Rock:
Uma música que nasceu sob o signo da rebeldia
Parte 2(anos 60)
“Enquanto Elvis estava no exército, o rock and roll básico parecia se tornar algo pertencente ao passado. Budy Holly estava morto. Jerry Lee Lewis, depois do casamento com a sobrinha, tivera a carreira destruída. E no começo dos anos 1960, Chuck Berry foi preso por escândalos sexuais com menores de idade”. Afirma Kid Vinil em Almanaque do Rock. Acresça-se a isso que Litlle Richard havia trocado os palcos pela religião. Diante desse quadro uma nova música começava a despertar atenção dos jovens americanos. Uma nova tendência musical. “Esta tendência apelava para os sentimentos e principalmente para a consciência de um público menos alienado. E mesmo quando falava de problemas não deixava de relacioná-los com questões sociais em jogo”, declara o autor Roberto Muggiatti no livro Rock: de Elvis a Beatlemania(1954 a 1966). Surgia a folk song que posteriormente veio a ser conhecida como “canção de protesto”. Esse estilo de música não chegava a ser nenhuma novidade. Existia já desde os anos 30. O que aconteceu foi uma adaptação ao período em questão. Se os “rebeldes” do anos 50 não tinha uma causa, agora a nova geração encontrava uma: a luta pelos Direitos Civis. Os maiores expoentes desse tipo de música foram Joan Baez e Bob Dylan. Apesar do folk-rock ter sido um movimento de grande importância cultural, ainda faltava ao rock um algo mais. Algo parecido com a explosão provocada pelo rock inicial. Curiosamente, esse renascimento não se deu em solo americano, mas do outro lado do mundo, na Inglaterra. E renasceu entre jovens que bebiam das fontes de gente norte-americana como Chuck Berry, Litlle Richard, Carl Perkins e Elvis Presley. Surgia assim o reinado dos Beatles, um dos maiores fenômenos do mundo da música. Surgia também os Rolling Stones outro “monstro sagrado” do rock. Os Beatles foram tão importantes para a música que em 2009, A Liverpool Hope University, no Reino Unido, lançou um curso de mestrado intitulado: Os Beatles, a música pop e a sociedade. Para discutir mais a fundo o trabalho dessa galerinha que até hoje se faz presente no mundo através de sua música. Falando em tese de mestrado, cito um pequeno trecho de uma excelente tese de mestrado, cujo título é O rock e formação do mercado de consumo cultural juvenil, apresentado na Universidade Estadual de Campinas(Unicamp), em 1996, por Luís Antonio Groppo, diz ele “...os Beatles já haviam quebrado a barreira de classes no seu país, indo muito além do que qualquer outra banda de jovens operários de seu tempo. Porém quebrariam muitas outras barreiras internacionais: primeiro o próprio Estados Unidos, num incrível esquema de marketing e promoção, que fez dos shows, apresentações de TV e discos dos Beatles objeto de uma histeria juvenil sem precedentes na História. Os Beatles foram realmente os primeiros ídolos juvenis de massa e mundiais...”.
Em fins dos anos 60 o rock se reinventa. Através da música aconteceria uma revolução que não aconteceu. Meio louco isso, não? Chegavam os hippies e com eles o sonho de que a utopia assumiria o poder e traçaria as diretrizes de um mundo de onde a injustiça social e a opressão estariam banidas. Sexo liberado e também a liberação das drogas, juntamente com correntes esotéricas diversas faziam parte do sonho da geração paz e amor. Vale a pena destacar ainda naquele final de década a realização do primeiro grande festival de rock: O Monterrey Pop Festival, em 1967. Nesse festival foram reveladas duas feras: Janes Joplin e Jimi Hendrix. Perdoem-me se falo alguma bobagem, mas Monterrey Pop foi meio que um ensaio para o maior de todos eles: Woodstock, três dias de muita paz e música que ratificaram a era hippie e a contracultura.
Conforme a roda da vida vai rodando sem parar o rock vai se inventando e reinventado. Explodiu nos anos 50. Reinventou-se nos anos 60, novamente nos anos 70. E se reinventara sempre. Lançando moda, experimentando estilos, afinal o rock é mutante... E os mutantes não conseguem fugir ao seu destino.
José Flávio (colaborador)
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