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"Engolimos de uma vez a mentira que nos adula e bebemos gota a gota a verdade que nos amarga." Denis Diderot

terça-feira, 21 de setembro de 2010

A natureza


“Admiro demais o beija-flor que com medo da cobra inimiga
Só constrói o seu ninho na urtiga, recebendo a lição do criador.
Observo a coragem do condor que nos montes rochosos come a presa.
Urubu, empregado da limpeza. Quanto é triste a vida do abutre:
Quando encontra um morto é que se nutre.
E quanto é grande e suprema a Natureza.”
(A Natureza - Zé Vicente da Paraíba e Passarinho do Norte)
Vida selvagem

Não é bom começar a semana assim... Mas, fazer o quê, se os fatos estão aí! Domingo passado, quando eu voltava da minha costumeira visita ao meu velho pai, subindo a Rua Luiz Ferreira (antiga Bacurau), presenciei uma cena incomum. Ali existe uma casa que está fechada já faz bastante tempo. Ora, é o suficiente para que algumas pessoas se achem no direito de jogar lixo de toda espécie naquele local. Ao me aproximar deparei-me com aquela cena até então inédita para mim naquela rua. E olha que morei ali por mais de trinta anos. Um bando de urubus fazia a festa disputando um saco plástico cheio de restos de galeto. De quem partiu esse presente de grego para incomodar os moradores daquela rua, não se sabe. O certo é que aquelas aves, tão providenciais quanto o próprio tempo, trataram de fazer a coleta. Limpeza! Foi assim que julguei aquela atitude instintiva daqueles abutres.

Como eu não dispunha naquele momento de uma câmera fotográfica, recorri a uma amiga que conversava comigo naquele momento, e que também se maravilhava (não sei se seria essa a expressão correta!) com a ação daquelas aves e, assim como eu, se irritava com a atitude de quem fez aquele gesto insano de jogar restos de galeto em plena via pública. Mas era muita coisa mesmo! Tanto que, ao passar por lá no outro dia, ainda havia cabeças de frango espalhadas no meio da rua. Nem mesmo os urubus deram conta de tanta carniça. Definitivamente, a selvageria não é mais uma característica exclusiva dos animais.


Em tempo: Pelo sim, pelo não, sábado passado eu vacinei o meu cão.

Créditos:
Texto: Eliel Silva
Fotos: Professora Zilene Lacerda

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