-

"Engolimos de uma vez a mentira que nos adula e bebemos gota a gota a verdade que nos amarga." Denis Diderot

quarta-feira, 16 de março de 2011

Diferente

"Se cobrir vira circo
se cercar vira cadeia,
Essa vida é um trapézio
preso na cumeeira."
("Trapézio" - Benito Di Paula)
Uma educação que vem de fora
(Salutar, mesmo se adquirida num picadeiro)

Fiquei curioso (e comovido, por assim dizer) quando aquele carro de som do circo passou pela biblioteca, onde trabalho, anunciando as atrações para aquele espetáculo de estréia.
E você que agora lê esse meu artigo certamente já deve estar se perguntando: o que há de extraordinário nisso, a ponto do cara se comover? Eu explico: na verdade, não me chamou atenção o anúncio, mas a maneira como o locutor o fez.
Nos meus mais de treze anos trabalhando naquela casa, tenho testemunhado, quase que diariamente, um verdadeiro desrespeito no tocante a lei do silêncio para com aquele órgão público, local de pesquisa, estudo e leitura para tantos estudantes. Seja anúncio de um estabelecimento comercial, festas populares ou religiosas, notas de utilidade pública ou até mesmo noticiário fúnebre, é raro, mas muito raro mesmo, os condutores de tais veículos baixarem o volume do som ao passar por alí. Parece mesmo uma zorra total.
Pois bem, nosso locutor forasteiro ao perceber que estava diante de uma repartição pública, cuidou para que o som ficasse num volume baixo, porém audível.
Assim, ouvi muito bem quando ele anunciou como uma das atrações daquele circo o maior elefante do Brasil. Ora senhores, sinceramente não encontrei em mim disposição para ir até o Robertão, local onde o circo encontra-se instalado, para ver o tal bicho. Animais desse porte eu estou cansado de ver no Fantástico (antes era no Globo Repórter, e ainda bem antes, no Globo Rural) e ainda por cima, com uma narração bem animada (as vezes, irônica) do Tadeu Schmidt.
Bom, mas voltando ao assunto do carro de som, aquele senhor, sim, é que se mostrou um verdadeiro gigante. Gigante em suas convicções. Certamente, nas terras por onde ele andou aprendeu muito bem que existem leis e que é sempre bom o cumprimendo delas, seja numa terra civilizada ou mesmo em terra de ninguém.

P.S.: No dia em que ouvi o primeiro anuncio acerca daquele circo, o carro de som e o seu condutor, eram mesmo de fora. Pertenciam ao circo. É certo que depois outros anúncios foram feitos, mas em outros veículos, e aí então já foi bem diferente.

Créditos:
Texto: Eliel Silva
Imagem: internet

4 comentários:

Anônimo disse...

Muito bem, esse é o Eliel que conheço. É claro que ñ é para publicar. rsrsrsrs Dora

ELIEL SILVA disse...

Sendo assim, parece que não conhece, pois publiquei! rrrrrrrrrrrrrrrr(s)

Anônimo disse...

Se vc nao era da Beija-Flor, com certeza mudou!!!!! RSRSRSRS
A homenagem ao nosso REI ficou linda...
Um abraço
Cláudia

ELIEL SILVA disse...

Mesmo assim, Cláudia, eu sou mangueirense. Mas o rei mereceu mesmo essa homenagem agora nos seus 70 anos de vida.