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"Engolimos de uma vez a mentira que nos adula e bebemos gota a gota a verdade que nos amarga." Denis Diderot

sexta-feira, 14 de maio de 2010

A volta


Essa semana, ao chegar na biblioteca para mais uma jornada de trabalho, num horário agora ainda mais puxado – por força desse destino - , me deparo com um pequeno cartaz na parede onde a Fundação Nilo Pereira oferece um curso de teatro aos interessados em ingressar nessa arte. E esse curso será ministrado olha por quem: meu amigo Washington Pereira. Vibrei com a boa nova. Esse cara simples, que de longas datas já “mexia” com essa coisa de teatro. Até eu já fiz parte da sua equipe, no Grupo Teatral Inovart, colaborando na sonoplastia. Isso num tempo em que a gente fazia todo aquele som em um aparelho 3 em 1. Com fitinhas cassetes que gravávamos com a trilha sonora da peça. Nunca vou esquecer das apresentações de “Negrinha”, com Verônica no papel principal. Washington, por todo esse tempo manteve aquele ar sereno. Ele nunca foi de estufar o peito, mas hoje ostenta uma bela barriga. Fruto talvez das farras. Os bons e velhos mestres são assim. Eles não fazem alarde, porém, mostram a sua arte no tempo certo. E você meu camarada, que já enveredou por tantos caminhos, do rock and roll ao esporte, sem nunca deixar que o sucesso lhe subisse à cabeça; pois eu te desejo sucesso agora, meu grande amigo! Eu sei que você saber ser, mas não custa nada ainda dizer: seja você! E que tudo o mais vá para o céu...

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À volta do poeta


À noite, quando tudo se fez calmo,
Quando os grilos vieram cantar no meu jardim
E os sapos coaxaram na lagoa de meu brejo,
O destemido cavaleiro me levou,
Independente de minha vontade,
Ao enigmático e misterioso país dos sonhos.
Conduziu-me a estranhos vales
A neblina não me permitia divisar
Sonho e fantasia,
Realidade e ilusão.


Repentinamente uma luz me iluminou,
Uma brecha no céu se abriu
E entre, raios de luz,
Surgiu um “poeta,
Poetinha,
Camarada.”


Vinha entre nuvens de poesia,
Em ondas de som,
Cantando:
Magistralmente o Rio,
Divinamente a Bahia,
Eternamente o amor.


Escrevia em cada canção um amor,
Vivia em cada amor uma canção.
Fazia em cada poema uma celebração à vida
E em cada verso uma lição de amor ou de dor.


Vina,
Vininha,
Vinícius,
Não vinha sozinho.
Trazia junto consigo um tom afinado:
O mesmo Tom
Que deixava o coração navegar em música
Embalado pelos ventos do sentimento.
Ladeando os dois, uma legião de musas e ninfas.


E descendo, essa corte celestial,
Musical,
Saiu marchando pelas ruas da cidade
Rodando a roda da vida
Convidando a Rosa dos Ventos
Pra sambar.
E a cidade se fez canção. E o povo se pôs a cantar.

José Flávio
Campinas, 16 de novembro de 2005

Fotografias de Tom e Vinicius: internet
Montagem das fotos: Israel Dylan

2 comentários:

solange disse...

Eliel, você sempre buscando a essência das pessoas né obrigada pela força.

Dr. Mucio Vicente. disse...

Mestre Eliel concordo completamente com sua matéria estás corretíssimo, nas tuas colocações.
HASTA LUEGO!!!!!!!!!!!!