-

"Engolimos de uma vez a mentira que nos adula e bebemos gota a gota a verdade que nos amarga." Denis Diderot

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

I’m only bleeding

“O que eu sinto a respeito dos homens
é estranho
É estranho como é frio
É estranho como eu perdi a fé
É estranho como é estranho
Perguntar o nome.”
(Extraño – Thedy Corrêa) – Nenhum de Nós
Muito estranho

Tenho presenciado muita estranheza dessa raça humana. Nos livros, nos noticiários da TV, nas páginas dos jornais. Sempre observava tudo como uma coisa distante, um acontecimento isolado, bem longe de nós, da nossa realidade. Mas que nada! O século XXI veio e me pegou desatento. Percebo então que gente sem escrúpulos tem por toda parte. E eu com os meus olhos de menino indefeso vejo tudo acontecer agora, que, de tão perto e com tanta constância, me mete medo. “Tô ferrado!” Essa é a sensação, esse é o meu grito do dia a dia. Parece que não há limites pra maldade humana. E a hipocrisia está por toda parte. Tenho tentado, em toda minha vida, ter o cuidado de respeitar o meu semelhante. Mas o que vejo é tenebroso: gente derrubando gente, pisando e enganando pra se promover. Gente fria e calculista, com seus planos maquiavélicos, sem capacidade nenhuma e mesmo assim querendo levar adiante o progresso. Que progresso? E tudo vai acontecendo tão impunemente.  Até quando estas bestas triunfarão!? Sinceramente, estou assustado. Já não me preocupa as “investidas” da natureza, não me faz tremer as intempéries do tempo. Só a maldade do homem me abala. Quisera poder me proteger dentro de uma redoma, ou me esconder na concha de um caracol. Mas vou sendo empurrado por essa enxurrada como um velho tronco de uma árvore que luta pra sobreviver, e sempre envolto em muito mistério. Que Deus me perdoe, mas na minha santa ignorância às vezes me pego a pensar que o mundo deu errado.

Créditos: Texto e fotografia: Eliel Silva
“De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto.” Rui Barbosa

Nenhum comentário: