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"Engolimos de uma vez a mentira que nos adula e bebemos gota a gota a verdade que nos amarga." Denis Diderot

sábado, 19 de outubro de 2013

Ao poetinha

Soneto de Fidelidade
Vinicius de Moraes

De tudo ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.

Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento

E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.


Vinicius de Moraes, "Antologia Poética", Editora do Autor, Rio de Janeiro, 1960, pág. 96.

sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Grilo na cuca


“Grilo na cuca
Quem pode, pode, quem não pode foge
Quem foge corre quem não corre morre
Minha cabeça está pegando fogo, fogo, fogo.”
Dudu França




Encangando grilo

Sempre achei curioso, e engraçado, essa expressão: "tô encangando grilo!" E não é que ultimamente estou com esse anseio, de ficar encangando grilo. A gente trabalha pra caramba, luta pela vida, sua a camisa mesmo, e muitas vezes não consegue atingir os nossos objetivos. E ainda tem o desprazer de ver triunfar aqueles desonestos, preguiçosos, anganadores do povo. Pois bem, quando hoje escuto alguém dizer que está encangando grilo, - apesar de agora ser tão raro, pois tá todo mundo correndo em busca de algo -, juro que me bate uma inveja danada desse sujeito. Dá vontade de ser como ele. Queria também essa folga. Se bem que, com a peste de grilos que assola a nossa cidade, talvez não seja tarefa tão fácil sair por aí botando canga nesses insetos.

Eliel Silva/outubro.2013
Imagem: Internet

terça-feira, 8 de outubro de 2013

Eu vou tirar você desse "lugar"


“Felicidade não existe
O que existe na vida
São momentos felizes...”
Odair José
Coletânea de Odair José estimula reavaliação da sua obra, mal classificada como 'brega'

MARCÉLO FERLA

"Ser chamado de brega é horrível", desabafa Odair José, 65, um dos artistas mais populares do Brasil. "Tenho a esperança de que as pessoas vão entender a qualidade do meu trabalho antes de eu morrer", diz à Folha, de um hotel em Fortaleza, QG dos shows da turnê nordestina.
Mais da metade do repertório atual desse goiano que chegou a ser chamado de "O Terror das Empregadas" é composta por músicas dos álbuns dos anos 1970: "Assim Sou Eu..." (1972), "Odair José" (1973), "Lembranças" (1974) e "Odair" (1975). Tudo isso será relançado neste mês na caixa de CDs remasterizados da série "Tons".
Fonte: Folha
Matéria completa: http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2013/10/1352678-coletanea-de-odair-jose-estimula-reavaliacao-da-sua-obra-mal-classificada-como-brega.shtml

domingo, 6 de outubro de 2013

The times they are a-changin

 
“O resto é blá-blá-blá…
Por favor, diga que sim
Não se esqueça de votar em mim.”
Erasmo Carlos

E 24 anos depois...

... do palco para os bastidores.
Eu e meu compadre Raimundo
(24º Tributo a Raul Seixas - 2013)

Eu e Moisés (musico da banda do cantor Leno)
(24º Tributo a Raul Seixas - 2013)

sábado, 5 de outubro de 2013

Há 25 anos...



No novo tempo, apesar dos castigos
Estamos crescidos, estamos atentos, estamos mais vivos
Pra nos socorrer, pra nos socorrer, pra nos socorrer
No novo tempo, apesar dos perigos
Da força mais bruta, da noite que assusta, estamos na luta
Pra sobreviver, pra sobreviver, pra sobreviver
Pra que nossa esperança seja mais que a vingança
Seja sempre um caminho que se deixa de herança
No novo tempo, apesar dos castigos
De toda fadiga, de toda injustiça, estamos na briga
Pra nos socorrer, pra nos socorrer, pra nos socorrer
No novo tempo, apesar dos perigos
De todos os pecados, de todos enganos, estamos marcados
Pra sobreviver, pra sobreviver, pra sobreviver
No novo tempo, apesar dos castigos
Estamos em cena, estamos nas ruas, quebrando as algemas
Pra nos socorrer, pra nos socorrer, pra nos socorrer
No novo tempo, apesar dos perigos
A gente se encontra cantando na praça, fazendo pirraça.
(Ivan Lins)

quinta-feira, 3 de outubro de 2013

A arca revisitada

"...E abre-se a porta da arca
Lentamente surgem francas 
A alegria e as barbas brancas 
Do prudente patriarca.

