A
fonte secou "passarin" num cantou
Silêncio
e dor são próprios da partida
A
gente sente o golpe e fica sem poder voar
De
asa caída, de asa caída.
Zé Geraldo
Tem dias que é assim mesmo. Tudo parece parar.
As palavras fogem. A inspiração não aparece. E a gente fica nesse marasmo. E se
pergunta: será que a fonte secou? É meio estranho, mas o bloqueio parece ser total.
Não surge uma linha sequer. Mas a gente sabe que as palavras andam soltas por
aí. De repente elas se juntam e formam uma frase ou mais. Talvez desconexas,
até. O poeta pode estar embriagado, endiabrado, ou sonolento. Pode estar perdido
em pensamentos indecifráveis. Mas tão certo como o rio que vai dar no mar, seja
onde for, e seja quando for, vai surgir nesse cérebro calejado um poema, uma
canção. É só esperar. Dar tempo ao tempo. Vai que, quando menos esperar,
aparece um brilho, uma luz. Então você já não vai estar sozinho. Lápis e papel
na mão, ou então um teclado de um computador serão seus companheiros de mais
uma etapa da sua criação. É que muitas vezes o poeta se cala. Parece não haver
mais o que dizer. Mas nada de desespero. Nada de querer sumir na estrada do
esquecimento. Nem estacionar o seu projeto de vida. Rabiscar qualquer coisa
pode ser um ótimo exercício. Um dia tudo volta ao normal. Mas por enquanto, é
como diz o poeta: “resta a espera, que sempre é um dom”. Quem sabe, um passeio
na seara de Drummond!...
Eliel
Silva/setembro.2013
Imagem:
Internet
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