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"Engolimos de uma vez a mentira que nos adula e bebemos gota a gota a verdade que nos amarga." Denis Diderot

terça-feira, 1 de março de 2011

Bronca (As vezes é preciso, sim)

“Eu vivo apenas
Com meus próprios meios
Eu vivo em penas
Com meus sentimentos.”
"Homem de Neanderthal" - Luiz Carlos Sá
Gravação: Ney Matogrosso

Sobre televisão, notícia e irracionais disfarçados de humanos

Sempre que escrevi para este respeitável blog o fiz para tratar da nobre arte da música, ou de personagens a ela relacionados. Hoje, infelizmente, fujo ao tema.
Na semana passada a EPTV-Campinas, em Campinas/SP, apresentou uma série de reportagens mostrando o treinamento nos canis da Policia Militar do estado de São Paulo. Todos sabem que os cães são de grande ajuda no trabalho dos policiais. Durante uma destas reportagens, me chamou à atenção uma frase dita por um dos policiais que, por sinal, fechava a reportagem. Dizia ele que quanto mais conhecia o ser humano, mais se apaixonava pelos cães.
Passei a semana pensando nessa frase e no significado que ela encerra. Travou-se um forte diálogo entre eu mesmo e minha consciência. “Acho que esse cara foi meio exagerado nessa declaração” “Gostar de cães tudo bem. Tem muita gente que convive harmoniosamente com eles. Às vezes são até tratados como gente da família”. “Me incomoda o modo como ele expôs esse questionamento”. “Pelo trabalho que esse policial desenvolve ele deve conhecer a banda podre da laranja, portanto, deve saber o que fala”.
Pois bem. Findou a semana. Uma outra começou. No início dela, mais precisamente neste domingo 27/02, assistindo ao Fantástico da Rede Globo, entra Zeca Camargo e Patrícia Poeta com uma chamada que já de início me deixou indignado: MOTORISTA ATROPELA GRUPO DE CICLISTAS EM PORTO ALEGRE.
O caso? Sexta-feira(25/02) um grupo de ciclistas, fazia, como de costume, um passeio coletivo, chamando à atenção para a convivência pacifica entre ciclistas e motoristas. O passeio seguia normalmente até que um motorista “sem noção” incomodado com a manifestação, jogou brutalmente o carro contra o grupo. No asfalto, junto a sangue e lágrimas, bicicletas amassadas, retorcidas, completamente destruídas. Felizmente não aconteceu o pior. Não houve vítimas fatais.
Por que estou falando desse assunto? Pelo simples fato de a bike está para mim como os doces e brinquedos estão para as crianças. Me coloquei no lugar daquele gente e não tive como não sentir um tanto de revolta.
Em uma época longínqua os humanos moravam em cavernas. Diante de fatos que tenho ouvido ou presenciado ultimamente, penso que, em plena era da tecnologia e da informação, alguns brutamontes estão querendo voltar novamente às cavernas e acender fogo roçando uma pedra na outra.
Tenho vontade de subir em um monte e gritar a plenos pulmões: “Acorda humanidade, é hora de ser gente, o tempo de bicho brabo já passou”.
José Flávio
Campinas, 28 de fevereiro de 2011
Créditos:
Texto: José Flávio
Imagem: internet

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