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"Engolimos de uma vez a mentira que nos adula e bebemos gota a gota a verdade que nos amarga." Denis Diderot

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Eu vim de Piri Piri

Paulo Diniz

"Cana de canavial, dá licença de chegar
eu vim de Piri Piri, eu vim de Piri Piri.
Vim pra ver como é que é o amor que existe aqui
Será que é como é o amor de Piri Piri ?"
(Piri Piri - Paulo Diniz)

Força e vigor na década de 1970, com suas canções falando de amor, exílio e toda uma forma de vida do povo simples brasileiro e, apesar de tudo, feliz. Hoje amargando um problema de saúde que lhe obriga a usar uma cadeira de rodas, história que ele fez questão de contar logo no início do show, talvez para não causar espanto mais tarde, Paulo Diniz ainda desperta nas pessoas todo aquele sentimento dos tempos de então, hoje traduzidos para os dias atuais, numa era em que não se sabe definir (ainda) a sua verdadeira essência. E há que se esperar para saber ao certo o que estamos vivendo atualmente, ao que parece, no olho do furacão. Pra ser sincero, talvez a gente nem alcance mesmo a sua verdadeira tradução. Mas esse artista de voz, agora mais que nunca, ainda mais cansada, não se deixa abater pelo desânimo. Com o astral lá nas nuvens, literalmente, rindo da própria sorte, e fazendo piada consigo mesmo, vestindo um macacão estilo hippie, viola no colo e não no paletó, como diz a letra de uma das suas canções, esse pernambucano emocionou a todos que o assistiram no Teatro Alberto Maranhão, em Natal/RN, nessa terça-feira, 11 de maio. E todo mundo cantou com ele e a sua banda afinadíssima com o repertório do mestre.
O amigo Normando Bezerra, presidente do fã clube
de Roberto Carlos "Além do Horizonte", de Natal/RN
- presente em todos os shows do Projeto Seis e Meia

Ninguém deixou passar impunemente aqueles velhos clássicos: Pingos de Amor, Viola no Paletó, Eu Quero Voltar Pra Bahia, Piri Piri, Como?, José e tantas outras canções. Ele reclamou da pirataria que hoje destrói o seu trabalho e dos direitos autorais que não são pagos, porém, confiante, mostrou algumas novas canções que pretende lançar num disco de inéditas. Como é bom a gente poder de vez em quando fugir da nossa realidade tão caótica e poder desfrutar da sabedoria dos velhos menestréis. Ora, até o próprio mestre das palavras, o poeta Carlos Drummond de Andrade se rendeu ao talento do compositor, em artigo que escreveu onde dizia não mais conseguir ler o seu poema José, sem começar a cantarolar a melodia da canção, para orgulho de Paulo Diniz. Por tudo isso viver (ainda) vale a pena! E eu já nem penso mais em ir "embora pra Pasárgada".
"Pegando" um autógrafo do mestre

Crédito das fotografias:
Eliel Silva, Israel Dylan e Bel Silva

3 comentários:

Unknown disse...

Cara, fiquei sabendo um dia depois do show, não acredito ainda que perdi o som de Paulo Diniz!
Eliel, vc poderia até dar um lembrete pra galera, desses shows rapaz! nem que seja uma chamadinha de véspera! Parabéns pela oportunidade do autógrafo!

metamorfose disse...

Como faço para participar do fã clube do Paulo?
Há mais ou menos 1 semana conheci parte de sua primorosa obra, e estou encantada!

ELIEL SILVA disse...

Não conheço fã clube do Paulo Diniz. Quanto a sua obra, é realmente maravilhosa. Abraços!