez isso até dificultasse mais a compreensão, uma vez que as imagens completavam as explicações ou vice-versa, ele procurou dar clareza às atividades realizadas pela Fundação Nilo Pereira, bem como as dificuldades enfrentadas para angariar recursos para aquele órgão nesses quase três anos da gestão do atual prefeito. Estranhei a ausência de aliados do governo naquele momento tão importante e tão esperado por muitos. O diretor da FNP parecia estar sozinho, com excessão da fiel funcionária daquela fundação, a jovem  Artemísia e do secretário da Juventude, Esporte, Cultura e Lazer, o senhor Lula.
Pode-se dizer que os componentes da Banda de Música estavam em 50% ali. Não vi os músicos do meu tempo que, talvez assim como eu, tenham uma outra linha de pensamento. Mas alguns que ali estavam se manifestaram de tal maneira que foi preciso o presidente da Câmara alertá-los de que qualquer questionamento por parte das pessoas presentes fosse feito por escrito à mesa, e seria então repassado ao diretor da Fundação.
Aproveitando o ensejo resolvi fazer (por escrito, claro) uma pergunta a respeito do lixo que alguns moradores e comerciantes da Rua Heráclio Vilar, próximo à Biblioteca, costumam colocar na calçada daquela repartição. Senti que o meu questionamento causou certa estranheza ao presidente, que talvez não tenha achado que tratar de tal assunto fosse da competência do diretor da FNP. Mas a Biblioteca é um órgão ligado à Fundação, portanto, no meu entender, o meu questionamento naquele momento fazia sentido. Na verdade eu até já sabia a resposta do nosso diretor, pois tínhamos conversado à respeito, mas foi uma maneira de tornar público esse problema do lixo, que vem acontecendo já faz bastante tempo. Os senhores edis talvez desconheçam essa questão, mas inclusive nesse blog eu já postei duas matérias tratando desse assunto. Mas o meu bloguinho é nanico se comparado a outros que existem por aqui, reconheço, e há quem não se interesse por coisas assim. 

Diretor da Fundação Nilo Pereira, 
senhor Waldeck Moura

Dentre tantos assuntos tratados, o ontem e o hoje, o antes e o agora da Fundação Nilo Pereira, um que gerou destaque foi quando Waldeck falou que ao assumir o cargo de diretor, encontrou um funcionário da prefeitura “morando” no museu, onde teria sido praticamente obrigado a passar todo o seu tempo, a fim de resguardar as instalações daquele prédio. E ainda: que ele se encontrava em condições subumanas. Que pra ele se alimentar necessitava caçar rato de cana. Isso gerou certo descontentamento por parte de um vereador que chamou aquilo de sensacionalismo. Pode ser que sim, mas usando também do mesmo artifício de mostrar imagens no datashow, foram exibidas, por exemplo: fotos da Banda de Música, do Coral Araraú, da Big Band, coisas que existiam na gestão anterior. Também foram mostradas imagens do interior da sede atual da banda, bem como fotos de vários instrumentos danificados e os banheiros sujos. Nesse caso, a meu ver isso não justifica, porque essa questão de limpeza depende muito de cada usuário. Jogar papel no cesto e dar descarga no sanitário é tarefa de qualquer pessoa que use o banheiro. Será que é preciso esperar pela turma da limpeza? Agora eu fico me perguntando quais rumos aquele debate tomaria se não tivesse entrado na história aquele personagem do Guaporé!?

Waldeck, usando recursos do data show

Bom, sensacionalismos ou não, a conversa findou quase que sem entendimento das partes envolvidas. Muitos questionamentos, muitas lamentações, algumas acusações e ponto. O mais importante, e que merecia uma resposta imediata, o rumo da nossa cultura, foi deixado pra depois.  E o pior é que, como já dizia o poeta, “o amanhã é distante”.
A sessão começou contando com a presença de oito dos dez edis, havia quórum, portanto. Mas no decorrer do debate, aos poucos alguns foram saindo, claro, cada um justificando a sua atitude. Boa parte do público presente também foi se retirando, isso talvez devido a hora que já se estendia. Num certo momento eu pensei que o secretário que fora convocado para prestar esclarecimentos da sua pasta, fosse ficar falando sozinho. Ainda bem que ficaram até o fim os vereadores Ronaldo Venâncio, Franklin Marinho Jr., Roberto Lima, a vereadora Patrícia Juna e algumas pessoas mais interessadas no desfecho do debate. Fiquei feliz com a solicitação do vereador Franklinho ao diretor da Fundação para que recolocasse a placa da Biblioteca no lugar de origem. Realmente, além de ser uma questão de identificação, faz parte da história daquela casa.
Meu caro Waldeck, quero concordar com aquele outro vereador quando falou que faz muito tempo que se vem tocando “essa mesma música”, se referindo as explicações de como o atual governo encontrou a administração e que, sempre se culpa o governo anterior pela não realização de algumas ações. Realmente não dá mais pra ficar só procurando culpados. É preciso agir, e já. Se é que ainda dá tempo! Mas sempre dá.
Só uma coisa ainda não me soa bem: é que outras “musiquinhas” vem sendo tocadas amiúde em nossa cidade pelos nossos políticos, e talvez o povo já esteja também meio cansado desse som. Esse disco eu não compro!

Uma explicação talvez (des)necessária: Música de câmara: peça composta para poucos instrumentos ou vozes.

Créditos:
Texto e fotos: Eliel Silva

3 comentários:

josilene disse...

parabens Eliel seu texto é muito bom.Seu blog é mil.Um abraço Josilene.

Anônimo disse...

PARABENS WALDECK SEI QUE V. FAZ MAIS DO QUE PODE.

Anônimo disse...

Meu amigo Waldeck um dos melhores amigos que eu já tive, chefiou uma equipe de restauração da qual eu era sua subordinada, odoro ele de coração. por favor perdi o numero dele gostaria muito de entrar em contato com ele.

JULIANA ANDRADE - BELO HORIZONTE MG.