“Às vezes eu me retiro
E nada me faz sentido
Só há um canto na vida
Aonde eu me refugio”.
E nada me faz sentido
Só há um canto na vida
Aonde eu me refugio”.
Paulinho da Viola
Retiro
Às
vezes me pego pensando estar (re)vivendo aquela década de 80. Passada a fase
progressiva, surgia então o Rock “Brazuca”. Tinha também toda a sensualidade
das canções do Rei. O auge da minha juventude eu vivi ali. Todo o “gás”, todo o
viço. As várias conquistas, os vários namoros. Casos bem passageiros, mas que
nunca tiveram fim. Porque de vê em quando, “na parede da memória”, esse quadro
me faz lembrar “tudo outra vez”. E tinha aquele nosso som caseiro, fabricado
nas garagens ou nos porões das casas dos amigos. Éramos ídolos de nós mesmos.
Éramos astros juvenis. E ainda havia tempo para um clássico da Literatura
Universal, ou uma fita no cinema, da produção nacional, com aqueles palavrões.
Raul cantava: “Hey, anos 80, charrete que perdeu o condutor...” E eu gostava
daquilo tudo. Já havia um caos instaurado, mas era um caos “organizado”. Isso
pode ser?!
As
décadas seguintes nos trouxeram muitas mudanças. Algumas não tão positivas. O
fato é que tudo mudou. Amores, amigos... a “nossa canção”. Um “condor”
imaginário parece sobrevoar o meu quintal, de quando em vez. A vida agora mais
parece um retiro. E o Gonzaguinha me diz numa canção que “foi bom e pra sempre
será”, e é verdade!
Eliel Silva/junho.2013
Imagem: Internet
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