Vinicius de Moraes

Clássico dos anos 1980, ‘A arca de Noé’ ganha nova versão com artistas de várias gerações

RIO - Sobre as cordas do arranjo do americano Miguel Atwood-Ferguson, baseado no original de Rogério Duprat, a voz de Maria Bethânia, como se fosse Deus (“Ela é Deus”, confirma Adriana Calcanhotto), faz nascer um cenário enquanto fala. São versos de Vinicius de Moraes: “Sete em cores, de repente/ O arco-íris se desata/ Na água límpida e contente/ Do ribeirinho da mata”. Seu Jorge — timbre grave, almirante negro — anuncia a chegada de Noé, sua alegria e barba branca. Péricles desce feliz da nau, com o coro de crianças e da bicharada. Assim começa a nova viagem de “A arca de Noé” (Sony), clássico da música brasileira feita para crianças de todas as idades que reuniu a nata da MPB em dois discos (1980 e 1981) cantando temas de Vinicius (a maioria com Toquinho), como “O pato” e “O leão”. Agora, às vésperas do centenário do poeta (Vinicius faria 100 anos no dia 19 de outubro), eles são revisitados por medalhões (Caetano Veloso, Gal Costa, Chico Buarque), pela nova geração (Orquestra Imperial, Maria Luiza Jobim), por nomes consagrados na seara mais popular (Chitãozinho & Xororó, Ivete Sangalo), num olhar generoso que traça sem pretensão científica um painel do cenário contemporâneo da MPB, como uma grande arca. Um barco livre, segundo explica Susana Moraes, filha de Vinicius e timoneira do projeto ao lado de Dé Palmeira, Adriana Calcanhotto e Leonardo Netto.

As faixas de ‘A arca de Noé’ (2013)
1. “A arca de Noé” - Maria Bethânia, Seu Jorge e Péricles (gravada anteriormente por Chico Buarque e Milton Nascimento)
2. “O leão” - Caetano Veloso e Moreno Veloso (gravada anteriormente por Fagner)
3. “O pato” - Zeca Pagodinho (gravada anteriormente por MPB-4)
4. “O peru” - Arnaldo Antunes (gravada anteriormente por Elba Ramalho)
5. “O gato” - Mart’nália (gravada anteriormente por Marina Lima)
6. “O pintinho” - Erasmo Carlos (gravada anteriormente pelas Frenéticas)
7. “A corujinha” - Chitãozinho & Xororó (gravada anteriormente por Elis Regina)
8. “As borboletas” - Gal Costa (não foi gravada nos volumes originais)
9. “A formiga” - Mariana de Moraes (gravada anteriormente por Clara Nunes)
10. “A galinha d’Angola” - Ivete Sangalo e Buraka Som Sistema (gravada anteriormente por Ney Matogrosso)
11. “O pinguim” - Chico Buarque (gravada anteriormente por Toquinho)
12. “A cachorrinha” - Maria Luiza Jobim (gravada anteriormente por Elas)
13. “O elefantinho” - Adriana Partimpim (inédita)
14. “As abelhas” - Marisa Monte (gravada anteriormente por Moraes Moreira)
15. “A Foca” - Orquestra Imperial (gravada anteriormente por Alceu Valença)
16. “São Francisco” - Miúcha e Paulo Jobim (gravada anteriormente por Ney Matogrosso)
17. “A casa” - Vinicius de Moraes (gravada anteriormente por Boca Livre)

Fonte: O Globo.com

terça-feira, 1 de outubro de 2013

Tchau, tchau, adeus...


"Velha" MTV Brasil encerra transmissão tocando "Maracatu Atômico"


Do UOL, em São Paulo

A MTV Brasil encerrou sua transmissão pouco antes das 0h desta terça-feira (1) tocando "Maracatu Atômico", de Chico Science & Nação Zumbi. Após o clipe, Astrid Fontenelle foi ao ar e se despediu em nome da emissora pelos últimos minutos. "Me despeço sem me lamentar e com orgulho de fazer parte dessa história de 23 anos", falou a apresentadora, que foi a primeira a apresentar um videoclipe na MTV Brasil da rede aberta, uma regravação de "Garota de Ipanema" por Marina Lima em 1990. "Viva a velha MTV Brasil e vida longa à nova MTV que começa amanhã" completou. "Foi muito difícil escolher com qual clipe encerrar a transmissão", disse Cuca Lazarotto. "Resolvemos escolher um artista que teve um impacto astronômico na música brasileira", disse, anunciando "Maracatu Atômico".