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"Engolimos de uma vez a mentira que nos adula e bebemos gota a gota a verdade que nos amarga." Denis Diderot

quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Tempo de estio


A fonte secou "passarin" num cantou
Silêncio e dor são próprios da partida
A gente sente o golpe e fica sem poder voar
De asa caída, de asa caída.
Zé Geraldo

Tem dias que é assim mesmo. Tudo parece parar. As palavras fogem. A inspiração não aparece. E a gente fica nesse marasmo. E se pergunta: será que a fonte secou? É meio estranho, mas o bloqueio parece ser total. Não surge uma linha sequer. Mas a gente sabe que as palavras andam soltas por aí. De repente elas se juntam e formam uma frase ou mais. Talvez desconexas, até. O poeta pode estar embriagado, endiabrado, ou sonolento. Pode estar perdido em pensamentos indecifráveis. Mas tão certo como o rio que vai dar no mar, seja onde for, e seja quando for, vai surgir nesse cérebro calejado um poema, uma canção. É só esperar. Dar tempo ao tempo. Vai que, quando menos esperar, aparece um brilho, uma luz. Então você já não vai estar sozinho. Lápis e papel na mão, ou então um teclado de um computador serão seus companheiros de mais uma etapa da sua criação. É que muitas vezes o poeta se cala. Parece não haver mais o que dizer. Mas nada de desespero. Nada de querer sumir na estrada do esquecimento. Nem estacionar o seu projeto de vida. Rabiscar qualquer coisa pode ser um ótimo exercício. Um dia tudo volta ao normal. Mas por enquanto, é como diz o poeta: “resta a espera, que sempre é um dom”. Quem sabe, um passeio na seara de Drummond!...
Eliel Silva/setembro.2013
Imagem: Internet 

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