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"Engolimos de uma vez a mentira que nos adula e bebemos gota a gota a verdade que nos amarga." Denis Diderot

sábado, 29 de junho de 2013

Retrô


“Às vezes eu me retiro
E nada me faz sentido
Só há um canto na vida
Aonde eu me refugio”.
Paulinho da Viola


Retiro

Às vezes me pego pensando estar (re)vivendo aquela década de 80. Passada a fase progressiva, surgia então o Rock “Brazuca”. Tinha também toda a sensualidade das canções do Rei. O auge da minha juventude eu vivi ali. Todo o “gás”, todo o viço. As várias conquistas, os vários namoros. Casos bem passageiros, mas que nunca tiveram fim. Porque de vê em quando, “na parede da memória”, esse quadro me faz lembrar “tudo outra vez”. E tinha aquele nosso som caseiro, fabricado nas garagens ou nos porões das casas dos amigos. Éramos ídolos de nós mesmos. Éramos astros juvenis. E ainda havia tempo para um clássico da Literatura Universal, ou uma fita no cinema, da produção nacional, com aqueles palavrões. Raul cantava: “Hey, anos 80, charrete que perdeu o condutor...” E eu gostava daquilo tudo. Já havia um caos instaurado, mas era um caos “organizado”. Isso pode ser?!
As décadas seguintes nos trouxeram muitas mudanças. Algumas não tão positivas. O fato é que tudo mudou. Amores, amigos... a “nossa canção”. Um “condor” imaginário parece sobrevoar o meu quintal, de quando em vez. A vida agora mais parece um retiro. E o Gonzaguinha me diz numa canção que “foi bom e pra sempre será”, e é verdade!

Eliel Silva/junho.2013
Imagem: Internet

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