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"Engolimos de uma vez a mentira que nos adula e bebemos gota a gota a verdade que nos amarga." Denis Diderot

domingo, 24 de janeiro de 2016

Do Face XXXII



Meu passado NÃO me condena

1979 foi para mim um ano emblemático. Por vários motivos. Era o final de mais uma década que eu vivia. Na música popular brasileira, os nossos cantores/compositores e cantoras estavam com a inspiração à flor da pele. Os lançamentos daquele período são uma prova disso. Só para citar alguns: Belchior vinha com o seu “Era uma vez um homem e seu tempo”, Maria Bethânia com o seu “Mel", o Rei Roberto Carlos no mês de dezembro nos presenteava com canções como “Desabafo”, “Meu Querido, Meu Velho, Meu Amigo”, “Abandono” e outras canções que são sucessos até hoje. Eu cursava a 8ª série na Escola Estadual. Escola que foi um marco na história da educação aqui na cidade de Ceará-Mirim. Era também o último ano para aquela instituição, já que no ano seguinte passaria a funcionar em um prédio novo, inclusive também com novo nome: Escola Estadual Interventor Ubaldo Bezerra de Melo. Não sei de quem partiu a ideia, mas o fato é que alguns alunos resolveram criar um grupo musical. Involuntariamente, com esse grupo musical se deu “o canto do cisne” da nossa escola que se despedia. Vamos para a ficha técnica, então: Bateria: Bosco Ramalho; Guitarras : João Maria Varela; Contra-baixo: Marcos Câmara (que as vezes revezava com Fernando Varela - ex aluno); Vocais: Mocinha, João Maria Fonseca (in memorian) e Eliel (que entrou para a grupo à convite do professor Paulinho). O empresário do grupo era Jorge Natã, que depois de um certo tempo me demitiu. Mas não guardo mágoas, apenas boas lembranças. Assim era formado o Grupo Musical “Skylab”. Nome da primeira estação espacial que os americanos lançaram no espaço, e permaneceu em órbita da Terra entre 1973 e 1979, quando, nesse ano, reentrou na atmosfera e foi destruída. A repercussão foi geral, e pegamos carona no nome. Com esse grupo fizemos algumas pequenas turnês. Tocamos uma “festa de arromba” em Poço Branco. Aqui na cidade, participamos de alguns eventos no Palácio dos Esportes e tocamos na inauguração do prédio da BRAHMA, no Passa e Fica. Mas foi somente em novembro de 1979 que pude registrar essa foto, quando tocamos no distrito de Dom Marcolino. Eu, em pele, osso e guitarra, nosso saudoso amigo Luciano Flávio (que apesar de não tocar nem cantar, fazia questão de acompanhar a turma, sempre) e Bosco Ramalho (por onde anda ele?) fazendo pose com o contra baixo. Um fato curioso: assim como Luciano, amigos de escola costumavam nos acompanhar em turnês: Walfredo, Noberto, Júnior Campos e outros mais. Infelizmente eu só tenho essa foto que mostra um pouco do que foi participar daquele grupo musical. Talvez os nossos amigos citados tenham algum outro registro. E eu torço por isso. (Eliel Silva - 12.02.2014)