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"Engolimos de uma vez a mentira que nos adula e bebemos gota a gota a verdade que nos amarga." Denis Diderot

terça-feira, 5 de julho de 2011

À flor da pele

“Ando com minha cabeça já pelas tabelas
Claro que ninguém se toca com a minha aflição.”
(Pelas Tabelas – Chico Buarque)

Artemilson, Giancarlo e Luciano

Tanto mar


A chuva quase atrapalhou a realização daquele primeiro Tributo a Chico Buarque na tarde do domingo passado lá no espaço do Elton, o Center Recepções e Eventos. Mas todo esforço é válido para que se possa ouvir uma boa música, ainda mais quando se sabe que os músicos envolvidos na empreitada são de primeira linha. Eu não ia deixar de ver o Luciano Queiroz e o Giancarlo Vieira desfiarem um rosário de belas canções do velho Francisco. E olha que eu estava dividido naquele dia, pois o meu filho caçula fazia aniversário, assim como o Gian, o meu compadre Raimundo e meu afilhado Hiago. Era motivo para muita festa. Mas fui ver o evento de Chico.  Reencontrar velhos amigos, Paulinho França, Edvaldo Morais, Mércio, Erinho, João Palhano... caramba, isso é muito bom. A exposição das principais obras do cantor estava impecável. Muita coisa ficou de fora devido ao espaço não comportar todo o acervo do colecionador Giancarlo.
Giancarlo e Marcos Brandão

O momento musical começa com “A Banda”, não uma possível banda da casa, mas a famosa canção, aquele seu primeiro hit, que rendeu até uma crônica do poeta Carlos Drummond de Andrade, tal a sua beleza e importância. Luciano e Giancarlo mostraram uma grande intimidade com a música do mestre. As pessoas presentes, os “chicos”, ali mesmo, dos seus lugares nas mesas, vibravam, cantavam e aplaudiam. No pequeno palco eles, os “Chicos”, convidados pelos promotores do evento faziam tão bem suas performances que convenceria qualquer Geni desatenta embarcar no zepelim gigante com seu comandante, mesmo que fosse a contragosto. Quando um participante fez explicações acerca da canção seguinte, que não fazia parte do repertório mais conhecido do cantor/compositor, meu amigo João Palhano olhou pra mim e comentou sabiamente: “Tudo que vier de Chico, vem bem!” É verdade, João. E tudo ali pareceu tão autêntico que por alguns momentos, se a gente fechasse os olhos, seria possível sentir a presença de toda a família real: de Miúcha a Marieta, de Edu Lobo a Carlinhos Brown. Uma “feijoada completa”. 

Parte do público presente

Sai de lá cheio de esperanças, acreditando mais do que nunca que Ceará-Mirim é mesmo a cidade dos tributos, dos eventos alternativos. Pelo menos na área cultural, com esses nossos tantos artistas, embaixadores da arte e da poesia, que resistem ao descaso e abandono de um poder que se quisesse tudo faria, estamos muito bem representados aqui e seja lá onde for. Já em outras áreas... “o que será, que será?!” 

Mércio, Eliel e Paulinho. Na
parede, a exposição dos LPs
Créditos:
texto: Eliel Silva
Fotos: Edvaldo Morais

3 comentários:

MARCELL disse...

Mesmo não comparecendo ao evento já sabia do sucesso, pois quando trata-se de Chico Buarque o sucesso é garantido.

Parabéns aos idealizadores do evento e que este seja apenas o primeiro dos muitos tributos ao gênio da música popular brasileira, Chico Buarque.

Marcell

Anônimo disse...

passei um tempo sem acessar este blog por estar bastante atarefado, e ao que, quando entro novamente, ele sempre me surpreende. Tanto pela narrativa inteligente,quanto pelas notícias relatadas.
Parabéns ao amigos e a tantos outros que vêm,presenteando C. Mirim com arte de primeira.

José de Jesus.

Zilene disse...

Aff, estou passada pela minha ignorância! Como que eu não soube de um evento deste, tão raro na nossa cidade!Sou superfãzonaaa do Chico e não me perdôo por esse lapso.Imagino que deve ter sido o máximo, só o fato de curtir suas belas canções...