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"Engolimos de uma vez a mentira que nos adula e bebemos gota a gota a verdade que nos amarga." Denis Diderot

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Diamond and rust

“Nas esquinas de cada manhã
Das manhãs que a vida me deu
Te busquei
e era um tal de vagar pelos cantos
Meu canto e eu.”
(Talismã – Zé Geraldo)

Mofo

O Divino Mestre falou que não se deve juntar tesouros onde a traça e a ferrugem corroem, isso não é vantajoso. Mas eu queria ter comigo por muito tempo as minhas conquistas, que não foram tantas. Um dia eu vi um quadro lindo e resolvi fotografar. Algum tempo depois ele estava jogado no lixo. Minhas tralhas são preciosas e eu não as quero longe de mim. São rabiscos da minha história e eu preciso delas. Confesso que me sinto bem as vezes, quando faço uma faxina e descarto certas coisas que ocupam espaço e mexem com lembranças desnecessárias. Dá uma sensação de alívio quando isso acontece. Mas não se deve fazer isso com tudo em nossa volta, mesmo se pareça não ter mais serventia. Pode-se correr o risco de querer aquilo de volta e não vai ser possível. “Raspas e restos me interessam”, falou o poeta. Há momentos em que migalhas podem se tornar tábuas de salvação. Noutros, coisas que são por demais imponentes podem se transformar em pó. Bom mesmo é ser feliz. Ser feliz e mais nada...

Créditos:
Texto: Eliel Silva
Imagem: Internet

2 comentários:

Anônimo disse...

Valeu, poeta. Demais este texto.
Abraço
Paulinho

Anônimo disse...

Valeu Eli, garanto que estas coisas simples que escreves (simples como você sempre foi) consegue mexer com sentimentos de muita gente, por menor que seja a sencibilidade de quem as lê, não pare nunca. Do seu amigo Bombeirinho (Ozair).