Ronnie Wood sai da sombra dos Rolling Stones em seu sétimo CD solo
THALES DE MENEZES
EDITOR-ASSISTENTE DA SÃOPAULO
Ronnie Wood é um roqueiro das antigas. Tem 63 anos, os últimos 35 com os Rolling Stones. Depois de um tempo em que mais apareceu nas revistas de fofocas com namoradas décadas mais novas do que tocando suas guitarras, ele está de volta com um disco roqueiro... das antigas.
"I Feel Like Playing", seu sétimo solo de estúdio, traz riffs acelerados, tão rasgados quanto a voz esganiçada do ótimo guitarrista e cantor razoável, e convidados especiais da pesada, como Slash (ex-Guns N' Roses) e Flea (Red Hot Chili Peppers).
O álbum serve para mostrar como a passagem do Faces para os Stones, em 1975, sepultou o talento de Wood. Quando Rod Stewart, seu parceiro desde os anos 1960 no Jeff Beck Group, trocou o Faces por sua milionária carreira solo, ele se sentiu perdido e aceitou rapidinho o convite do chapa Keith Richards.
Ser Stone era um sonho, mas o monopólio das composições de Jagger e Richards inibiu Wood, que se limitou a tocar e encher a cara (e o bolso). Jeff Beck, ferino, disse que "Ronnie pegou o melhor emprego do mundo, mas vendeu a alma ao diabo".
Faz sentido. Seu disco solo mais interessante ainda é o primeiro, "I Got My Own Álbum to Do" (1974), antes de virar Stone. O mais recente, "Not for Beginners", de 2002, derrapou no repertório fraco. "I Feel Like Playing" resgata Wood para a nova geração.
Ali tem blues, soul, baladinha, até um pouco de reggae, mas é, na essência, um disco de rock sujo, de banda de boteco. Suas 12 faixas formam uma declaração de fidelidade à estrada do rock.
I FEEL LIKE PLAYING
ARTISTA: Ronnie Wood
LANÇAMENTO: ST2
QUANTO: R$ 26, em média
AVALIAÇÃO: bom
Fonte: Folha.com - Ilustrada
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